Sei que vocês estão contando os minutos para o Curso de Museologia de Moda, que vai rolar no Rio de Janeiro, durante quatro dias, com a mestra Katia Johansen, uma das maiores especialistas do mundo no assunto, se é que não é a maior especialista, pois, além de ser curadora da Royal Danish Collection, é presidente do Costume Committee do ICOM – International Council of Museums – há mais de 30 anos! Mais sabedoria im-pos-sí-vel!
Afinal de contas, precisamos de profissinais que dominem o assunto, pois, em breve o Brasil terá, enfim, o seu Museu da Moda. E ele vai estar justamente no Rio de Janeiro. Mais precisamente, no Solar da Marquesa de Santos, em São Cristóvão, o bairro histórico.
Trata-se de uma parceria da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro com o Instituto Zuzu Angel de Moda, que cederá seu acervo ao museu, incluindo peças históricas da coleção política de Zuzu Angel e a coleção de Alta-Costura de Carmen Mayrink Veiga.
Pois nessa contagem regressiva até o Curso de Museologia da Moda, trago aqui para vocês uma seleção de cinco museus de moda importantíssimos, com seus fabulosos acervos e exposições, para que vocês os conheçam e entendam a sua relevância e expressão cultural.
Moda não é só frivolidade, como muitos pensam. Há muito se tem estudado seu valor como manifestação cultural e comportamental.
A Moda, da maneira como a entendemos, é uma manifestação recente, mas se analisarmos os trajes de diferentes povos ao longo dos séculos, perceberemos melhor não só a maneira como pensavam, mas, também, muito do que somos hoje.
A moda e os trajes são o espelho de nossa sociedade. Daí, a importância de preservá-los, para que as futuras gerações entendam as transformações do mundo.
O primeiro museu brasileiro da Moda está em fase final de restauração pela Fundação espírito Santo (foto). Será no Rio de Janeiro, no Solar da Marquesa de Santos, em São Cristovão.
MoMu – Mode Museum (Antuérpia, Bélgica): Em se tratando de Moda e Design, a Antuérpia é uma grande referência. A cidade abriga uma das escolas mais famosas do mundo, a Royal Academy of Fine Arts Antwerp, que formou uma série de nomes avant-garde da Moda nos últimos anos. Gente como Martin Margiela, Dries Van Noten e Ann Demeulemeester.
O MoMu (abaixo) está localizado exatamente ali, no meio do burburinho. O museu possui um acervo com mais de 25 mil itens, incluindo roupas, sapatos, acessórios e rendas, peças que datam do séc. XVI até os dias de hoje.
Acima, foto da vernissage da exposição Couture in Colour , em cartaz no MoMu
Musée Galliera (Paris, França): Também conhecido como Museu da Moda de Paris, o Galliera, conta com um acervo de mais de 70 mil itens, peças que contam a história da França, do séc. XVIII aos dias de hoje. A construção que o abriga, é um charmoso palacete do séc.XIX, que pertenceu a Duquesa Galliera. O acervo inclui roupas de Maria Antonietta, Luis XVII, o famoso vestido Givenchy, usado por Audrey Hepburn em Bonequina de Luxo, e peças de estilistas como Balenciaga, Balmain, Dior, Fath, Fortuny, Poiret, Saint Laurent e Schiaparelli. A coleção de roupas íntimas também é riquíssima, inclui corsets e crinolinas. Os acessórios, nem se fala! Uma variedade de joias, chapéus, leques, luvas, guarda-chuvas… Atualmente, o museu encontra-se fechado para reformas, mas reabre ainda este ano, no outono.
O Instituto Zuzu Angel manteve, durante oito meses, uma estagiária brasileira eviada para o Musée Galliéra, estudando e se aprofundando nas técnicas de conservação e exposição da indumentária histórica e alta costura, bem como na adminsitração do museu, no ano 1998. Um trabalho de observação profunda nos avessos da instituição, que agora nos é de muita valia
Fachada do lindo palacete do séc. XIX, que abriga o Museu Galliera, em Paris
MUDE – Museu do Design e da Moda (Lisboa, Portugal): O acervo do museu possui mais de 1.200 peças de moda, incluindo roupas assinadas por Gaultier, Saint Laurent, Chanel, Vionnet, Mary Quant, Vivienne Westwood e Dior, inclusive da coleção New Look, de 1947. O acervo também inclui mobiliário e joias dos anos 30 aos dias de hoje. Dentre as exposições temporárias, que o MUDE exibe no momento, está a interessantíssima O Fado e a Moda.
Imagem da exposição O Fado e a Moda, em cartaz no MUDE.
