Sobre Hildegard Angel

colunadahilde@gmail.com Hildegard Angel é uma das mais respeitadas jornalistas do Rio de Janeiro. Durante mais de 30 anos foi colunista no jornal O Globo, quer cobrindo a sociedade (com seu nome e também com o pseudônimo Perla Sigaud), quer cobrindo comportamento, artes e TV, tendo assinado por mais de uma década a primeira coluna de TV daquele jornal. Nos últimos anos, manteve uma coluna diária no Jornal do Brasil, onde também criou e editou um caderno semanal à sua imagem e semelhança, o Caderno H. Com passagem pelas publicações das grandes editoras brasileiras - Bloch, Três, Abril, Carta, Rio Gráfica - e colaborações também em veículos internacionais, Hildegard talvez seja a colunista social com maior trânsito

Cartão vermelho para o juiz espanhol! Cartão vermelho para a Fifa!

O colombiano Camilo Zuniga agrediu os jogadores brasileiros várias vezes durante a partida contra o Brasil e o juiz espanhol Carlos Velasquez nada fez.

Não seria caso de Zuniga ter recebido cartões amarelos? E, por fim, o cartão vermelho, quando provocou a fratura da vértebra de Neymar, que saiu de maca do gramado, como se tivesse participado de uma luta de MMA e não um jogo de futebol? Posteriormente tivemos a notícia de seu impedimento de participar do resto da Copa.

Este, para mim e para o Brasil inteiro, foi um fato criminoso!

Não seria caso de o juiz ser responsabilizado criminalmente, perante os tribunais esportivos e outros, juntamente com o jogador da Colômbia, que sequer foi advertido?

E a carreira do jogador Neymar, como fica? Seus sonhos, suas expectativas, todo seu esforço para se preparar para esta Copa do Mundo, que seria seu grande momento profissional? Que satisfação será dada a ele pelos diretos responsáveis?

A Fifa não vai se manifestar? Não vai se justificar pela postura omissa desse juiz? E este, vai sair de fininho? Quanto a Zuniga, voltará para a Colômbia coberto de glória ou será responsabilizado pela agressão?

A Fifa sai seriamente contundida desta Copa das Copas sob todos os aspectos.

  • Pela arrogância como tratou o Brasil durante a preparação do evento.
  • Pelo vexame de sua corrupção intestina, com a máfia do tráfico de tickets dos jogos agindo junto à cúpula da própria instituição, conforme a investigação empreendida pela Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, e atuando há quatro Copas do Mundo, período da gestão de Joseph Blatter.
  • Pela sua postura omissa, que inspira leniência com juízes tolerantes diante de tamanha truculência em campo contra os jogadores brasileiros, nossas estrelas.

Uma violência invejosa, que não é de hoje. Vem de longe, longe mesmo. Lembram-se daqueles pontapés de Zidane em Ronaldinho, completamente tonto na final da Copa de 98, na França, e o juiz sequer deu uma advertência? Parecia que o projeto era mesmo o Brasil perder.

Assim como o Brasil sai engrandecido desta Copa do Mundo, a Fifa deverá terminar esta Copa desmoralizada, com a imagem de uma instituição desmesuradamente ambiciosa e intestinamente corrompida, precisando com urgência corrigir seus rumos.

 

Dirimindo dúvidas e desfazendo lendas sobre os gastos com a Copa do Mundo

Esta é uma colaboração do leitor  Eduardo Lopes

Primeiramente é preciso que fique claro que os gastos com a Copa de 2014 representam apenas 1,17% do ORÇAMENTO DA UNIÃO, ou seja, são valores de 25,2 bilhões para um Orçamento da União de 2,14 trilhões.

Portanto, essa conversa de “gastança” com a Copa é “conversa para boi dormir” de quem não conhece os números do Brasil.

Desses 25,2 bilhões de reais, a maior parte foi gasta em obras públicas e não em estádios, tanto em infraestrutura aeroviária como em mobilidade urbana, metrô, VLT’S e BRT’s. Outra coisa!

