Foi singela, tocante, elegante e íntima, a cerimônia de despedida de Claude Amaral Peixoto, esta manhã, no Memorial do Carmo. Amigos de fato estavam lá. Não foi aquela trepidação da night carioca, das efervescentes madrugadas e festas do Régine’s, que por tantos anos ela comandou, dos eventos no Castel ou no Hippopotamus, dos camarotes de escolas de samba, feijoadas e bailes de carnaval, com elencos vips escalados pela incansável Amaral Peixoto.
Nem teve o glamour das noites de estreia de filmes ou festivais by Claude Amaral Peixoto.
Foi sóbrio, sentido, profundo e verdadeiro.
Encontrei a Tereza Eugenia (dos idos da casa do Guilherme Araujo), o Jean Pierre Grivory, profundamentre emocionado – que amigão ele foi da Claude, e até o último momento! -, o grand seigneur Antonio Pitanga, Tania Caldas e Marco Rodrigues, Ira Ertz, Anna Maria Ramalho. E estava lá o cônsul-geral da França, Jean-Claude Moyret, a francesa Marie Annick Mercier, Fernando Bicudo, Flavio Marinho, o casal Luiz Felipe Francisco, Tania Drumond, o ator Aloisio de Abreu, a figurinista Ana Avelar, o Chico Mascarenhas (dono do Guimas, onde todo 14 Juillet a francesa Claude agitava uma celebração com os amigos).
Camille, a filha, o filho Claudio, muito comovido, a neta Maria Luiza, a irmã, Marie, chorando muito, o Grivory… na hora da partida de Claude para o crematório, eles se abraçaram lá no fundo da capela, como uma pequena família unida pela emoção da perda, acompanhando com os olhos os carregadores empurrarem o ataúde e, sobre ele, uma singela cesta de flores bleu blanc rouge, providenciada pelo Consulado da França, do qual Claude sempre foi a aliada número 1 no Rio de Janeiro. Homenagem mais do que merecida, bem como o anúncio publicado no jornal pelo cônsul Moyret.
Parti do Memorial do Carmo com uma frase martelando na cabeça: “Claude foi a pessoa mais solidária que eu conheci”. Não tenho certeza dita por quem. Acho que pela Tereza Eugenia. Confere.
A Claude, que inspirou a Charles Aznavour, seu ex-namorado, a canção Que c’est triste Venise / Au temps des amours mortes …
E ainda corri atrás com meu celular para perpetuar essa imagem
Querida Hilde
Fiquei muito comovido pelas palavras no teu blog sobre a despedida que demos à nossa querida Claude na terça-feira passada.
Você expressou com muito amor toda a emoção sincera e saudades dos presentes, e tuas palavras são uma grande homenagem que ela teria amado (sabe como apreciava tuas notas no JB).
Claude era parte de minha família e foi durante 44 anos uma amiga maravilhosa para mim e minha esposa e uma tia adorada por meus filhos.
Eu esperava que o Papa fizesse um milagre, mas ela não aceitou esta graça por parte de um argentino (você se lembra sem dúvida do amor limitado que ela tinha pelos “amigos” argentinos…).
Claude sempre apreciou a amizade recíproca que tinha contigo.
Mesmo se o Rio não será mais o mesmo sem ela, Claude ficará para sempre em nosso coração e em nossa memória.
Espero te ver durante uma das minhas próximas voltas ao Brasil.
Beijos e abraços
Jean-Pierre Grivory
Querido Jean-Pierre
Realmente, Claude vai fazer uma falta enorme, porém sua presença já está garantida de modo perene na memória de nossas vidas. Viverá enquanto vivermos. Somos elenco de um mesmo cenário, num mesmo tempo, de um mesmo enredo.
Sua carta me tocou muito. Nela percebi a emoção da perda vivida por um grande e verdadeiro amigo, como você sempre foi da Claude e deu provas, e disso sei e mais não precisamos dizer a respeito.
Terei sim grande prazer de estar com você quando retornar ao Rio e também de recebê-lo com sua família aqui em nossa casa.
Beijos, abraços, um bom retorno à França. E por favor não leve com você em seu coração toda a Claude, deixe-nos um pouco dela também para nós,
Hildegard
Hilde,
Foi muito bonito o que escreveu e me comoveu muito.
Vc descreveu exatamente como eu senti a despedida de minha irma.
Ela gostava muito de vc e de todos que estavam la.
Muito obrigada!
Bjs Marie
Bjs Obrigada por se manifestar
Também me comovi, Hilde…
Hilde querida o seu lado carinhoso esta na mesma dimensão do solidario da Claude ,quando a conheci através de Guilherme nos momentos mais complicados da vida dele eu tinha a força solidária. desta grande batalhadora.. Nos tornamos grandes amigas, me abracei emocionada com o Fernando Bicudo e ele me disse : Claude lhe adorava. A vida vale pelos amigos que temos .
Obrigada por me citar na sua respeitavel coluna. Um beijo