Os Medici
Os Medici não eram monarcas. Tornaram-se ricos e influentes com o comércio de tecidos, daí a uma dinastia política italiana, dando origem a quatro papas, direito por hereditariedade ao Ducado de Florença e à Toscana, que governaram. Tudo, através deles e com eles, florescia. Sobretudo as artes. Inspiraram a origem da Renascença italiana, expandindo sua influência por toda a Europa. Desenvolveram o sistema contábil de débito e crédito, revolucionaram usos, costumes e etiqueta nas cortes, onde até o uso dos talheres introduziram, atingindo seu apogeu entre os séculos 15 e 17. Distinguiram-se sobretudo pelo mecenato, lançando e apoiando os grandes artistas de seu tempo. Tornaram-se referência, na História, de um comportamento repetido através dos tempos pelas grandes fortunas. Não há milionário culto e importante no mundo que não deseje, como fizeram os Medici, deixar seu legado nas artes para a Humanidade. Estão aí as grandes doações aos museus, as coleções preciosas de nomes de poder.
Os Serpa
A Dinastia de Serpa, também chamada Casa de Serpa, originou-se com D. Fernando de Portugal (1217 – 1246), Infante de Portugal e Senhor de Serpa, filho de Afonso II de Portugal e D. Urraca de Castela, rainha de Portugal (1186 – 1220), filha de Afonso VIII de Castela, rei de Castela, e de Leonor Plantageneta, princesa da Inglaterra e Rainha de Castela. Fernando, dito Infante de Serpa, casou-se em 1200 com a filha do conde Nuñez de Lara, D. Sancha, mas não tiveram filhos. Mas ele teve um único herdeiro ilegítimo, o Prior de Santo Estevão de Alfama, D. Sancho Fernandes Serpa. D. Sancho, o primeiro a usar o sobrenome Serpa, representava um dos ramos que poderiam levar à sucessão da coroa portuguesa na Dinastia de Borgonha (chamada de Afonsina). Contudo dado que D. Beatriz de Portugal foi destronada em 1835, a Dinastia de Borgonha (de D. Sancho Serpa) deixou de ser a Casa Real. Com isso, o Ramo de Serpa não se conforma, e defende que, se a dinastia de Borgonha voltasse ao poder, eles reinariam, pois deveriam ser os legítimos herdeiros ao trono da dinastia Afonsina. Na virada para o século 20, José Joaquim de Serpa, 1º Visconde de Alvor, fez uma investida, através da chamada Declaração de Serpa, assinada por diversos Serpa, em 1911, formalizando junto aos monarquistas a chamada égalité de naissance (igualdade de nascimento) entre os descendentes de D. Afonso II. Com isso, eles passaram a se intitular “Príncipes de Serpa” e conservaram entre si o tratamento de Alteza Real, transmitido aos descendentes do Infante de Serpa.
A fusion
Bem, não sei se, em algum momento nos antigos tempo, os Medici da Itália se cruzaram com os Serpa de Portugal, e os Serpa com os Medici. Assim como desconheço se os Serpa de antigamente praticavam, como os Medici, as benesses do mecenato. Posso, porém, assegurar, que, no despontar deste Século 21, na tropicalidade trepidante de um país chamado Brasil, por um fenômeno qualquer desses tempos novos, que uns dizem ser de fim outros de começo, as duas famílias fundiram-se filosoficamente em uma única, resultando dessa mixagem um fruto de rara qualidade.
Pois tal fruto guarda no DNA o gene de um monarca legítimo Afonsino, da dinastia de Borgonha, o tino empresarial de um comerciante têxtil florentino, a fé católica de quatro papas e de um Prior de Santo Estevão, o gosto pelos rituais sofisticados e a ousadia de revolucionar até os hábitos das cortes, a mente matemática de engenheiro que inova créditos e débitos, a obstinação de um Visconde de Alvor, o gosto pelas artes e, o fundamental: um compulsivo prazer em ajudar o próximo, principalmente quando se trata de fazê-lo crescer através de seu trabalho artístico.
Um homem voltado com paixão para o mundo das artes, sejam elas a música, o teatro, as letras, o cinema, qualquer forma de expressão que transmita a sensibilidade de um artista vocacionado.