Essa informação de que a FIFA foi liberada de TODOS os tributos é absolutamente FALSA e já foi amplamente desmentida, mas a gente volta ao tema aqui. Essa informação é LENDA da Internet.

Por exemplo: a receita gerada pela venda dos ingressos NÃO é isenta de tributos. A receita fiscal no evento deve chegar a US$ 7,2 bilhões de dólares, ou melhor, R$ 16 bilhões de reais, nas contas da “Ernst & Young” e da “Fundação Getúlio Vargas” – uma soma muito superior ao investimento público nos estádios.

As isenções fiscais permitidas pela Lei nº 12.350, de 20 de dezembro de 2010, decretada pelo Congresso Nacional, que valem para FIFA e seus associados, referem-se à importação de material e equipamentos esportivos usados nos jogos (como uniformes, carros e ônibus), além de todos os serviços relativos à organização (contratação, hospedagem e despesas com árbitros, por exemplo). As emissoras de TV também trazem muitas toneladas de equipamentos para garantir que as imagens do torneio brasileiro cheguem ao mundo todo e não vão pagar impostos por isso.

O benefício de divulgar o Brasil para algo em torno de TRÊS BILHÕES de pessoas mundo afora vale muito mais do que o custo em renúncia fiscal, porque tem impacto maior do que as campanhas que o governo federal, através da Embratur, poderia fazer com essa possível arrecadação.

Além disso, essas isenções também foram conferidas à FIFA nas copas da Alemanha (2006) e África do Sul (2010).

Erra quem diz que as novas arenas custaram três vezes mais do que o previsto ou de que foram gastos R$ 30 bilhões na construção de estádios. Isso é MENTIRA!

O custo das novas arenas foi de R$ 8 bilhões financiadas, em 4 bilhões, pelo BNDES e pela CEF. O restante dos recursos foi aportado por agentes privados ou governos estaduais. Não há injeção de dinheiro público do Governo Federal nesses empreendimentos. Algumas destas arenas são inclusive privadas, não pertencem sequer ao poder público.

Esse é o caso da Arena Corinthians, da Arena da Baixada e do Estádio Beira-Rio. Ou seja, o ônus é todo do ente privado. O custo de construção das novas arenas sofreu acréscimo assim como, provavelmente, o preço de todo e qualquer imóvel particular no período 2007-2013.

Afinal, as arenas também estão sujeitas aos efeitos da inflação apurado pelo Índice Nacional da Construção Civil (INCC) ou se houver alteração de projeto ou da área a ser construída, como no caso do Estádio Nacional de Brasília.

De qualquer forma, o “Castelão”, em Fortaleza, saiu 17% mais barato. A “Arena Corinthians” já previa custo de R$ 820 milhões no primeiro orçamento, em 2011.

Outras cinco arenas tiveram ajustes baixos: “Arena Pernambuco” (1%), “Arena da Dunas” (14%), “Arena Fonte Nova” (17%); “Arena Pantanal” e “Arena da Amazônia” (24%).

Já o Mineirão, Maracanã, Arena da Baixada e Mané Garrincha tiveram seus orçamentos elevados entre 63% e 88%, por causa de mudanças nos projetos de engenharia.

O único orçamento que dobrou foi o da Arena Beira-Rio, em Porto Alegre (RS), em razão de alterações profundas na planta inicial.

Se houve “roubo” ou “superfaturamento”, e a oposição sabe apontar exatamente quem praticou ou tem fortes indícios de desvios, convém apontar os responsáveis. Caso contrário, estará sendo leviana. Até porque algumas das novas arenas foram construídas, e são de responsabilidade exclusiva dos estados governados pela própria oposição como, por exemplo, Minas Gerais (PSDB), onde está o “Mineirão”, Rio Grande do Norte
(DEM), onde está localizada a Arena das Dunas, e Pernambuco (PSB), onde está localizada a Arena Pernambuco.

