Meu jantar no gramado do Maracanã, entrando pelo túnel dos jogadores, aos gritos da torcida

Já jantei nos lugares mais sensacionais. Do Palácio de Versailles aos salões forrados por obras primas do Musée Russe, em São Petesburgo, das profundezas de uma cave na Toscana, ouvindo a voz de Maria Callas, à Muralha da China, debruçada nela, mordiscando um sanduíche embrulhado em papel, enquanto o sol quase se punha, lá pelos idos de 1979…

Mas a glória das glórias eu vivi aqui mesmo, semana passada, jantando sobre o gramado do Maracanã, onde foi montada tenda com teto e paredes transparentes, lustres de cristal inacreditavelmente enormes, com a presença de 400 comensais, distribuídos em mesas redondas de 10 e uma longa mesa principal.

Poxa, jamais pensei sequer em pisar no gramado do Maraca, que dirá jantar em cima dele! E mais: adentrar na grande área, atravessando o mesmo túnel usado pelos jogadores e com a sonoplastia das torcidas em alto volume repercutindo lá dentro, como se o estádio estivesse lotado em noite de decisão de campeonato. Ah, emoção! Eu me senti uma atleta de fato… mas era puro delírio… Não, não era, pois olhei para o lado e quem estava, assim, rentinho a mim? O Raí! Ué, será que vou mesmo participar de uma partida?  Ah, pretensão!

Naquela noite, o prato principal ainda não era o Flamengo, perdendo de 2 a 1 para o Verdão. Era a entrega, pela Câmara de Comércio França-Brasil – CCFB, do Prêmio Personalidade França-Brasil 2015, homenageando Olivier Ginon, presidente e fundador da GL events. Trata-se do empresário com visão, que arrendou o Riocentro por 50 anos e, a partir disso, colocou seu pezinho determinado e produtivo no mercado brasileiro, realizando grande parcela dos eventos da Copa do Mundo, e agora fará o mesmo nas Olimpíadas 2016.

Ginon também tem a gestão, no Rio, da HSBC Arena, e foi sua GL events a responsável pela ampliação e a modernização do São Paulo Expo Center, sob sua gestão desde 2013. A GL não é uma empresa, é um grupo de empresas com atuação multinacional, um dos maiores do setor de eventos e exposições no mundo, com contínuo foco no mercado brasileiro.

Noves fora tudo isso, o Ginon é um cara simpaticão, que conta coisas divertidas em seus discursos, como por exemplo que ele não sabia quem era a Beyoncé, quando recebeu um telefonema sugerindo que pagasse uma montanha de milhões para trazê-la para a abertura da Copa, e como o Raí estava ao lado dele justo nessa hora, perguntou ao craque se valia a pena gastar aquela nota toda com a cantora. Foi o Raí quem endossou a contratação. E tivemos a Beyoncé! Aliás, Ginon também não havia ouvido falar no Raí, quando este lhe foi apresentado, ele nos revelou, arrancando risos gerais…

Ginon só pode ser gênio: gravita no mundo do showbiz, dá as cartas no pedaço, e de nomes famosos só parece conhecer Euro, Dólar, Libra, Yen e Rugby, seu esporte favorito… pensei com meus botões, enquanto me deliciava com a proximidade dos bastidores de um homem tão poderoso e cercada por outros homens de igualmente grandes poderes.

Estavam o presidente da Nissan, o presidente da L’Oréal, o presidente da Firjan, a mesa de Siqueira Castro Advogados, que acaba de ser premiado O Melhor Escritório do país, a mesa da Amil, com seus diretores, poder, poder poder.

A entrega do prêmio foi feita pela bela libanesa franco-brasileira presidente da CCFB, Claudine Bichara Ghosn Oliveira – poderosa por parte dela mesma, CEO da Netune, pioneira em soluções de TI, que desenvolveu o NETpagamento, dos primeiros serviços de pagamento via internet no Brasil, e poderosa por parte do irmão, Carlos Ghosn, presidente e diretor executivo da Renault-Nissan, um dos quatro principais grupos automobilísticos do mundo.

