Na segunda-feira, a partir das sete da noite, na Travessa do Shopping Leblon, o escritor-ator Sergio Fonta lança o livro Rubens Corrêa, um salto para dentro da luz, primeira biografia escrita sobre aquele ator inesquecível, que faria 80 anos amanhã…
Rubens Corrêa foi um dos maiores atores do Brasil. Para alguns, e não poucos, o maior. Quem o assistiu em cena jamais o esqueceu. Diário de um louco, que ele interpretou com 33 anos, Marat-Sade, ainda nos anos 60, O assalto, O arquiteto e o imperador da Assíria, Hoje é dia de rock, O beijo da mulher-aranha, mais que tudo, Artaud!, entre dezenas de outros, transformaram-se num legado apaixonado de quem amou o teatro como poucos…
Nascido em Aquidauana, Mato Grosso do Sul, em 23 de janeiro de 1931, e morto em 22 de janeiro de 1996, no Rio de Janeiro, Rubens Corrêa construiu sua carreira ao lado do diretor e também ator Ivan de Albuquerque. No Teatro Ipanema, a dupla emplacou seus maiores sucessos. Rubens não se limitou ao teatro. Ele realizou belos trabalhos também no cinema, em Na boca da noite e Álbum de família, entre outros. Na televisão, em novelas como Partido alto, Kananga do Japão e Pantanal; em Especiais, como O Bispo do Rosário, ou seriados, como Decadência, de Dias Gomes, na Rede Globo…
Amou o teatro, a poesia, a música, a vida e o ser humano. Com toda a sua proclamada genialidade cênica, era uma pessoa gentil, atenciosa, sem um pingo de arrogância – enfim, tinha o comportamento dos iluminados. Um nome para não se esquecer. Agora, ficará para sempre lembrado também em livro…
Ir em cortejo à Livraria da Travessa, para reverenciar a memória dessa lenda dos nossos palcos, é o que se espera daqueles que, efetivamente, amam o teatro e tiveram o privilégio de se alimentar do fogo sagrado desse ator fabuloso ao assisti-lo em cena…
Cena do espetáculo George Dandan. Rubens Corrêa ao centro, ao lado de Fernando Eiras, Leyla Ribeiro e Nildo Parente
Rubens Corrêa com Dina Sfat no filme Álbum de família, a partir da peça de Nelson Rodrigues
Tônia Carrero abraça Rubens Corrêa, no lançamento do livro Artaud, a nostalgia do mais
O autor e ator Sergio Fonta conheceu Rubens Corrêa nos anos 70, bem jovem, quando começava sua caminhada, ainda como repórter, trabalhando no Jornal de Ipanema e no Jornal de Letras. Entrevistou-o diversas vezes durante a vida mas, desde a primeira vez, surpreendeu-se com seu carisma, sua inteligência e sua generosidade. Mais impactado ainda ficou quando assistiu à montagem histórica de O arquiteto e o imperador da Assíria, no Teatro Ipanema, em que Rubens contracenava com José Wilker, então surgindo como ator: acabou repetindo a dose por oito vezes…
(Foto de Anderson Rocha)