Os investimentos em Saúde e Educação de 2010-2013 totalizaram R$ 825 bilhões. Nem um centavo deixou de ser aplicado nessas áreas por conta da Copa do Mundo. Pelo contrário, os investimentos nestes setores têm sido ampliados ano a ano.

Além disso, os investimentos em segurança, treinamento e integração das forças armadas, força nacional de segurança, polícias federal, rodoviária e estaduais e nos Centro Integrados de Comando e Controle (CICC), em cada uma dos doze cidades sedes, ficam de “legado” para toda a população.

Aliás, as demais capitais do país que não terão jogos da Copa também serão contempladas cada com um CICC.

Em resumo, se temos problemas de segurança ou na saúde públicas cobre do ente federado, estadual ou municipal responsável direto pela prestação daquele serviço público para não passar por desinformado. Ok?

Veja em http://democraciapolitica.blogspot.com.br/search?q=FIFA+VAI+PAGAR+AO+BRASIL+R$+16+BILH%C3%95ES+EM+IMPOSTOS e http://tijolaco.com.br/blog/?p=18512 e http://www.youtube.com/watch?v=jiRKvDkGXBw

‘Arautos do Pânico’ anti Copa deveriam ressarcir os prejuízos causados à nossa economia

Os botequins cariocas estão cheios. As filas dos supermercados são imensas e lembram corredores da ONU, onde todos os idiomas são falados e ouvidos. Gringos em todas as direções, empurrando carrinhos diante dos caixas. Porém, do comércio dos shoppings eles passam longe. As lojas dos ditos “quadriláteros da moda” estão vazias. Os salões de cabeleireiros, às moscas.

Verdade é que a massiva, sistemática e histérica campanha interna contra o Brasil, nos meses que antecederam a Copa do Mundo, em nossa mídia, nas redes sociais, no boca à boca, num evidente e muito bem articulado projeto, coisa de profissional, surtiu o efeito esperado: repercutiu, contaminou os sites, o noticiário internacional de credibilidade, afugentando o turismo estrangeiro com maior poder aquisitivo, receoso da violência, e causando estragos em vários setores da economia.

Para o Rio de Janeiro, não vieram os anunciados transatlânticos, que abrigariam os “turistas excedentes”, dos quais a hotelaria carioca, carente em número de leitos, “não daria conta”. Alguém viu?

Grande parte dos que investiram em reformas, pretendendo lucrar com gordos alugueis de aparts ‘vip’, penthouses sofisticadas, apês com vistão, ficou a ver navios. Não houve a enorme procura que se imaginava.

Vieram os trailers, utilitários, vans, tendas, mochilas. Veio o Turista simpático, jovial e alegre dos kitinetes alugados, do dinheirinho contado para o dia à dia, que o carioca criativo logo apelidou de Durista.

Nada contra. Faz parte. Eventos esportivos como a Copa do Mundo atraem o turismo de massa. E esta Copa das Copas tem o charme especial de fazer brilhar os países da América do Sul, com torcedores entrando motorizados por todas as nossas fronteiras.

Porém, as agências se queixam de que os pacotes turísticos formatados não tiveram a saída pretendida, e agora eles são oferecidos, junto com as passagens aéreas, com tarifas reduzidas em até 40%, para a atual e a próxima temporadas. É o que dizem os jornais!

O ambicionado retorno com os gastos dos estrangeiros, atraídos pela Copa, ficará bem aquém do que outros países lucraram em suas Copas, quando viram lojas entupidas, fervilhando com turistas gastadores.

Quem vai ressarcir o nosso comércio, o nosso setor turístico, o nosso país? A turma do #nãovaitercopa? Os partidos de oposição? Os celerados, que passavam dia e noite em campanha no Facebook e no Twitter contra a nossa Copa do Mundo? Os Emissários do Pânico, que faziam “terrorismo” anti Copa via email? Os Arautos da Catástrofe, prenunciando que a violência ia eclodir, os aeroportos explodir e os estádios ruir? Aqueles que atribuíam todas as mazelas crônicas do país à Copa do Mundo, porém só se aperceberam disso às vésperas de ela acontecer?

