Neste 31 de julho, completam-se cinco anos da morte do grande Athos Bulcão! O artista alcançou enorme sucesso, certamente, por seus icônicos painéis de azulejo que ajudaram a compor a paisagem urbana de Brasília, com motivos em linhas retas e curvas simples. Mas vale ressaltar que Athos era um artista completo. Não só mosaicista, mas pintor, escultor, arquiteto, desenhista e figurinista, produzindo desde máscaras às fotomontagens…
Nascido em 2 de julho de 1918, no bairro do Catete, Rio de Janeiro, Athos chegou a cursar medicina, mas desistiu no meio do caminho. Seu negócio mesmo era a arte. Logo passou a se dedicar à pintura, obtendo êxito em seus trabalhos, sendo agraciado com medalha de prata no Salão Nacional de Belas Artes.
Em 1942, conheceu Oscar Niemeyer, que lhe encomendou um projeto para os azulejos externos do Teatro Municipal de Belo Horizonte. A obra não foi completada, mas nascia ali uma parceria que mais tarde renderia grandes frutos, com a construção de Brasília…
Ainda na década de 40, conheceu Portinari, com quem trabalhou como assistente no painel de São Francisco de Assis, na Igrejinha da Pampulha, em BH.
Athos tornou-se amigo de outros grandes modernistas brasileiros, como Carlos Scliar, Jorge Amado, Pancetti, Burle Marx, Milton Dacosta, Vinicius de Moraes, Fernando Sabino e Manuel Bandeira.
Nos anos 50, recebeu convite de Niemeyer para colaborar com a construção da nova capital federal. Transferiu-se de vez para Brasília, onde fincou grande parte de sua obra. Como num grande museu a céu aberto, seus painéis enfeitam e embelezam o espaço urbano, podendo ser contemplados por todos! Pode-se dizer que Athos foi um precursor da arte urbana, antes mesmo do graffiti!
O artista utilizava os mais diversos materiais para compor seus painéis. Desde azulejos, passando por madeira, mármore e concreto, em belas cores, formas e relevos .
Confiram alguns de seus trabalhos mais icônicos, que permanecem atualíssimos. Aqui no Rio, também é possível contemplar algumas de suas obras, como em painéis no Hospital da Lagoa, na Fundação Getulio Vargas, no Sambódromo e na fachada de um prédio residencial na rua Cupertino Durão, no Leblon. Sua obra também pode ser encontrada em São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, na Argélia, Itália e França. Da próxima vez que estiver andando na rua, preste bem atenção, você pode estar diante de uma obra de arte, hein! 😉
Igrejinha Nossa Senhora de Fátima – Brasília
Câmara dos Deputados – Salão Verde (jardim interno) – Brasília
Instituto Rio Branco – Brasília
Centro de Formação da Câmara dos Deputados – Brasília
Passarela entre os anexos I e II do Ministério das Relações Exteriores – Brasília
Centro Cultural Missionário da CNBB – Brasília
Brasília Palace Hotel
Catedral Metropolitana de Brasília
Residência Valéria Cabral, Condomínio Jardim Botânico VI – Brasília
Secretaria de Trabalho do Distrito Federal SCN – Brasília
Jardim de Infância SQS 316 – Brasília
Teatro Nacional Claúdio Santoro, relevo em mármore branco – Brasília
Senado Federal, teto do plenário com placas metálicas – Brasília
Ministério das Relações Exteriores, hall principal do Palácio do Itamaraty com relevo em mármore branco – Brasília
Fundação Getulio Vargas – Rio de Janeiro
Prédio residencial na Rua Cupertino Durão, Leblon – Rio de Janeiro
Sambódromo – Rio de Janeiro
Hospital da Lagoa – Rio de Janeiro
A obra de Athos segue influenciando artistas da nova geração. E com a Moda não poderia ser diferente. Ronaldo Fraga, Maria Bonita, FIT e Constança Basto são algumas das marcas brasileiras que beberam na fonte de Athos em coleções passadas e recentes…
Fotos: reprodução