E agora, o que vão dizer a bancada ruralista e o deputado Ronaldo Caiado? O Papa Francisco teve um encontro no Vaticano com o líder do Movimento Sem Terra, João Pedro Stedile na semana passada!
Sim, é verdade verdadeiríssima, apesar de a mídia nacional desconhecer (ou ter ignorado) o que a foto acima atesta.
O encontro mereceu matéria de primeira página no jornal italiano Il Fatto Cotidiano e foi reportado na página do MST e nos blogs Viomundo e O Escrivinhador, com tradução de Moisés Sbardelotto.
A reportagem, constando também de uma entrevista, destaca a importância de Stedile como liderança na organização dos agricultores, com 1,5 milhão de membros, e lembra que o MST foi imortalizado em imagens históricas do fotógrafo Sebastião Salgado em sua “caminhada de 30 anos feita de vitórias e de derrotas”.
Entre outras coisas, enfatiza que João Pedro é um marxista ligado à Teologia da Libertação, que jamais usou gravata e “desempenhando o papel de porta-voz de uma realidade pobre, em busca da sua própria emancipação”.
Ele foi um dos organizadores do Encontro Mundial de Movimentos Populares acontecido semana passada no Vaticano, na sala do Velho Sínodo, onde sugeriu até a canonização de “Santo Antônio… Gramsci”, para desconforto de vários presentes.
Ao falar, Stedile explicou que o MST cultiva uma relação “leiga” com o poder, ou, como disse, de “autonomia absoluta”. Por isso, na última eleição brasileira, apesar de não se envolver muito no primeiro turno eleitoral, depois apoiaram Dilma Rousseff no segundo.
Pincei e sintetizei trechos da entrevista:
Como nasceu o encontro no Vaticano?
“Foram movimentos sociais da Argentina, formados por amigos do papa Francisco, com os quais o MST começou a trabalhar, que possibilitaram esse encontro mundial no Vaticano, reunindo 100 dirigentes populares de todo o mundo, sem confissões religiosas. A maioria não era católica. Um encontro muito proveitoso”.
Uma declaração sua sobre o Papa
“O papa deu uma grande contribuição, com um documento irrepreensível, mais à esquerda do que muitos de nós. Porque afirmou questões de princípio importantes como a reforma agrária, que não é só um problema econômico e político, mas também moral. De fato, ele condenou a grande propriedade. O importante é a simbologia: em 2.000 anos, nenhum papa jamais organizou uma reunião desse tipo com movimentos sociais”
O que resulta desse encontro?
“Do encontro com Francisco, nascem duas iniciativas: formar um espaço de diálogo permanente com o Vaticano e, independentemente da Igreja, mas aproveitando a reunião de Roma, construir no futuro um espaço internacional dos movimentos do mundo”.
“Para combater o capital financeiro, os bancos, as grandes multinacionais. Os “inimigos do povo” são esses. Como diria o papa, esse é o diabo. Mesmo que todos nós vivamos o inferno”.
“Os pontos traçados do encontro de Roma são muito claros: a terra, para que os alimentos não sejam uma mercadoria, mas um direito; o direito de todos os povos de terem um território, seu próprio país, pense-se nos curdos de Kobane ou nos palestinos; um teto digno para todos; o trabalho como direito inalienável”.
No Brasil, vocês apoiaram a eleição de Dilma Rousseff. Qual é a sua opinião sobre o governo do PT e o seu futuro?
“A autonomia, para nós, é um valor importante. O PT geriu o poder com uma linha de “neodesenvolvimentismo”, mais progressista do que o neoliberalismo, mas baseada em um pacto de conciliação entre grandes bancos, capital financeiro e setores sociais mais pobres”.
“A operação de redistribuição da renda favoreceu a todos, mas principalmente os bancos. Agora, porém, esse pacto não funciona mais, as expectativas populares cresceram”.
“O ensino universitário, por exemplo, integrou 15% da população estudantil, mas os 85% que ficaram de fora pressionam para entrar. Só que, para responder a essa demanda, seria preciso ao menos 10% do PIB, e, para levantar recursos desse tamanho, se romperia o pacto com as grandes empresas e os bancos”.
Então?
“O governo tem três caminhos: unir-se novamente à grande burguesia brasileira, como lhe pede o PMDB, construir um novo pacto social com os movimentos populares ou não escolher e abrir uma longa fase de crise”.
“Nós queremos desempenhar um papel e, por isso, propomos um plebiscito popular para uma Assembleia Constituinte para a reforma da política. A força do povo não está no Parlamento”.
Finalizando:
“A nossa ideia, no início, era a de realizar o sonho de todo agricultor do século XX: a terra para todos, bater o latifúndio. Mas o capitalismo mudou, a concentração da terra também significa concentração das tecnologias, da produção, das sementes. É inútil ocupar as terras se, depois, produzirem transgênicos. Não é mais suficiente repartir a terra, mas é preciso uma alimentação para todos, e uma alimentação sadia e de qualidade”.
