Hoje, acabo de perder a minha melhor amiga: Rosinha Serzedelo Machado Fernandes. Deficiência respiratória.
O velório será amanhã, quinta-feira, no Memorial do Carmo, a partir das 13h. Cremação às 17h.
Ela deixa o viúvo, Hélio Fernandes (que há 52 anos pratica um jornalismo combativo no seu jornal “Tribuna da Imprensa” – hoje no online), os filhos, Carolina, Isabela e Bruno, e os netos, todos muito queridos. Era totalmente dedicada à família, aos amigos, à casa e à sua paixão por porcelanas chinesas.
Inteligente, firme, opiniões próprias, refinada, ética, muito elegante. Múltiplas qualidades.Minha tristeza é infinita.
Há três anos, Rosinha perdeu um filho, o jornalista Rodolfo Fernandes (foi editor do jornal O Globo). Isso a abalou demais e, acredito, a enfraqueceu, precipitando sua doença. Ela jamais conseguiu se recuperar emocionalmente da morte do filho.
Esta era a Rosinha. Nome de flor. Doce e amorosa com os que amava (e era bem seletiva nessa escolha), guardando os espinhos do rigor de seus comentários ácidos, precisos e inteligentes, para aqueles que bem os mereciam.
Rosinha me ensinou muita coisa. Lamento não ter aprendido todas as suas sempre sábias lições. Mas ela era insistente, e não se cansava de repassar este rascunho tosco (eu), a cada vez que nos encontrávamos ou falávamos, e de anotar em vermelho as minhas incorreções, segundo seu ponto de vista.
Via de regra, eu quebrava a cara, insistindo em praticar os “erros” condenados por Rosinha, que acertava bastante nas suas previsões. Tais “erros” podiam ser de escolha de pessoas a escolha de roteiros de viagem, pois sobre tudo ela tinha opinião bem formada.
Na política, então, éramos como água e azeite. Às vezes, ela se afastava de mim um tempo, porque minhas escolhas, em seu ponto de vista “erradas”, a incomodavam. Mas eu insistia, batia na porta, telefonava, corria atrás. Porque simplesmente amava a Rosinha. Minha melhor amiga.
Lá se foi esta Rosa do meu jardim. Não me esquecerei o dia em que ela entrou, porta adentro de minha casa, com minha comadre Titá Burlamaqui, carregando, as duas, flores brancas, cedo, cedo, de manhã tão cedo. É que queriam estar lá antes que eu soubesse, através da leitura de uma coluna do jornal, que havia sido demitida do meu trabalho. E eu morava tão longe. Lá na Usina da Tijuca. Elas no Jardim Botânico.
Rosinha esteve comigo nos momentos duros, nos momentos bons. Estava à minha espera à saída da sala do meu parto. Festejamos, brindamos.
Rosinha empurrou minha cadeira de rodas, quando, grávida, eu tive uma suspeita de flebite. Mas não me permitiu empurrar sua cadeira de rodas, quando, na última vez em que falamos, eu propus leva-la dessa forma cômoda para um tour cultural – o que ela adorava fazer.
Não se dobrou às circunstâncias da respiração escassa, dos pulmões que definhavam e a obrigavam a praticamente não caminhar mais do que 10 passos. Rosinha não aceitou a condição de cadeirante. Preferiu morrer de pé.
Minha brava amiga Rosinha!
Rosinha Fernandes, minha grande amiga
Ola Hilde. Por varios anos tentei localizar a minha querida professora D.
Rosa Maria Serzedelo Machado. Fui seu aluno na 3a. serie primaria na Ilha do Governador, quando ela ainda morava na Rua Ipiranga em Laranjeiras, la pelos anos 50s. Ela tinha 19 anos e havia sido eleita “Glamour Girl”. Ela me levou para passar um fim de semana com a sua familia. Fomos ao centro tomar sorvete na Manon Confeitaria .Fomos ao Metro Copacabana ver o filme “Lili” e ela me comprou chocolate. Este passeio de fim de semana ficou para sempre gravado na minha mente com toda nitidez.
Lamento muito a perda dessa grande amiga.Nossos sinceros sentimentos e que Deus lhe de muita paz e conforto.Estamos juntos!!!!
Obrigada, querida
Emocionante seu texto Hilde . Vc sempre com o dom da fala e da escrita . Da sua outra grande amiga . Parabéns!
Meus sentimentos pela passagem da tua amiga.
Que os bons espíritos a recebam e a conduzam ao caminho da luz.
E Deus conforte o coração da família e amigos.
Abraço
Sara
Texto virtuoso e de grande sensibilidade. Feliz a amiga, que pode escrever
sobre outra amiga, como o fez.
Obrigada, Munira
Hilde, lindo seu texto;hoje estou tb de luto; ela era minha amiga desde os 15/16 anos e vc disse bem :ela foi amiga nos momentos difíceis ,sempre falando c/ uma franqueza inequívoca. Perdemos uma grande amiga; adeus Rosinha querida, decanse em paz !
Vamos, sim, sentir muita falta.
Beijos e também os meus sentimentos
Minha querida Hilde,
Hoje, 50 anos da partida de Antônio Maria, acordei emocionado. Tantas frases, tantos poemas, vida tão curta, muitas histórias….
Lendo você a pouco, me emocionei novamente. Você respirou pelo coração, como poucos são capazes de fazer. Quando a gente fala com amor, as palavras vêm; não sabemos como, de um fôlego só!
É triste perdermos alguém que a gente estima. Numa hora dessa, fico apenas pensando nos “Sonhos” de Peninha, ressuscitada anos atrás por Caetano: “ter saudade até que é bom, é melhor do que caminhar vazio”.
Beijos, de coração, seu admirador,
Moacyr Arcoverde
Puxa, Moacyr, bonito escreveu você.
Beijos para você e sua mãe,
Hilde
Amiga,
que lindo texto, que triste texto. Sei o quanto vc amava Rosinha. Ela fará muito falta a você e a todos que lhe queriam um bem imenso. Jamais esquecerei o carinho de Neuza Fernandes e de Horacio, meu marido, por Rosinha! Um beijo confortante para você.
Obrigada, amiga
Que Deus de o conforto a familia e ilumine o seu novo caminho.
RIP!
Agradeço ao casal
Estou emocionada por demais com este texto tão belo, sincero e profundo. Mas mais ainda por Rosinha: que delicadeza levar flores para amiga que fora demitida! Que pessoa incrível! Você foi uma privilegiada por ter sido amiga dela, Hilde. Assim como acredito que ela e todos os que te cercam hoje também são.
Sinto muito por seu luto. Que Deus conforte o coração dos amigos e familiares.
Com carinho,
Ivy Farias
Sim, Ivy, Rosinha era de gestos tocantes.
Agradeço o carinho
Que coisa linda esse texto!
Você ama de uma maneira muito especial…que sorte teve essa amiga por ter você !
Eu é que tenho sorte
Também lamento muito a morte de Rosinha Fernandes. Meu forte abraço ao amigo Hélio Fernandes. Que por sinal, faz 94 anos no próximo dia 17.
Lindo e comovente texto. Ainda que seja muito pessoal, irei guardá-lo, assim como muitos outros que você escreve. Sou sua admiradora há anos. Sinto muito por sua amiga. Um grande e carinhoso Abraço.
Ely, agradeço
Lamento mto pela perda de sua amiga, Hilde. Um beijo…