Desde as seis horas da manhã, os amigos de Bethy Lagardère, do mundo inteiro, estão sendo assombrados por mensagens, supostamente enviadas por ela, pedindo ajuda, como se estivesse sofrendo sérias dificuldades.
Pedindo total discrição, relatando violências sofridas no Mali, na África, onde estaria e teria sido assaltada e ficado sem o celular e todos os cartões de crédito, a suposta Bethy fala de um verdadeiro “pesadelo”, em que não lhe restaria sequer um tostão no bolso, e pede ao destinatário que lhe envie 3 mil e 500 euros!
Ela dá o endereço para ser feita uma remessa através através de qualquer escritório do Western Union para a Avenue Al Quods Medina Coura, na capital, Bamako, BP15, no Mali, para que ela possa pagar seu hotel e a passagem de volta. Promete fazer o reembolso assim que retornar. Escreve isso num francês impecável, pedindo o mais absoluto sigilo.
Mas, tranquilizem-se queridos, trata-se de tremenda vigarice de um hacker espertalhão que invadiu a caixa de correio eletrônico da Bethy!
Desde as seis horas da manhã o frenesi é grande nas cidades do Rio de Janeiro, de Belo Horizonte, de Juiz de Fora, de Salvador, Bahia, de Paris e onde mais Bethy circula e tem amigos, quiçá no Qatar one mora sua best friend, a sheika… alguns até especulando que tivesse sido sequestrada.
Enquanto isso, a bela Beth pega um bronze na sua casa em Moustique, com todos os computadores e telefones desligados para não ser hackeada ainda mais; totalmente incomunicável, sem poder avisar aos amigos sobre o que está se passando de fato.
Mas quem tem madrinha não morre pagã. Cá estou eu para contar o que se passa, esclarecer tudo e tranquilizar a tropa de choque que já se prepara para enviar os euros para o Mali, o que resultaria num montante de corar de humilhação até os apoiadores do Delúbio Soares.
A saber: Marília Pêra, Beth e Carlos Alberto Serpa, Miguel Falabella, Nélida Piñon, Myrian Dauelsberg, Roberto Halbouti, Douglas Fasolato e mais e mais e mais… Preocupados, eles trocavam telefonemas e já estavam prontos para abrir a carteira, fazer uma vaquinha e apoiar a amiga bilionária Bethy, suposta vítima dos malvados maleses.
É Hildezinha de utilidade pública na linha de frente dos acontecimentos internacionais.
Bethy Lagardère
Foto de Marcelo Borgongino