Tratava-se da 15ª edição do prêmio da CCFB e, não bastasse o cenário excepcional, todo iluminado em bleu-blanc-rouge, uma metade do estádio, e em verde e amarelo, a outra metade, foi escalada uma Seleção de Ouro para assinar o menu da noite: os chefs craques Roland Villard, Frédéric Monier, David Mansau, Flávia Quaresma e os chefs-revelação Ricardo Lapeyre e Elia Schramm. Todos chamados ao palco no final, para aplausos consagradores ao cardápio, que vou descrever brevemente:

Abóbora, vieiras e camarões para a entrada, filé de robalo grelhado e paleta de cordeiro para o prato principal, e, para a sobremesa, apoteose de maracujá com fava de amburana, cacau e framboesa. Nhamnhamnham…

E last but not least, também foi chamado ao palco nosso time campeão de Rugby, esporte xodó do Ginon, o Guanabara Rugby, que o presenteou sua bola vitoriosa.

Eu, que não ganhei bola, nem tenho bola de cristal, já antevejo um tremendo aporte de patrocínios para o rugby nacional, com o Ginon dando o pontapé inicial nessa bolada, para prestigiar seu esporte do coração nos gramados locais. E de gramado ele entende, o do Maracanã que o diga… Terminado o jantar, retirada a parafernália, a grama estava impecável, perfeitinha, para a a vitória de ontem do Palmeiras sobre o Fla. Tristeza! ;(

 

CCFB 04Laurent Bili – Embaixador da França no Rio de Janeiro

Laurent Bili – Embaixador da França

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Ariana Sabatier (esposa) e Patrick Sabatier – Diretor Relações Institucionais Brasil na L’Oréal e Maria da Conceição Ribeiro – Presidente da Codin – Cia. de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro

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Emmanuelle Boudier – Diretora Executiva da Câmara de Comercio França-Brasil Rio de Janeiro e Alexandre Bazire – adido olímpico e paralímpico do consulado da França no Rio de Janeiro.
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Olivier Ginon – Fundador e presidente da GL events e Claudine Bichara – Presidente da Câmara de Comércio França-Brasil do Rio de Janeiro

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Chef Roland Villard

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Olivier Ginon

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Claudine Bichara e Octávio de Barros – Economista Chefe do Bradesco

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O advogado Carlos Roberto Siqueira Castro, Claudine Bichara e Cristina Alvarenga

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Francois Dossa, presidente da Nissan Brasil, Olivier Ginon e Claudine_Bichara

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 Dossa e Ginon

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Hilde, Claudine Bichara e Cristina Alvarenga, com o Maracanã em bleu-blanc-rouge

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Jean-François Laborie, cônsul-geral adjunto da França no Rio de Janeiro, Alexandre Bazire e Raí, o Gol de Letra

Fotos Tasso Marcelo da Agence France-Presse

Nota posterior: Oh, memória fraca! Já havia pisado no gramado do Maracanã, sim! Foi em 1980, no show do Frank Sinatra, com direito a gargarejo na fila dos convidados VIP, depois de ter tido a sorte de almoçar em mesa de quatro com Barbara Sinatra, em casa de Glorinha Pires Rebello, então Gomes de Almeida – Glorinha, Barbara, Odile Rubirosa e eu, que sugeri à mulher do Sinatra que ele vestisse uma camisa do Flamengo no show no estádio do Maracanã. Ele não vestiu a camisa, mas a exibiu no palco. Para essa flamenguista de fé, já estava de bom tamanho, olé!

2 ideias sobre “Meu jantar no gramado do Maracanã, entrando pelo túnel dos jogadores, aos gritos da torcida

  1. Se o prato fosse de bacalhau haveria uma indigestão total pois nos 5 últimos confrontos entre o Flamengo e o Vasco o Urubu saiu chamuscado e só não foi comido por ser um prato insosso.
    Mas, como diziam os patrícios, O FREGUÊS TEM SEMPRE RAZÃO!

  2. Parabéns, querida Hilde, não sei se foi antes ou depois, mas as forças armadas francoanglicanas já evadiram-se para o território do Estado Islâmico(pedaço de terra aonde os terroristas estão instalados). Tenho a Divina Esperança que chegue lá como uma praga da passagem dos hebreus no rio em seu primeiro êxodo, liderados por Moisés. Bom apetite e Grande Beijo.ALS.

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