Para isso, Serpa/Medici não mede esforços, tempo, dedicação e investimento. Soma apoios de investidores, fundações sob sua gestão ou de parceiros, num efeito multiplicador que jamais se extingue.
Este Homo Sapiens, para usar o termo do momento 😉 , Homo Sensibilis, Homo Bonus, é o Carlos Alberto Serpa. Tendo ao lado, é claro e naturalmente, sua Mulher Sapiens, a Beth 😉 😉 .
Esta semana, nossos Amigos Sapiens receberam para uma noite extraordinária, lotando o Theatro Muncipal do Rio de Janeiro, com a primeira apresentação da Orquestra Sinfônica Cesgranrio. Sobre a qual já falei em post anterior: http://www.hildegardangel.com.br/?p=44259&preview=true&preview_id=44259&preview_nonce=b0ba62e961&post_format=standard
Foi uma noite de ovação, aplausos de pé e bis. Consagradora.
Tão tocante quanto a performance dos instrumentistas e do magnífico regente Eder Paolozzi, foi a emoção daqueles jovens, seus sorrisos de indisfarçável contentamento por estarem naquele palco, como se vivessem um sonho difícil de dele despertar. Saímos todos de lá, acredito, ainda mais emocionados do que todos eles.
Obrigada Serpa, obrigada Beth, por nos permitirem, graças à sua enorme generosidade, à sua fantástica visão, nos sentirmos bondosos também
Beth e Carlos Alberto Serpa -Theatro Municipal, estreia da Orquestra Cesgranrio com um público de mais de 500 pessoas, evento fechado para convidados do meio musical, empresarial e sociedade. Após a estreia foi oferecido na Casa de Arte e Cultura Julieta De Serpa coquetel para 150 convidados.
A jovem Orquestra Sinfônica Cesgranrio – Entre os presentes, a secretária de Educação Estadual Eva Doris, Pedro Grossi, os atores Suzana Faini, Tadeu Aguiar e Silvia Massari
O mecenas Carlos Alberto Serpa e o secretário municipal de Cultura, Marcelo Calero – Em seu primeiro concerto, o grupo executou três obras ícones da música clássica: a abertura da ópera “A Flauta Mágica”, KV.620, de Mozart; e o Concerto para piano nº 4, em Sol Maior, Op 58 e a Sinfonia nº 5 em Dó menor, Op.67, ambos de Beethoven.
Sonia Romano e Márcio de Oliveira Dias
Belita Tamoyo recebeu Suzete Dourado em seu camarote
Lucia Grossi
Heitor e Lilian Gurgulino
Liane Resende, Maria Teresa Fatorelli, Regina e Miguel Padilha
Glaucia e Maurício Zacharias
Heckel Verri e sua mãe, Cleuba Verri
A pianista Patricia Glatz
Daisi e Julio Fabbriani
Arnaldo Niskier, Bernardo e Ronaldo Cavalheiro
Antonio e Sonia Simonsen
Renata Fraga
Fernando Resende e Ana Borges
A Orquestra Sinfônica Cesgranrio e, ao fundo, o discurso do presidente do Cesgranrio. Além do maestro Paolozzi, a Banca Examinadora dos 200 estudantes que foram testados na formação da orquestra foi composta por André Cardoso, atual presidente do Academia Brasileira de Música; Myriam Dauelsberg, doutora em Musicologia pela Universidade de Sorbonne; e Carlos Prazeres, regente titular da Orquestra Sinfônica da Bahia.
Alexandre Machafer, Serpa, Gustavo Tavares e Robson Maia
Flavia e Belita Tamoyo, Ana Botafogo e Carlos Alberto Serpa
Fotos de Marcelo Borgongino
Beth e Serpa: casal empreendedor. Estão de parabéns por tudo o que promovem!
Realmente é fascinante lembrar o mecenato da Família Medici, e lembrar que a mesma família legou ao Reino da França duas rainhas, Catarina, casada com o Rei Henrique II, e Maria de Medici, casada com o Rei Henrique IV. E o Sr. Carlos Alberto Serpa está o próprio Gian Gastone de Medici, o último expoente desta magnífica dinastia italiana. E com o mérito absoluto de divulgar a Música Erudita, música dos Anjos Celestiais, em tempos tão vulgares de funk…