Por que não iniciaram a campanha #nãovaitercopa ao primeiro movimento para trazer a Copa? Ou logo após o anúncio do Brasil como país sede ? Por que começaram a campanha justo no ano da Copa, isto é, ano da Eleição?

Seria o caso de perguntar: os responsáveis e diretamente interessados nessa campanha, que causou tamanho prejuízo à economia do país, a seu comércio, à sua indústria turística, enfim, a nós, vão nos ressarcir?

A Copa do Mundo já está no papo… das criancinhas do Brasil!

A Copa do Mundo já está no papo!

No papo, sim, de centenas de milhares de crianças brasileiras, que tiveram suas vidas salvas, de 1990 até hoje, período em que houve uma redução de 77 por cento da mortalidade infantil pela fome no país.

E a grande notícia é que o Brasil está em primeiro lugar no ranking “Mortalidade Infantil – Qual é o Placar?”, que está sendo divulgado neste fim de semana no Fórum Mundial de Parceiros para a Saúde Materna, Neonatal e Infantil, em Johanesburgo, na África do Sul.

A informação foi dada em primeira mão por um site de saúde da Índia, o The Health Site,  relacionando essa vitória brasileira à Copa do Mundo, como se fosse uma “Copa anti Fome”, e repercutindo a declaração do coordenador de saúde da criança do Ministério da Saúde do Brasil, Paulo Vicente Bonilha de Almeida:

– Há duas razões principais para a redução da mortalidade infantil no Brasil: a ampliação do acesso aos cuidados de saúde primários e o Bolsa Família, maior programa de transferência de renda do mundo.

copa da fome infantilVejam aqui a imagem que nenhum jornal e saiu no site indiano: o Brasil vencendo a Copa Anti Fome Infantil, seguido por Portugal, Irã. Clique aqui nas palavras em azul para ver o quadro acima  na íntegra, com todos os países.

Os indianos destacam o aumento das taxas de vacinação entre as crianças brasileiras e a Política Nacional de Aleitamento Materno, que mais do quadruplicou a amamentação no país.

O site informa que, hoje, para cada 1.000 nascimentos no Brasil, apenas 14 crianças morrerão antes do seu quinto aniversário – muito menos que as 62 em 1990, atribuindo o mérito ao Bolsa Família, que “fornece transferências em dinheiro para famílias pobres em troca de garantir que as crianças recebam as vacinas e frequentem a escola”.

Evidentemente o país ainda tem um longo caminho a percorrer, bem como uma taxa de mortandade ainda alta, e só haverá motivo para orgulho quando alcançar o patamar ideal de morte ZERO.

Bacana ver um site indiano colocar em evidência essa conquista brasileira e ter a sacada de relacioná-la à “Copa”, elaborando essa arte com as camisetas das seleções, que eu reproduzo aqui acima para vocês.

Sem desmerecer a Copa do futebol, esta é uma Copa do Mundo que também vale a pena aplaudir de pé e cantar emocionado o nosso Hino Nacional… à capela.

Morreu Tácito Sanglard, um dos ‘cinco homens de ouro’ do Lázaro Brandão

Perdemos ontem o nosso estimado carioca de Minas Gerais, Tácito Sanglard, aos 66 anos. Ele era da terra de Nelson Freire, Boa Esperança, e disso muito se orgulhava. Tácito conseguiu rara proeza: ser um “banqueiro” benquisto. Apesar de ter sido de fato bancário. Porém, como um dos “cinco homens de ouro do Lázaro Brandão”, da cúpula do Bradesco, era frequentemente identificado como banqueiro, na crônica dos jornais. E se houve um ‘banqueiro” estimado este foi o Tácito.

