Nesta terça-feira, na capela do Cemitério São João Batista, a afetuosa e terna despedida de Alice Tamborindeguy, pelas suas filhas, as netas e o caleidoscópio de amizades.
Coroas de flores em profusão, de Gilberto Gil e Flora ao clã Pitanguy, que também compareceu em peso, liderado pelo Ivo.
Antes do fechamento da urna, padre Marcos fez uma oração de despedida, um Pai Nosso.
Alice Maria, a filha política, fez o elogio da mãe exemplar, em nome de sua família.
Narcisa lembrou da mãe enérgica, porém carinhosa, que chamava as filhas à realidade, que as criou e as ajudou a criarem suas filhas, e em alguns momentos deu conta de todo o recado sozinha. Foi pai, foi mãe, foi generosa, foi corajosa, foi amiga, foi braço forte, foi tudo.
Falaram todas as netas, Catharina, Mariana, Nicole, nessa ordem, cada uma com seu estilo, e todas falaram bonito e com emoção.
Sobre o corpo de Alice, as netas colocaram uma almofada de piquê bordada com frase enaltecendo “a grande avó”. Nas mãos, ela levava um terço. Sobre o corpo, foram postos dois quadros de pinturas feitas por suas filhas quando meninas. Alice mãe partiria como uma Cleópatra dos tempos modernos, levando com ela para a tumba seus maiores tesouros: as lembranças das filhas e das netas.
Chegado o momento, acorreram os homens com braços fortes, para ajudar a apertar os pinos e segurar as alças do caixão de Alice. Eram o Caco Gerdau, pai de sua neta, Catharina, o Lao, amor-companheiro de sua neta, Mariana Boni, o cirurgião plástico Paulo Müller, grande amigo da Narcisa, bem como o DJ Serge Imsomnia.
Tal e qual suas famosas antigas recepções, em que o ponto alto eram os doces de seu restaurante Roseira, na Via Dutra, a despedida da matriarca Tamborindeguy somou todas as tribos da cidade, num mix inusitado: do neto de Brizola ao dono do Ibope, Carlos Augusto Montenegro; da repórter Glória Maria ao designer de lunettes Julinho Rêgo; do fotógrafo de festas Geraldo Valadares à socialite Maria Pia Marcondes Ferraz.
Todos unidos pela mesma tristeza e a mesma sensação de irreparável perda.
Na Igreja da PUC, o reitor padre Pedro oficiou a missa de 7º dia em ação de graças pelo médico angiologista Antonio Luís de Medina.
Membro imortal da Academia Nacional de Medicina, Medina foi professor da sexagenária Escola Médica de pós-graduação da PUC, onde formou cerca de 130 cirurgiões vasculares, transferindo-lhes, além do saber científico, a noção da responsabilidade de médica, priorizando a vida humana acima de qualquer reivindicação de classe. Era famosa sua postura de “fura greves”, junto com sua equipe, quando isso se fazia inevitável, em nome da sobrevivência de algum paciente.
Os maiores nomes de nossa medicina eram vistos na igreja. Professor Ivo Pitanguy, com sua filha, Gisela Pitanguy, professor Barros Franco, o oftalmologista Almir Ghiaroni, Otavio Vaz, Sergio Novis.