Só mesmo uma paulistana bem articulada como Marina Linhares para realizar o mais carioca dos almoços da Casa Cor, na Villa Aymoré. Em vez de receber para drinks e depois levar os convidados para almoçarem no restaurante (assinado pelo sempre impecável Luís Fernando Grabowsky), ela optou por receber como se fosse em sua própria casa.
Abriu as portas da Casa dos Cocares, com projeto interior e decoração dela, e celebrou o Rio de Janeiro, o montão de amigos que tem por aqui e, importante, seus parceiros homenageados: o antiquário Arnaldo Danemberg, a designer Etel Carmona e a Entreposto, dos revestimentos.
São de Danemberg várias das peças de mobiliário antigo, que ele garimpa na França, na Inglaterra, em Portugal. O armário estante, logo na sala pequena do living, que Marina emoldurou com estante de madeira branca bem contemporânea ocupando a parede inteira, e “causou” geral – só elogios. A mesa-bureau, a mesa redonda com cadeiras, algumas das caixas da Coleção Danemberg, que criaram fama. Sem esquecer a apaixonante caixa de engraxate, encostada à parede sob a janela do quarto do casal. Prática, antiguinha, linda.
Das peças de design de Etel Cremona, vistas por toda a parte, destaco a poltrona estruturada sobre um par de Gs. Poderia se chamar Poltrona G, de Gouthier. Foi nela que a embaixatriz Laís Gouthier reinou com seu olhar de Raio Triple X. Viu tudo, percebeu tudo, definiu tudo, com sua grande elegância de soberana sem soberba. The right woman in the right seat.
Ninguém nem perguntou porque Marina Linhares batizou seu espaço de Casa dos Cocares, pois cocares havia, os mais lindos possíveis, nos locais mais variados. Um enorme, tipo cacique, amarelão, dominando uma parede. Na Casa dos Cocares, nós conhecemos os cocares-colares, apresentados como objetos decorativos, sobre as mesinhas laterais e cômodas, confeccionados pela Ecoarts com resíduos de uma floresta nativa do Norte de Mato Grosso, na Amazônia Legal.
A Ecoarts nasceu da sensibilidade de Zulmira Martins, mãe de sete filhos, que percebeu o potencial daquela região, e se lançou no sonho de, com a ajuda de um coletivo e de sua filha Márcia Martins, transformar o lixo florestal em luxo total.
Então, com açaí tingido, buriti, casca de coco, jarina, paxiuba, cipó, tucuma, madeira natural, penas, cordas, e utilizando tingimentos delirantes, eles fazem esculturas, objetos, anéis, colares e… cocares lindos de capotar.
Márcia Lima estava lá e me deu o cartão. Em São Paulo seu produto está na Interni. No Rio, ele não está. Se quiser conferir, vá na Casa dos Cocares, na Casa Cor, e caia pra trás. Ou então acesse www.ecoarts.com.br
O almoço consistiu primeiro em batidinhas etc no chalé com drinks, montado na porta da casa da Villa. Depois, todos entraram todos para o coquetel. Garçons circulantes e convidados idem, de espaço em espaço, investigando, assombrados com o talento de “essa paulista que sabe das coisas”. O quarto revestido com tecido da Entreposto, e outra estamparia usada nos enquadramentos sobre a cama. O banheiro,também revestido, com um festival de gavetas sob a bancada. O aproveitamento do muro natural de pedra, como parede dos fundos da sala. A sabedoria de harmonizar o étnico com o contemporâneo e o passado, através de um denominador comum: a beleza.
Muito bom, Marina, muito bom!
As comidinhas eram da Laurinha Pederneiras. Buffet. Prato pequenininho. Entrada servida em copinho de cachaça. Tudo micro, em pequenas dosagens, comme il faut para quem vai comer em pé, circular, conversar, ver, ser visto e sair elogiando horrores.
Praticamente todos os caciques do mundo da arquitetura e da decoração cariocas estavam lá. Um almoço com muito cacique e pouco índio. Se é que teve índio.
A anfitriã Marina Linhares e Paola Ribeiro
A paisagista Paula Bergamin, Bebel Palhares e Fernanda Pessoa de Queiroz
As Irmãs Covering, ops!, digo Irmãs Tostes, Tininha e Gildinha, que representam a Entreposto no Rio de Janeiro, com Bebel Palhares
Silvia Vidigal Ramos com Lissa e Etel Carmona
Sandra Haegler
Márcia Martins, a artista dos cocares, e Patrícia Issler
Lissa Carmona e Heloísa Amaral Peixoto
Laís Gouthier, em seu posto privilegiado de embaixatriz, na poltrona da Cremona, com estrutura lateral de madeira em forma de G: Poltrona Gouthier!
Outra foto da Laís na ‘Poltrona G’, de Gouthier, agora sem sua ‘Bolsa G’, de Goyard, para atrapalhar a visão da peça, que de fato é uma reedição de poltrona de Lina Bo Bardi, pela Etel Carmona. 😉
José Hugo Celidônio, o ‘Master Chef dos Chefs’, e Marialice
Daniela Manassero, Lucimara Faria e Kelly Cordes
Paloma Danemberg, grávida de Rafaela, e Roberto Zuccolo
Carlota Gasparian, Carol Kovarik e Adriana Pedrosa
O homenageado Arnaldo Danemberg, eu mesma (que passei à categoria das baixinhas depois que eliminei qualquer tipo de salto de minha vida… e dos meus pés) e os arquitetos top de São Paulo, Luciano Dalla Marta e Naomi Abe
Antonio Neves da Rocha folheia um livro de arte para o click de Marco Rodrigues
O trio lentes negras: Anna Camurri, Cadas Abranches e Mariana Mascarenhas
Ana Claudia Moreno, que é loura, e Francisco Amorim, que também é
Marina Linhares, que, além do bom gosto e do prestígio conquistado como arquiteta e decoradora de interiores, é muito bonita e chic, recebe Ana Maria Índio
O estojo de engraxate inglês antigo, no quarto do casal
A sobreposição de mesas de centro, redonda e em forma de flor, em madeiras diversas
The Covering young ladies, Gildinha Freire e Tininha Tostes, com a decoradora Ana Maria Índio da Costa
Danemberg contava a Ana Luiza Jardim que homenageia seu avô, João Henrique Vieira da Silva, no Espaço do Restaurador
Marina Linhares e Sandra Haegler. Elegância SP-RJ
No arremate do décor, Arnaldo Danemberg fez as vezes de corrimão, para a amiga embaixatriz Laís Gouthier descer a escadinha de pedra
Fotos de Marco Rodrigues (com algumas colaborações de minzinha)