Foi um financista poeta, que escrevia, editava, imprimia, autografava e distribuía seus livros aos amigos e às instituições, tornando a vida ao seu redor mais bela e inteligente.

Um homem de bom papo, fino trato, gosto apurado e amante do gênero feminino.

Vai fazer falta à vida do Rio de Janeiro, ao convívio da sociedade. Teremos saudades dos seus comentários, sempre pertinentes e adequados. Contudo, Francis e eu nos lembraremos do amigo Tácito em nosso cotidiano, porque, fraterno, quando ele ouviu dizer da falta que sinto do ruído do pêndulo do velho relógio da casa de minha avó, enviou-nos um antigo relógio seu, com ruído simplesmente idêntico àquele bater das horas. Delicadamente, ainda desculpou-se no cartão por haver uma lasca na caixa de madeira. No entanto, das lembranças do Tácito não guardamos sequer um arranhão.

Há poucos meses, ele deixou em nossa portaria, autografados, três exemplares do “Drica”, seu último livro, inspirado em alguém muito importante neste último ano de vida: a namorada, Adriana. Ela o cuidou com grande dedicação, desde que, em fins de março, foi diagnosticado seu câncer.

Veio de repente e violento. Uma dor nas costas, ele foi para a sua Belo Horizonte, fez uma radiografia, que apontou o mal no esôfago, no intestino, pâncreas, rins, coluna, costela. Tudo tinha câncer! Abril, maio, junho… Ontem, morreu o Tácito.

Como diretor do Bradesco, foi um grande incentivador das artes. Entre outros projetos, patrocinou o Música no Museu, multiplicando centenas de concertos abertos ao público durante o ano inteiro. Tive o privilégio de fazer a apresentação de Tácito ao diretor do projeto, Sérgio Costa e Silva, durante um almoço no Jornal do Brasil.

Sem falar nas exposições de artes plásticas, nas edições de livros, nas montagens teatrais, na colaboração com o Clero. Se ele identificasse qualidade, esforço legítimo e mérito, não se furtava em conferir o apoio do Bradesco. No período de sua gestão, fortaleceram-se os vínculos do banco com o Estado do Rio de Janeiro.

Descansa em Paz, Tácito Sanglard, você fez por onde.

Marcos Vilaça e Tácito-Livro de Tácito Sanglard-foto Marcelo Borgongino (2)O imortal Marcos Vilaça prestigiando o saudoso Tácito Sanglard, no lançamento de um de seus muitos livros (foto de Marcelo Borgongino)

A vida de Pedro Aleixo contada em documentário: ao olhar longínquo da História, um ético sonhador

Heloísa Aleixo Lustosa convidava, e um pequeno grupo se reuniu em casa de sua filha, Eliane Lustosa, para assistir, em primeira exibição no Rio de Janeiro, ao documentário sobre o ilustre Pedro Aleixo, pai de Heloísa, recentemente introduzido oficialmente, juntamente com Tancredo Neves, na galeria dos ex-presidentes da República do Brasil, num obrigatório reconhecimento histórico.

Presentes, apenas a família – as três filhas de Heloísa, o filho, os netos –  alguns poucos membros da Academia Brasileira de Artes, presidida por ela, e a obrigatória amizade da embaixatriz Laís Gouthier, sempre próxima nos momentos pontuais da vida de Heloísa Lustosa.

Heloísa tem um papel muito importante como contadora dessa página da História Brasileira, quer como testemunha, como coadjuvante ou como aquela que, ao lado do marido, Carlos, acolheu Pedro Aleixo na cobertura do casal, na Rua Barata Ribeiro, transformada em “cárcere” domiciliar, com ele vigiado dia e noite, quando foi impedido de assumir seu mandato, em 1969, no lugar de Costa e Silva, que sofreu um derrame.

