O Instituto Zuzu Angel está lançando um curso inédito, que promete deixar fashionistas e amantes do cinema fervorosos, empolgados e de cabelos em pé! Trata-se de “A linguagem dos figurinos no cinema italiano”.
Lecionado por ninguém menos que a consagrada figurinista Emilia Duncan, o curso revê momentos da história do cinema italiano, analisando figurinos no contexto dos filmes, com foco nos aspectos estéticos e construtivos.
Serão estudados os figurinos dos notáveis do cinema Piero Tosi e Danilo Donati, bem como de Gabriella Pescucci e Milena Canonero, que ajudaram a levar o modus operandi italiano a outras fronteiras, através das obras dos clássicos diretores Luchino Visconti, Federico Fellini, Pier Paolo Pasolini, e de diretores contemporâneos.
O aluno viajará, também, segundo o olhar desses figurinistas, pela história dos trajes europeus do século XVIII, XIX e primeira metade do século XX, e pela história do grande Atelier Tirelli, responsável pela realização de figurinos premiados.
A LINGUAGEM DOS FIGURINOS NO CINEMA ITALIANO
Do neorrealismo ao surrealismo, Roberto Rossellini, Luchino Visconti, Federico Fellini, Pier Paolo Pasolini e Mario Monicelli são só alguns dos nomes de diretores italianos brilhantes. Nessa lista, ainda podemos citar Michelangelo Antonioni, Roberto Benigni, Dario Argento, Bernardo Bertolucci, Nanni Moretti, Ettore Scola, Vittorio De Sica, Franco Zeffirelli e muitos outros…
Mas o que seria do cinema sem o figurino? As roupas exercem papel simbólico importantíssimo na materialização da construção do contexto histórico do filme e na caracterização da personalidade dos personagens. É através do figurino que o ator irá se encontrar com o seu personagem. Para isso, a pesquisa é fundamental.
Um bom figurinista deve trabalhar em sintonia com o diretor, captando o estilo e a estética que este deseja imprimir. É o caso do filme Maria Antonieta (2006), de Sofia Coppola, com figurinos assinados pela italiana Milena Canonero. Sabemos que a história se passa no século XVIII, mas em uma das cenas somos surpreendidos por um All Star roxo…Trata-se de uma licença poética que reflete o lado pop da diretora.
Que tal conhecermos um pouco mais sobre estes figurinistas italianos que, ao lado de diretores consagrados, ajudaram e escrever a história do cinema?!
Piero Tosi tornou-se conhecido, sobretudo, por sua longa parceria com o diretor Luchino Visconti, através de maravilhosos figurinos de época, como no filme Il Gattopardo (O leopardo), de 1963, com Claudia Cardinale e Alain Delon. Premiado diversas vezes e nomeado cinco vezes ao Oscar, Tosi é um figurinista eclético, que vai da extrema opulência dos filmes de Visconti a filmes mais realistas, que retratam as ruas e pessoas comuns.
Danilo Donati trabalhou ao lado de diretores como Zeffirelli, Fellini e Pasolini. Ele, como poucos, tinha o talento da improvisação, adaptando-se aos recursos disponíveis para a realização de figurinos. Em O evangelho segundo São Mateus (1964), de Pasolini, Donati improvisou boa parte dos trajes, criando, possivelmente, um dos figurinos mais originais jamais visto em um filme religioso. A estética visual impactante de suas criações, coloridas, flamejantes e controversas, era totalmente avant-garde para sua época. Foi premiado duas vezes com o Oscar, por Romeu e Julieta (1968), de Zeffirelli, e pelo brilhante figurino de Il Casanova (1976), de Fellini. Seu último trabalho foi no longa Pinocchio, de Benigni, em 2002.
Gabriella Pescucci não só trabalhou ao lado de consagrados diretores italianos, a exemplo de Ettore Scola, como emprestou seu talento a diretores internacionais, gente como Tim Burton e Martin Scorsese. Em 1994 recebeu a estaueta do Oscar pelo figurino em The Age of Innocence (A época da inocência), de Scorsese. Foi indicada pela Academia outras duas vezes, em 1989 por The Adventures of Baron Munchausen (As Aventuras do Barão de Münchausen), de Terry Gilliam, e em 2006 por A fantástica fábrica de chocolate, remake de Tim Burton, com Johnny Depp no papel do excêntrico Willy Wonka.
Milena Canonero, ao lado de Gabriella Pescucci, é um dos nomes mais importantes do figurino no cinema contemporâneo. Seu primeiro e memorável trabalho foi o de vestir a gangue do personagem Alex DeLarge no filme Laranja Mecânica, de Stanley Kubrick, em 1971. Mas a consagração veio em 1975, em outro filme de Kubrick, Barry Lyndon, que lhe rendou uma estatueta do Oscar. Milena tornou-se a figurinista preferida do diretor, que também trabalhou ao seu lado no filme O iluminado (1980) – quem não se lembra da cena das gêmeas usando vestidinhos iguais? – Milena ainda seria premiada outras duas vezes com a estatueta, em Chariots of Fire (Carruagens de Fogo), de 1981, de Hugh Hudson e em Maria Antonietta (2006), de Sofia Coppola. Este último, certamente, um de seus trabalhos mais marcantes!
É claro que o talento de diretores e figurinistas ajudaram a projetar o cinema italiano para o mundo. Mas este não seria o que é sem a beleza de suas musas Sophia Loren, Claudia Cardinale, Gina Lollobrigida, Silvana Mangano, Monica Vitti, Stefania Sandrelli, Isabella Rossellini e Monica Bellucci. As divas da sensualidade! Ao contrário das francesas – magricelas, porém charmosas – as italianas conquistaram Hollywood com seus corpos robustos de curvas perfeitas e autênticas. Sophia Loren que o diga! E não podemos esquecer do muso-mor, Marcello Mastroianni, o charme cínico, a elegância, o talento e a beleza em pessoa! Como diria Anita Ekberg ao banhar-se na Fontana di Trevi em La Dolce Vita de Fellini: “Marcello, COME HERE”!
Fotos: reprodução / Por Marina Giustino – ítalo-carioca
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Gosto muito de trabalhar com roupas, como estilos antigos e modernos!! me fascina o mundo de teatro e tv.
Tenho muito a aprender.
Hilde,
Cinemaníaco desde que me entendo + leitor viciado de tudo o que você escreve,
o resultado só pode ser um IMENSO PARABÉNS pela iniciativa do bravo
Instituto Zuzu Angel, você à frente !!! Cordial abraço do José-Luiz Montenegro