Depois da bomba de hoje do Wikileaks, com a revelação das verdadeiras intenções tucanas, Serra e companhia, em relação ao Pré-Sal, que eles pretendiam MESMO entregar aos estrangeiros, vamos hoje também falar do Wikileaks…
Esse caso está parecendo teatro de Ionesco: um completo Absurdo. Depois da porta arrombada, o que fazem os Estados Unidos? Em vez de colocar a tranca, isto é, apurar suas próprias responsabilidades e se precaver para que fatos como esse não se repitam, resolve satanizar o jovem dono do blog, que não foi quem vazou, apenas divulgou as informações vazadas que recebeu. Como também fizeram, e estão fazendo, o New York Times, o Times, o Corriere della Sera, o Der Spiegel, O Globo, a Folha…
E por quê pegam para Cristo apenas o Wikileaks? Para desacreditar a internet como veiculo de imprensa, naturalmente. Como se para os Estados Unidos só valesse o princípio da liberdade de expressão para a imprensa impressa, para os grupões de mídia consolidados. Para a internet, não vale. Isto é, se um “brown envelope” com os segredos norte-americanos encaminhados ao Wikileaks fosse entregue primeiro na portaria do NYT e este publicasse não haveria problema, pois para ele conta o princípio da liberdade democrática de imprensa, para o Wikileaks não…
E a ultradireitista Fox News, botando a maior pilha contra, leva o próprio povo americano a, inacreditavelmente, contrariar a Primeira Emenda de sua Constituição e se opor, em quase 80% (segundo pesquisa), à divulgação dos segredos pelo site. Absurdo, absurdo – Ionesco, Beckett, Kafka, tudo junto e misturado…
Não satisfeitos, os EUA resolvem calar o australiano Julian Assange e recorrem à Suécia, que vai buscar um processo que uma zinha tentou armar contra ele no país, e que na ocasião o juiz, ao receber a queixa, achou tão absurda que a desqualificou, arquivou, deixou pra lá. Não foi sexo consensual, não, foi mais que isso. Assange não queria, não estava interessado, ela quis, foi atrás, perseguiu, conseguiu e, no meio do ato, sabe-se lá por quê motivo, o preservativo se rompeu. E aí isso, depois do vazamento dos documentos americanos, virou acusação de estupro contra ele (na Suécia, sexo sem preservativo é considerado um tipo leve de estupro), pode?!!!!…
E querem prato mais saboroso para a imprensa que, por princípio e vocação é sensacionalista, do que uma acusação de estupro? Ninguém explica nada, a gente só ouve nos telejornais “estuprador” pra cá, “estuprador” pra lá. Sem esquecer o “foragido’…
Mas Julian Assange não saiu de casa, não trocou de endereço, morava onde sempre viveu na Inglaterra, mantinha-se em contato com a polícia britânica, mesmo assim a imprensa mundial passou a rotulá-lo de “foragido” e ponto. E foi preso! Apenas como “suspeito de estupro”, sem julgamento, sem conclusão de inquérito, sem nada! Obviamente, ele tem toda a razão de estar com receio de ser extraditado para a Suécia e, de lá, para uma Guantanamo da vida, pelos EUA, e nunca mais dele se ter notícia…
Julian Assange errou em ter divulgado o vazamento? Foi inconsequente? Irresponsável? Talvez sim, certamente. Mas não fez diferente do que o resto da imprensa faria e está fazendo… Graças a Deus!