São 60 anos do Teatro Tablado. Data redondinha. E Cacá Mourthé, sobrinha de Maria Clara Machado, fundadora do teatro, dirigiu a remontagem comemorativa da peça da tia, A menina e o vento. Uma “produção em 3D”, diz o release, que fica em cartaz até 16 de dezembro…
Eu, que também sou sobrinha de uma fundadora do Teatro Tablado, a atriz Virginia Valli, parceira de Maria Clara Machado desde sempre, editora dos Cadernos de Teatro, também fui, como Cacá, criança criada pelos corredores do Patronato da Gávea, xeretando as salas, o palco, coxias e bastidores do Tablado…
Assim como fui da primeira turma de alunos do curso de interpretação da Maria Clara. E posso falar de cadeira sobre A menina e o vento, pois fui testemunha auditiva e ocular da criação da peça. Eu era menina, 11 ou 12 anos, e Clara passava com seu fusquinha pela minha casa, na Rua Nascimento Silva, para me buscar e à minha irmã, Ana Cristina, para as suas aulas no Tablado, e pela casa de Lucia Marina Accioly, na Lagoa, que inspirou a peça e a personagem-título, que ela interpretou pri-mo-ro-sa-men-te na primeira versão. E a cada vez, a cada percurso, Clara ia contando um pouquinho da peça que ela estava imaginando. E nós três encantadas, boquiabertas, ouvindo a história da menina, do vento, ganhando forma, ganhando força, ganhando ventania em nossa imaginação infantil. Fomos a primeira plateia, os primeiros aplausos, dessa Menina e desse Vento de nossa inesquecível mestra, amiga, referência, tipo inesquecível de nossa infância e juventude, Maria Clara Machado. Que privilégio ter convivido de tão pertinho com ela, tão juntinho mesmo. Ter tido, nela, muito mais que uma professora, uma amiga do peito…
Aí vão alguns flashes da estreia…
Heloisa Perisée, Cacá Mourthé, Marcelo Serrado com sua filha Catarina e amiga Mariana
Xuxa Lopes Guida Vianna
Em cena, o espetáculo A menina e o vento
Fotos de Cristina Granato