Nesta quarta, 9, a posse do romancista baiano Antonio Torres na Cadeira 23 da Academia Brasileira de Letras, sucedendo ao acadêmico Luiz Paulo Horta, morto ano passado. A imortal Nélida Piñon fará o discurso de recepção do novo imortal, que já recebeu o Prêmio Machado de Assis da ABL pelo conjunto de sua obra e foi um dos ganhadores do Prêmio Jabuti de 2007 com o romance Pelo fundo da agulha.
Com cenários rurais, urbanos e da História, os livros de Antonio Torres têm merecido repetidas edições no Brasil, além de traduções em Argentina, Cuba, Estados Unidos, França, Espanha, Alemanha, Itália, Holanda, Inglaterra e Israel.
É alentador ver o ingresso de um escritor de fato numa academia de letras. A nossa ABL.
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Por falar em imortalidades, perguntei à acadêmica Nélida Piñon quais seriam os eventuais “noivos” candidatos a subir ao altar da Casa de Machado de Assis na próxima primeira oportunidade. Com um ar malicioso, ela deixou escapar que melhor informante do assunto seria seu cãozinho. Pois é quando começam a escrever poesias e dedicatórias “ao Gravetinho”, que ela percebe a segunda intenção do autor pretendente.
Outro dia, no entanto, chegou em casa um cartão “ao Esqueletinho”. Distração sem qualquer prejuízo à imortalidade do autor, pois a remetente era, ainda bem, mulher de um acadêmico já sagrado, fardado e emplumado, o Tarcísio Padilha.
Nélida por fim, e depois de muita insistência, revelou que a mais mais nova poesia dedicada “ao Gravetinho” traz a assinatura de Gilberto Gil, hummmmm…
Sou favorável ao fechamento dessa Academia. Ela pode ser de encontro de velhinhos simpáticos mas não Academia de letras. Sarney, Marco Maciel, Merval Pereira, FHC….Machado de Assis deve revirar no túmulo e soltar aquelas frases sarcásticas que só ele consegue criar quando vê essa situação. Em nome do “Custo Brasil” que essas figuras tanto repetem.