O embaixador René Haguenauer me telefonou: “Hilde, nosso amigo Dino Trappetti está chegando e vou fazer um jantar pequeno, ele escolheu quem quer ver. Você conhece minha mesa, seremos oito, para recebê-lo como merece, depois do Oscar em Los Angeles: com fogos de artifício!”.
Aí, o querido René, com sua verve habitual, contou que faria o jantar no sábado da inauguração da Árvore da Lagoa, pois seu apartamento, numa rua paralela à Epitácio Pessoa, sem vizinho na frente das janelas, tinha uma boa vista para o show. E eu já fui antecipando tudo de bom que seria.
Os jantares do embaixador Haguenauer são sempre ótimos. Ele reúne o melhor da cultura, da inteligência e do refinamento. Da última vez em que lá estivemos, saímos junto com Tônia Carrero e a deixamos em casa. Como gostamos da Tônia!
Desta vez, éramos Vera Tostes, eufórica com o terreno do Detran conquistado para o Museu Histórico Nacional (e para isso teve o grande apoio do Angelo Oswaldo, presidente do Ibram). Gisella Amaral foi toda de crochê bege-dourado, obra da fa-fabulosa Fafá Bogea. Dayse com o marido supermédico Rômulo Mene. O homenageado Dino Trappetti e nós.
Depois de me apresentar aos carinhos de Beau Geste (seu cão yorkshire terrier), René deu-me um cálice de absinto, hummmmmm, enquanto falava de seu propósito de doar a bela pinacoteca, que reúne Dalí, Miró, Mabe, Moore, Volpi, Scliar, Tomie, impressionistas, só qualidade, para um museu de cidade do interior de São Paulo, estado de origem do saudoso embaixador Alcides Guimarães, com quem compôs o acervo tão importante durante várias décadas, em viagens e endereços por várias cidades do mundo. Para fazer a doação, conta com a orientação da presidente do Icom no Brasil, Maria Inês Mantovani.
Beau Geste é casado com uma Dachshund, o popular cão “salsicha”, Januária, presenteada a René pela Vivi Nabuco. Eles geraram um filhote “york-shund” muito charmoso. Os três transitam pelos sofás e obras de arte com total domínio do ambiente. Só não se acostumaram com o pipi na área de serviço. Dai que René precisou retirar todos os seus persas. Conformado, ele explicava aos amigos o motivo da ausência dos tapetes famosos.
Trappetti, o “homem do Oscar”, foi recebido com palmas. Quase todos bebiam vinho tinto – desde que os cardiologistas decretaram que faz bem para o coração, o uísque perdeu a vez.
Gisella Amaral não bebeu nada, “sou diabética”, informava. Também recusou a sobremesa. Ricardo ainda voltava de Cabo Frio, onde foi cuidar de assuntos do empreendimento no Peró.
O dr. Mene falava da novidade: Ômega de Camarão! Agora em dezembro ele recebe duas clientes Elsas chegando da Itália. A Martinelli, esta semana, sempre bela, fiel dependente de seus tratamentos dermatológicos. E a Gardenghi, que chega dia 11, com o Mauro, mais linda, depois do peeling a laser do Mene, feito aqui no Rio em setembro passado, e mais lépida, depois das células tronco no joelho, pelo dr. Carlos Henrique Bittencourt.
A entrada era uma sopa fria indiana de banana com curry – delícia! Prato principal, cuscuz paulista. Sobremesa, rocambole de laranja. As porcelanas eram Limoges. O jogo americano e guardanapos eram portugueses, bordados com flores e coração, da cidade de Vianna do Castelo. Brinde com Möet et Chandon. Tudo preparado pela cozinheira Cristina e servido pelo garçon Sérgio.
Os guardanapinhos de coquetel, puro linho, tinham no canto a figura de um buttler tradicional, com gravatinha, bordada à mão.
O show da árvore atrasou demais. Passamos à mesa. Entre a entrada e o prato principal, começaram os fogos. Corremos à janela, brindamos felizes, rimos. Adoramos a árvore. A mais bela de todas. A primeira tropical. Nossas florestas, papagaios, golfinhos, estrelas do mar, tudo tão Brasil! O verde intenso, o azulão. A primeira árvore “descolonizada”, sem neve nem símbolos norte-americanos ou europeus. Bom demais.
Voltamos à mesa, às histórias boas. Grupo pequeno com gente inteligente e inspirada é tudibom.
Um poire na despedida e, por fim, cada um deixou registradas suas impressões no livro de eventos do René. Muito agradável.
Ah, arranquei do Dino as únicas fotos que ele tinha do Oscar. Arrancar é a palavra mesmo, pois foi difícil conseguir, para mostrar a vocês o que foi o evento do qual ele acaba de retornar em Los Angeles, onde foi receber o Oscar de Piero Tosi junto com Claudia Cardinale. E se vocês não leram aqui no blog a respeito. Saibam aqui neste link Piero Tosi Recebe o Life Achievement Oscar
Agora registrem a súmula da sofisticação: Haguenauer + Oscar + Tônia + Beau Geste + Mantovani + Absinto + Vivi + Dalí + Miró + Mabe + saudoso Alcides + Trapetti + Angelo Oswaldo + Ômega de Camarão + crochê da Fafá + Poire na despedida + Livro de eventos + ser descolonizado + banana com curry + cozinheira Cristina + convidados do René + Claudia Cardinale + Piero Tosi.
Fotos Guto Costa/Bradesco Seguros – Divulgação
Golfinhos, cavalos marinhos e estrelas do mar e as marcas da seguradora, o que, sinceramente, compromete o gesto generoso com a população, fazendo da Lagoa mera plataforma publicitária. Exagero desnecessário, fissura antipática, pois todo mundo está farto de saber de que empresa parte a iniciativa.
Trappetti e sua sobrinha e colaboradora, na entrega do Oscar
Acima, Dino Trappetti, que já foi ator, em duas situações junto à grande escultura do Oscar
Dino Trappetti com Claudia Cardinale, que, ao fazer seu speech, representando o amigo estilista Piero Tosi, que não pode comparecer devido à saúde, declarou: “Passo a estatuera para o Dino Trappetti, pois é muito mais justo. Eu apenas vesti as roupas. O Atelier Tirelli, de Dino, executou todos os figurinos”. Ninguém se esquece das roupas fabulosas que Tosi criou para La Cardilane vestir no filme “Il Leopardo” e Tirelli executou o guarda roupa inteiro. Todos os figurinos de Tosi saíram do Atelier Tirelli.
Outro momento afetuoso de Cardinale com Trappetti na entrega do Oscar “Life Achievement” , em Los Angeles (Oscar por toda a Carreira)
Parabéns pra ele!! eu fui uma vez no atelier Tirelli em Roma com um italiano que conheci em Capri que era amigo do Dino!!!