Irônica coincidência, se é que coincidências existem. Ontem, no mesmo dia da morte de Oscar Niemeyer, recebi o convite para o “renascimento” de sua filha, Anna Maria Niemeyer, que morreu em junho passado. Renascimento porque será inaugurada a exposição “Anna Maria Niemeyer”, no mais nobre dos espaços do Rio de Janeiro, reunindo o acervo da grande designer, galerista e colecionadora, uma precursora, olhar atento e arguto, que tantos nomes, hoje grandes, identificou, lançou, prestigiou, difundiu. A mostra reunirá obras dela bem como de outros colecionadores celebrando a memória de Anna…
Isso poderá ser conferido a partir do dia 11, terça-feira, na abertura para convidados, no Centro Cultural Paço Imperial, com curadoria de Lauro Cavalcanti…
Convidam o Ministério da Cultura, o IPHAN, os colecionadores Helio Portocarrero, o Paço e a Associação de seus Amigos, e os colecionadores João Sattamini, Gilberto Chateaubriand, Vitor Arruda, Chico Cunha, Nelson Eizirik, que contribuíram com a mostra, cedendo obras de seus acervos particulares. O Rio de Janeiro cultural espera ter, na abertura, a presença da ministra da Cultura, Marta Suplicy…
A segunda coincidência irônica é que, se houver missa de sétimo dia para Oscar, ela deverá acontecer exatamente no dia 11, do renascimento de sua filha Anna Maria. E, na crença católica, no sétimo dia o morto renasce para a vida eterna…
Não sei se haverá, pois era ateu, mas Anna Maria mereceu missa e Niemeyer compareceu. Foi uma missa singela, comunitária, com a presença de Oscar em sua cadeira de rodas inspirando imensa tristeza. Este blog foi o único órgão da imprensa brasileira a registrar: Na Igreja Nossa Senhora da Paz …
Vai, Oscar, ser anjo curvo, ao lado do anjo torto Drummond…