O novíssimo e importante fato no mercado das artes é que os irmãos Cordeiro Guerra, representando duas gerações de grandes colecionadores de arte brasileira, passaram para o outro lado do balcão. Ricardo e Rosa, em vez de dividirem o fabuloso acervo herdado de seus pais, a artista plástica brasileira radicada e consagrada na França, Noêmia Guerra, e o colecionador Henrique Cristino Cordeiro Guerra, e também os trabalhos de arte arrebanhados por eles próprios, resolveram reunir todas as obras numa incomparável coleção única, criando a Galeria CorMovimento, com instalações no Leblon e site no mundo virtual…
No acervo constituído ao longo de décadas incluem-se obras de Guignard, Aldemir Martins, Arthur Luiz Piza, Bianco, Bruno Giorgio, Candido Portinari, Di Cavalcanti, Djanira, Glauco Rodrigues, Henrique Oswald, Manabu Mabe, Manoel Santiago, Maria Beatriz, Milton Dacosta, Noêmia Guerra, Pinheiro Guimarães, Quinquela Martin, Raimundo de Oliveira, Trantho. E isso só para colocar água na boca de vocês, pois há muito mais…
Foi quando morreu a pintora Noêmia Guerra e eles montaram, com muita competência, uma grande exposição retrospectiva, apresentando mais de 200 de suas obras, em 3.000m² do maior museu de arte moderna do país, o MAM- RJ, que os irmãos Rosa e Ricardo, diante da enorme repercussão, vislumbraram a possibilidade de uma participação profissional no mercado de arte. O sucesso da mostra resultou no lançamento do livro de arte Noêmia Guerra: Vida e obra…
Tudo que os irmãos Cordeiro Guerra fazem é sério, pensado, planejado e de qualidade. Assim como é o seu acervo, grande parte dele (a maior parte) adquirida diretamente nos atelês dos próprios artistas, com origem garantidamente conhecida, sem mal entendidos, dúvidas ou artimanhas. Daí que corre nas espinhas da concorrência um certo friozinho de preocupação, algum mal estar. Mas não na concorrência séria, que nada tem a temer, é óbvio…
A coleção da Galeria CorMovimento é de tamanha importância que, ontem, Rosa Cordeiro Guerra declinou do oferecimento de Fernanda Feitosa para uma possível participação da galeria na SP Arte 2012. É que a localização proposta, o terceiro andar do evento, não faria justiça à qualidade das obras a serem levadas por eles, de artistas que não poderão ser encontrados em qualquer dos demais andares da feira…