Uma prisão de fato, obrigando quem entrasse ou saísse a uma completa revista pelos militares de plantão na portaria do prédio, contava Paulo Barragat, acadêmico presente àquela tarde de muito poucos na Gávea.

Os militares do Golpe de 64 passaram a não confiar no vice-presidente de Costa e Silva, Pedro Aleixo, quando este se recusou a, em 1968, assinar o AI-5, elaborado pelo ministro da Justiça Gama e Silva, que atirou o país no mais negro de seus períodos, com fechamento do Congresso e a suspensão de várias garantias constitucionais, inclusive de habeas corpus, estabelecendo liberdade vigiada, confisco de bens, proibição de manifestação etc.

Em 1969, houve o Golpe dentro do Golpe, com a Presidência sendo ocupada por uma Junta Militar.

Com direção do cineasta Jesus Chediak e patrocínio de Furnas, o documentário sobre Pedro Aleixo levou alguns anos para ser realizado, reunindo inúmeros depoimentos. Algumas das revelações ficarão como legado e registro para a História política do Brasil.

O advogado de presos políticos Modesto da Silveira, admirador dos princípios éticos do ultra católico Pedro Aleixo, nos faz chorar com o relato trágico da sua defesa de uma mulher da Juventude Católica, que, depois de torturas bárbaras, sofreu estupro dos seus torturadores em fila e engravidou. Além da gravidez, o dilema: a religião não lhe permitia o aborto. Modesto a aconselhou a escutar um padre. O padre, que ouvisse o marido. Também católico, vindo da prisão e das torturas, o marido se dispôs a criar a criança, se fosse do querer dela. Neste instante, aliviada, ela sofreu um aborto espontâneo.

Um dos relatos mais tristes e inquietantes é sobre Alberto Aleixo, o irmão comunista de Pedro Aleixo. Na clandestinidade, ele procurou o sobrinho Maurício, filho de Pedro, oferecendo à venda sua parte na herança que tinha a receber. O sobrinho dispunha apenas de 20 mil cruzeiros, apesar de saber que a herança seria em valor maior. Alberto fez seus cálculos e insistiu que, para o que ele precisava, bastavam 10 mil cruzeiros, não mais que isso.

Depois de muito discutirem, venceu o tio comunista: deixou com o sobrinho o direito à herança e partiu com seus minguados 10 mil, que lhe serviriam ao grande propósito da vida. Era o que custaria o equipamento para imprimir o jornal do Partido Comunista Brasileiro, “A Voz Operária”.

Pedro Aleixo, que descansava em seu quarto, quando ouviu a voz do irmão naquela breve visita à casa, correu à sala gritando: “Alberto, eles vão lhe matar. Eles vão lhe matar!”.

Alberto morreu em 1975, aos 72 anos, no Hospital Souza Aguiar no Rio de Janeiro, em decorrência das torturas e dos sofrimentos impostos no cárcere, depois de ser flagrado distribuindo na rua exemplares de “A Voz Operária”, numa época em que pensar diferente era proibido no Brasil.

Outro a depor para Chediak: o coronel Affonso Heliodoro dos Santos, mais próximo e leal colaborador de Juscelino Kubitschek ao longo de 46 anos. Ele revela que, mesmo Pedro Aleixo sendo arqui-inimigo político declarado de JK, eles secretamente cultivaram sólida amizade, a ponto de Juscelino diariamente visitá-lo à noitinha, em sua casa em Belo Horizonte, pedindo ao motorista Geraldo que não estacionasse à porta para que os eleitores não vissem.

Affonso, 98 anos, em seu testemunho gravado, afirma a sua convicção de que o ex-presidente Juscelino foi assassinado pela ditadura militar. Dúvida que, mesmo com o parecer negativo da Comissão da Verdade, estará sempre viva, pois nada explica notícias dando conta da morte terem chegado a Brasília horas antes de o fato ocorrer.

