Foi na sexta-feira. Mal havia iniciado o aguardado recital do maior violinista da atualidade, o americano Joshua Bell, quando, ainda nos primeiros 10 minutos da Sonata de Mozart, os dedos mágicos do músico acariciando seu famoso Stradivarius de seis milhões de dólares, que voa numa poltrona de primeira classe junto à dele, quando se escuta um barulho esquisito e o violinista se retira rápido do palco do Municipal, para retornar minutos depois. A corda do violino poderoso havia se rompido!
A corda do Stradivarius de Joshua Bell se rompeu nos primeiros minutos do concerto
Se até a corda de um Stradivarius de seis milhões de dólares se parte, por que não se arrebentará a corda do lado dos mais fracos?
No Brasil, a corda da crise médica brasileira arrebentou na cabeça dos médicos cubanos.
Chegaram todos animados, felizes com a ideia de virem ajudar e fazer o bem, e foram recebidos com pedras, ofensas, xingamentos, “corredor polonês”, preconceito racial e de classe. Não houve ninguém em nossa imprensa esperta que fizesse o mínimo esforço de puxar pela memória e lembrar a importância que os médicos de Cuba tiveram, aqui pertinho, bem ao lado de nós, cariocas, em Niterói, durante o primeiro governo do prefeito Jorge Roberto Silveira, de 1989 a 1992, quando foram trazidos daquela ilha do Caribe para o “município irmão” de Havana, onde introduziram o programa “Médicos de Família”. Eles iam de porta em porta, nas comunidades pobres, nas favelas, visitando cada residência, consultando família por família, morador por morador, todos com sua caderneta de controle de saúde, realizando visitas periódicas.
As unidades dos Médicos de Família de Niterói até hoje são um sucesso. Elas se tornaram modelo copiado em diversas cidades do mundo, e Niterói passou a ser a melhor cidade em qualidade de vida do Estado do Rio de Janeiro e a 3ª do Brasil.
Isso não foi há muito tempo, foi ontem. Os médicos vieram, trabalharam, ajudaram, formaram equipes, criaram amizades e laços em Niterói, transmitiram seus conhecimentos e retornaram a Cuba. Não há registros de pedidos de asilo político de qualquer deles no Brasil.
Os médicos cubanos executaram em Niterói, a nossa amorosa Nikiti, um trabalho virtuoso, digno de um Stradivarius de seis milhões de dólares. Com a diferença que seus serviços competentes não custaram tal preço e muito menos sua corda se rompeu nos primeiros 10 minutos do trabalho.
O Médico de Família de Niterói vai de casa em casa, família em família, paciente em paciente, metodologia introduzida pelos médicos cubanos, num programa entre as duas cidades irmãs – Niterói e Havana.
Eu me pergunto se os médicos brasileiros sabem quem foi Hipocrate ?????!!!!!!!!!
Acho que não, porque vendo a qualidade do serviço que eles prestam a população, acho que fica dificil para eles conseguirem ler e entender. vergonha do pais essa classe de médicos.
Parabéns Hildegard pour defender o trabalho dos médicos cubanos no Brasil. Espero que la nos rincões e na periferia, onde prefeitos desviam dinheiro da saude, da educação e infraestrutura, eles tenham garra para tratar da população, que sofre bastante com a falta de tudo.
Concordo que as vaias aos cubanos foi triste. O que me diz das vaias a Yoani Sánchez?
Lindo trabalho!!!
Viva Hilde! Viva Cuba!!!
Excelente comparação. E por falar disto, aviso aos navegantes que o primeiro médico que me falar merda sobre o Mais Médicos vau levar PORRADA NA CARA. O papo e a civilidade acabaram, agora é guerra.
Excelente!