Se há alguém nesse mundo que pode chamar um museu de Lar Doce Lar este é Gilberto Chateaubriand. Só mesmo um prédio das dimensões do MAM, no Rio de Janeiro, para abrigar toda sua prole, a maior coleção de arte brasileira, em torno de 7.000 obras.
Essa grande “família” foi sendo perfilhada por Gilberto ao longo de várias décadas, com sensibilidade e um extraordinário tino.
O primogênito foi um quadro de Pancetti, presenteado a ele pelo pintor em seu atelier, em 1953, durante uma viagem à Bahia. Gilberto tomou gosto e adquiriu outras obras do artista, e também de Scliar, Ismael Nery, Lasar Segall e outros que marcaram aquela década.
Dono de privilegiado olhar clínico para a arte, na função de diplomata em Paris, adquiriu obras de estrangeiros, retornando ao Brasil já determinado a focar sua coleção nos artistas brasileiros. Vieram os modernos Guignard, Di, Djanira, Tarsila.
Ingressou na década de 60 com o faro atilado. Habitué dos estúdios dos artistas, amigo dos galeristas, Gilberto, menos do que um enricado colecionador, sempre foi visto como uma chancela, passaporte para a consagração de quem tivesse obra adquirida por ele. Um crítico sincero e sem rodeios, um amigo. Um insider com ingresso no tão restrito e restritivo mundo paralelo em que transitam, vivem, trocam, vibram, disputam, sofrem e criam os sensíveis das artes plásticas.
É ele quem, nos anos 60, percebe o potencial de novos artistas emergentes e soma ao seu time de consagrados os caçulas Glauco Rodrigues, Carlos Zilio, Rubens Gerchman, Carlos Vergara, Duke Lee , Antonio Manuel.
Em seguida, no fim da década, virão nomes, hoje unanimidade no mercado internacional, como Waltercio Caldas.
Nos anos 80, novas aquisições de Gilberto projetam Jorge Guinle Filho e leda Catunda. E ‘a filharada’ não tem limite.
O crítico Roberto Pontual pontua que, através da coleção de Chateaubriand, “a arte brasileira do século XX, do modernismo à contemporaneidade, tem a sua mais completa e melhor ilustração”.
Em 1993, Gilberto Chateaubriand transfere, em regime de comodato, seu acervo ao MAM/RJ, dando ao público oportunidade de conhecê-lo, através das exposições, também em outras instituições do Brasil e do exterior.
Gilberto hoje é fazendeiro em Porto Ferreira, São Paulo, onde planta laranja e cana-de-açúcar e guarda pequena parte de seu acervo – são os ‘filhos preferidos’.
Na sexta-feira, no restaurante do Museu de Arte Moderna, incontáveis amigos de Gilberto Chateaubriand se reuniram e, torno dele, em almoço de 90 anos organizado por seu filho, Carlos Alberto, e sua nora, Sylvia. Foi uma tarde vibrante, feliz, espontânea. Uma festinha em casa. Na casa da grande família de Gilberto Chateaubriand e seus 7.000 rebentos.
Gilberto Chateaubriand ladeado pela nora, Sylvia, e o filho, Carlos Alberto Chateaubriand
Gilberto Chateaubriand e Carlos Vergara
Com Waltércio Caldas, sua descoberta, seu lançamento, seu orgulho
Maria Helena e Sergio Chermont de Britto
João de Orléans e Bragança, Mirtia Gallotti e Marcelo Torres
Lucia e Leonel Kaz
A amiga Lyra Lima Rocha
Com a curadora de arte Vandinha Klabin
Beatriz Milhazes, Vanda Pimentel, Vergara e Tereza Miranda
O embaixador Márcio de Oliveira Dias, Sonia Romano e Gilberto
E o primeiro pedaço foi para… a gravadora Tereza Miranda!
Gilberto Chateaubriand e Norma Rodrigues, viúva de Glauco Rodrigues
Milhazes, Chateaubriand e Emílio Kalil
Gilberto com Cláudia Noronha
Olimpio Pereira, outro admirador
Aperto de mão do marchand Max Perlingeiro
Vergara e Carlos Alberto Chateaubriand
Chermont assiste ao encontro dos colecionadores Gilberto Chateaubriand e João Maurício de Araujo Pinho
Obras de arte e seus cachorros, representados no bolo de pois
O ortopedista Carlos Giesta
Amigos lotam o restaurante do MAM, com seus aplausos, sua presença e a vibração – quantos chegam aos 90 somando tantas legítimas admirações, afetos assim multiplicados?
Hora dos discursos
Fotos de Sebastião Marinho
Materia impecável, muito bem escrita e ilustrada que evidencia o especial carinho da jornalista para com o homenageado, neste caso, o colecionador Assis Chateaubriand, por ocasião das comemorações aos seus 90 anos. Há cerca de duas décadas, tive a satisfação de conhecê-lo durante vernissage em uma galeria de arte recém inaugurada no Rio de Janeiro. Naquela ocasião fomos apresentados pelo Antônio, arquiteto amigo do saudoso Augusto, designer de sapatos, que me acompanhava.. Uma personalidade rara, de grande generosidade, com a qual este jovem colecionador teve o privilégio de trocar impressões sobre esse fantástico mundo das artes. Daquela ocasião, guardo as melhores memórias. Parabéns!!!
belo trabalho. amei as fotos. parabens Hildegard angel
Gostaria só que ele olha-se meus desenhos!Somente isso…
Conheci o Sr Gilberto em um restaurante em Santa Cruz das Palmeiras,é um homem muito fino,simpático,humilde e detalhe….não parece ter 90 anos de jeito nenhum!!
Hilde, esse paraibano era o Cara…agora cá pra nós…eu não queria nem ser político nem membro influente da classe A…ele sacaneava demais…até calcinha de madame ele publicava…Nordestino por derradeiro…aqui eu não como mais nem o filé a Chateau…só leio o jornal do Francisco Pessoa de Queiroz.
Você certamente está se referindo ao Assis Chateaubriand e não ao Gilberto Chateaubriand
Craque Gilberto Chateabriand!