“Hoje visamos a uma reforma agrária integral, e a nossa luta diz respeito a todos. Por isso, é preciso uma ampla aliança com os operários, os consumidores e também com a Igreja. Somos aliados de qualquer pessoa que deseje a mudança”.
Apoio o que disse Eduardo Soares. Provavelmente esse João Pedro Stedile vai vangloriar-se desse encontro. Assisti seu discurso violento em Cuba, chegava a ficar púrpura de tanta raiva. Com ameaças a nós brasileiros como se ele fosse dono do nosso querido Brasil.
Importante que se distinga entre um encontro do Papa com um líder de um movimento e a aceitação da Igreja das ideias desse movimento. Encontros memoráveis entre papas e líderes de movimentos de pensamentos divergentes ou antagônicos ao da Igreja Católica ocorreram e ocorrem com frequência. Não significa que a Igreja Católica, em sua totalidade, passe a aceitar os métodos e as ideias do MST. A Igreja, na sua ótica evangélica, busca a paz, a harmonia dos povos, e esse encontro não significa uma benção do Papa sobre o MST. João Paulo II encontrou com líderes soviéticos e isso não significou a aceitação do Marxismo na Doutrina Católica.
Essa formula acaba com o empreendedorismo, com a vontade própria, com a inovação. Bem publico é bem publico, privado é privado. Sem concorrencia não há competência. A maioria desses movimentos sociais só tem peso morto, pessoas improdutivas mesmo após ter ganho seu pedaço de terra e os recursos para produzir. Uma formula certa para levar o país à ruína.
Em 1964, as invasões de fazenda produtivas foram o primeiro ato para o levante militar que desencadeou a didatura, apoiado por núcleos civis da sociedade. Todos com medo dos comunistas que cercavam o presidente Jango Goulart. Agora, a Igreja recebe o líder do MST, que não nasceu pra ser santo. E há quem defensa em SP uma intervenção militar. Sou constitucionalista contrário a qualquer tipo de ditadura – seja de direita ou de esquerda. Mas me preocupo com o avanço comunista no Brasil.
Esse Papa precisa saber o que a turma do MST vem fazendo principalmente quanto a invasões de terras produtivas.
Esse blog há muito não é mais o mesmo.
Este blog informa o que acontece, não esconde. Este blog não concorda com invasões de terras produtivas.
Hilde, só digo uma coisa: se um dia o Stédile (ou algum assemelhado) for presidente do Brasil, você e seus amigos da Vieira Souto serão os primeiros “justiçados”. Foi exatamente assim na Rússia, em 1917…
Absalão, porque você não se preocupa com a sua vida?… Cuide, você, das suas “propriedades” inclusive do seu “conhecimento” reacionário… Você está no Século XXI, cara!… Deixe de lado o seu ranço de fascista pelo menos uma vez na vida…
Absalão , você já ouviu, assistiu ou leu recentemente sobre as “obras” do Moro (obrar na Minas Gerais rural significa em termos metropolitanos defecar)? Deve ser a este tipo de “justiça” a que você se refere, né Bibi???
Raimundo Paranaguá,o Papa tb precisa saber que os BANQUEIROS Brasileiros são os que mais lucram com juros EXTORSIVOS!!!!!
Meu amigo vc tem razão, fui bancário a vida toda, os bancos são uma máfia.Só um detalhe: O Período em que os Bancos ganharam mais dinheiro na história, foi exatamente no Governo Lula.
desculpa, é minha amiga e não meu amigo.
Raimundo, o Papa é um ignorante. Você tá precisando assessorá-lo.
Gênio puro você. Melhor do que este tipo de pérola de pensamento nem uma ostra emitiria.Talvez uma ameba.Sem querer ofender as amebas.
Meu caro Raimundo, em primeiro lugar não é invasão, é ocupação. Depois vc precisa aprender a olhar que não existe apenas um lado: o da noção de propriedade privada e de um certo tipo de desenvolvimento econômico com toda a carga cultural que ele traz, mas é preciso que vc aprenda que a questão agrária brasileira é deplorável, independente de quem é mais certo ou não. É preciso em primeiro lugar que vc tenha noção de ética e de garantia de igualdades entre os humanos, que todos tem os mesmos direitos, depois que vc estude o que é latifúndio, estude como se deu o Brasil colonial e os impactos da criação da Lei de Terras em 1850, estude o que é apropriação da natureza e a quem ela serve, etc, assim vc verá que não é uma questão apenas de desenvolvimento econômico e de produção, mas sim uma questão que pessoas estão sendo expropriadas das suas terras e outras estão tomando conta e produzindo lucros que não são socializados e sim privados da sociedade, além que vc deve procurar saber que esses expropriados é que foram para as cidades e super lotaram, criando o fenômeno da favela, ficaram desocupados por não conseguirem se inserem no fenômeno urbano, aí tem a questão do tráfico, uso de drogas, aumento da criminalidade, e outras questões. Estude um pouco mais, sem ideologia e sem patrulhamento ideológico.