Heliodoro empenhou-se bravamente para fazer prevalecer a versão do assassinato de JK. Maristela, a filha viva, se opôs firmemente a tal, chegando a expressar a preocupação do uso político que poderia ser dado.

Ao olhar longínquo da História, o Homem Público terá o tamanho de sua biografia.

A memória de Pedro Aleixo, com este documentário, firma-se como a biografia de um ético utópico. Ético, porque não permitiu que as ambições atropelassem seus princípios cidadãos e religiosos. Utópico, porque confiou que os aliados escolhidos seriam seus iguais.

Em nome da ética, desafiou o ditador Getúlio Vargas, à época da instauração do Estado Novo, abandonando assim a conquistada presidência da Câmara.

Coerente com o mesmo princípio, não assinou o AI 5 – pretexto para lhe usurparem a faixa presidencial – acompanhando sua negativa da frase famosa: “Presidente, o problema de uma lei assim não é o senhor, nem os que com o senhor governam o país; o problema é o guarda da esquina”.

heloisa aleixo , mariquita e pedroA linda Heloisa Aleixo Lustosa, que depois marcou a vida cultural brasileira com sua atuação fundamental, com seus pais, dona Mariquita e Pedro Aleixo, desembarcando em Brasília para a posse, em 15 de março de 1967, do governo do general Costa e Silva

 

Em sua campanha pra comprar o New York Times, chinês alimenta mil sem teto americanos

Em Nova York, Chen Guangbiao, multimilionário chinês do setor de reciclagem, candidato anunciado à compra do jornal New York Times Co, publicou nos dois maiores jornais dos EUA um convite aos pobres de Nova York para um almoço, na próxima quarta-feira, no restaurante Loeb Boathouse do Central Park. Será o primeiro de uma série de quatro almoços, pois sua meta é alimentar mil sem teto norte-americanos  A única condição para ir a essa boca livre total é assistir a Mr. Chen subir ao palco e cantar “We Are the World”, aquela música gravada em 1985 pelas celebs para arrecadar fundos contra a fome na África. E salve-se quem puder!

chinês bonzinhoChen parece menos preocupado com os desvalidos – já que um almoço não resolve a fome de ninguém – do que com se exibir na mídia, que o apresenta como um sujeito sonhador e quixotesco. Afinal, conseguir que os poderosos Sulzberger lhe vendam o New York Times é missão praticamente impossível.

Via Olhar News

 

Paranormal afirma: a Copa do Mundo será da Alemanha!

Acabo de receber uma ligação do paranormal Thomaz Green Morton. Ele está no Brasil acompanhando a seleção da Alemanha, com a qual esteve na Bahia, fazendo um trabalho de energização e mentalização dos atletas. Thomaz está convencido de que esta Copa do Mundo será deles, não só pelo preparo físico, a afinação técnica do grupo, mas também pela energia positiva liberada pelo conjunto do time.

Green Morton vive há 12 anos na Alemanha, onde desenvolve um trabalho de energização e desenvolvimento espiritual junto ao time Bayern de Munique.

Havelange em casa

  • João Havelange, 98 anos, já deixou o hospital Samaritano e está convalescendo em casa, em Ipanema. É uma fortaleza.
  • Continua valendo a sugestão desta jornalista a Joseph Blatter, que se encontra no Brasil por ocasião da Copa, de uma visita ao seu ex-chefe Havelange, o grande responsável por ele ter hoje a posição que tem.
  • Havelange, no ano passado, renunciou à perpétua presidência de Honra da Fifa, pelos motivos que todos conhecemos.

Conheçam o rango “Padrão Fifa” da PM que dá segurança à Copa do Mundo

Polícia Militar que dá segurança à Copa almoça cachorro quente e refrigerante em latinha. É o lanche “Padrão Fifa”. Assistam ao vídeo, com os PMs* famintos desfiando as mágoas, clicando abaixo:

PM reclama de má alimentação

*Segundo um leitor identifica na farda e revela em comentário postado, tratam-se de PMs de Cuiabá