Aproximando-se o dia da transmissão da faixa, o drama vivido pelo vice-presidente José Alencar ganha contornos de uma tragédia épica semelhante à vivida por Tancredo Neves na véspera de sua posse. Tancredo, apesar de eleito, jamais foi empossado e jamais pôde subir a rampa do Planalto. Sua via crúcis pelos hospitais e tratamentos mobilizou o coração de todos os brasileiros, num crescendo de compaixão, dor e solidariedade, até o clímax com sua morte e o enterro apoteótico…
Alencar, a uma semana de descer a rampa do Planalto e terminar o mandato magnífico como vice-Presidente da República, receia ver essa possibilidade escapar-lhe, em meio às hemorragias não debeladas…
Um, por não ter concretizado sua meta de poder. Outro, por recear não concretizar seu desfecho como vice…
Sófocles, Ésquilo e os outros grandes dramaturgos gregos, assim como o inglês Shakespeare, não teriam concebido, no auge de sua inspiração, duas tragédias políticas tão contundentes…
Mas Deus é pai que o final, para Alencar, será o que todos esperamos: a cura…