Museo del Traje Madrid (Madrid, Espanha): O museu conserva escassas, porém significativas peças dos séculos XVI e XVII, como um gibão feminino do final do séc. XVI. A coleção do século XVIII possui ótimos exemplares de trajes masculinos, como coletes, assim como uma rica coleção de casacas femininas. Do século XIX, há mais de 2.500 exemplares. No século XX, mais de 4 mil peças integram o acervo, incluindo nomes como Mariano Fortuny e seu famoso vestido “Delphos”. Do período esplendoroso da Alta-Costura, peças do mestre Balenciaga e desenhos de Pedro Rodriguez, Lino, Rosina, Natalio, Pertegaz e Elio Berhanyer, ajudam a contar a história da moda espanhola. O museu também possui uma importante coleção de indumentária tradicional popular da Espanha, com mais de 5.000 peças.
Um prédio moderno abriga o Museu do Traje, em Madrid.
The Kyoto Costume Institute (Kyoto, Japão): O museu acredita nas origens da moda, na influência dos trajes regionais no que somos e vestimos atualmente. Por isso, o Kyoto Institute parte, primeiramente, da análise e pesquisa de trajes tipicamente regionais, preservando inúmeros exemplares de diversas partes do mundo, ao longo dos séculos, além de documentos e outros itens relacionados a essa área de estudo. O museu também possui uma vasta coleção de estilistas japoneses consagrados, que firmaram o “japonismo” na Moda, como Yohji Yamamoto, Issey Miyake, Kenzo e Rei Kawakubo, incluindo 1.000 itens da Comme des Garçons. O acervo do Kyoto Institute vai do século XVII aos dias de hoje. E inclui muitos dos nomes que ajudaram a escrever a história da moda, como Dior e Chanel.
Acima, traje masculino do séc. XVIII, pertencente ao acervo do Kyoto Costume Institute.
Por isso, como contei a vocês no início deste post, visando formar mão de obra qualificada para o futuro Museu da Moda sediado no Rio de Janeiro, o Instituto Zuzu Angel está lançando o primeiro curso de Capacitação em Museologia da Moda, com aulas ministradas pela dinamarquesa Katia Johansen, curadora da Royal Danish Collection e presidente do Costume Committee do ICOM – International Council of Museums.
Interessados, entrem em contato com zuzuangel@zuzuangel.com.br
Caríssima Hildegard Angel sou sua vizinha aqui no museu da moda, tenho 2 casacos de pele e 6 estolas que herdei da mãe e da esposa do meu padrasto. São de pele de animais, mas não sei quais. Gostaria de saber se lhe interessa comprar, desculpa lhe fazer essa proposta mas minha mãe está precisando fazer uma cirurgia nos olhos e estamos sem plano, então resolvi lançar mão dos casacos, tentei mas por ser animal não consegui vender e como é um museu estou tentando ver se lhe interessa. Não tenho valores.Agradeço antecipadamente. Seu caseiro me conhece, sou protetora de 28 gatos.Tenho fotos e posso deixar os casacos aí para a senhora ver compromisso. 99763-2392/999318890 Ana Cristina De Sá Guiglianelly.
Amaria poder conhecer este lindo lugar tenho somente 13 anos mais desde que me conheço me interesso na moda
esta faltando colocarem este museu informativo
Com todo o respeito pelo trabalho realizado, e sem lhe querer tirar o mérito, o assim chamado “Museu da Moda de Canela” se trata de uma instituição com perfil comercial, cujo escopo é a realização de cópias, réplicas de roupas de época e de personagens, o que não se adequa à terminologia Museu, de acordo com o conceito museológico da reportagem.
Com os parabéns pela iniciativa e, quando formos focalizar instituições do gênero, a de Canela será seguramente a primeira contemplada.
Tenho grande interesse em fazer o curso, mas liguei e mandei email e não obtive respostas ainda sobre como proceder para fazer minha inscrição, a Senhora possui algum detalhe ou outro telefone para contato?
Por favor, Elis Marina, como estou no exterior, agradeço-lhe fazer contato com (21) 9972-5948 para obter maiores informações
Estou guardando um acessórios dos anos 80 para doar ao Museu Zuzu Angel… E um sapato com detalhe em prata e ametista. Se houver interesse falaremos no momento oportuno
Querida, a professora Celina de Farias vai lhe procurar para falar com você diretamente sobre o assunto. Obrigada por se sensibilizar com a causa da memória da moda no Brasil, o que é fundamental para a nossa cultura e para a valorização e o reconhecimento da importância da atividade como manifestação de expresssão artística. Você, como ninguém, para saber disso, já que é também uma artista do elenco da moda brasileira. Beijos Hilde