Odaléa, minha tão querida amiga, há nove anos abre os portões de sua casa-palácio no Jardim Botânico para lembrar o marido saudoso, Jorge Brando Barbosa. Como sempre, foi uma “missa de cinzas presentes”, diante da urna barroca, onde ela guarda as cinzas de Jorge, sobre um grande arcaz que domina toda uma ala da casa transformada em capela. É a mais bela e verdadeira homenagem que ela pode prestar ao marido, que dedicou décadas a restaurar aquela casa linda, decorando-a, aprimorando-a, embelezando-a ainda mais, fazendo disso um exercício de toda a vida…
Jorge era um apaixonado pelo casarão rosa, que domina um quarteirão inteiro do bairro, cercado por um jardim-floresta fabuloso. Ali, ele montou oficinas de restauro, marcenaria, cantaria, todo o gênero de profissões artesanais, algumas até já extintas, onde pôde preservar os detalhes de arquitetura colonial-manuelina da linda casa…
Odaléa foi a companheira presente, ativa e dedicada de Jorge na conservação desse monumento da melhor arquitetura. Com ele, aprendeu a amar a casa como se uma extensão de Jorge fosse. E até hoje mantém os mesmos cuidados, com todo o trabalho que isso dá, obrigando-a até a manter secretária e escritório especialmente para gerir aquele imóvel…
A missa foi celebrada por padre Raimundo, da paróquia Nossa Senhora de Fátima. Odaléa decorou com flores roxas, a flor da saudade, o altar e os salões. A professora Maria Judith Lins, ministra da missa, ajudou padre Raimundo, juntamente com o marido, o cardiologista Roberto Hugo da Costa Lins. A filha do casal, a cantora lírica Luciana, preencheu o ambiente com sua voz linda, acompanhada pelo grupo musical Astorga. Tudo muito bonito, tocante mesmo…
Eram cerca de 100 convidados, amigos da vida toda de Jorge e Odaléa, depois brindados com lanche com os pastéis famosos saltando do forno da cozinha da casa. Empadões, caldo verde, canjica e docinhos, com as iniciais dos Brando Barbosa, embalados em caixinhas brancas com laços roxos, preparados pela doceira Sara Accioly e vindos diretamente de São Paulo…
Fotos de Sebastião Marinho…
.
Odaléa, a viúva Jorge Brando Barbosa
Gostaria muito de saber um pouco mais da história do meu avô que foi jardineiro durante anos e veio a falecer trabalhando na casa nos anos 80. Não conheço muito a historia dele e como era pai de meu pai que também faleceu quando eu era pequena. Minha mãe também não sabe muito. Sei que trabalhou ai porque tenho a carteira de trabalho dele e certidão de óbito tendo como sua casa de residência. O nome dele era Manoel Gonçalves Bastos.
Prezada Odaléa,
Estou com 94 anos e fui chefe do Escritório do Brasil em Paris nos tempos de J.K. Depois disso fui diretor de bancos e de grandes empresas como a USIMINAS.
De Paris guardo a agradável e saudosa recordação de tê-los conhecido, a você e ao Jorge, figuras remarcáveis da sociedade brasileira.
Meus efusivos cumprimentos pela sua esplendorosa coleção.
Respeitosamente,
José Alcino Bicalho
Hildegard: Sou advogado em SP e tenho uma amiga americana, Missy Levit, que foi muito amiga da Odaléa e de seu marido. Ela quer saber dela e tem um numero de telefone antiquíssimo que eu não consigo saber como foi modificado. Será que você tem como fazer a Odaléa saber que a Missy está querendo notícias e restabelecer o contato? Se precisar os dados da Missy, fico às ordens. Obrigado. Horacio Bernardes