Foi ontem, em Brasília, a inauguração comovente do Hospital da Criança José Alencar. Vocês dirão: ah, a abertura de um novo hospital, neste país de tantas carências, é sempre comovente mesmo. E eu responderei que a emoção é muito maior quando se trata da sociedade civil que se organiza, vai à luta, na busca da realização de um sonho em que acredita. Tudo isso capitaneado por um grupo de senhoras, de Brasília, da Abrace, Associação Brasileira de Assistência às Famílias de Crianças Portadoras de Câncer e Hemopatias, entidade presidida por Hilda Peliz, com um apoio efetivo e participativo de uma madrinha forte, Mariza Gomes da Silva, viúva do ex-vice presidente da República, José Alencar…
Foi tanto afeto e empenho, que elas não demoraram para concretizar a construção de um grande centro de tratamento pediátrico de excelência para as crianças pobres do Centro-Oeste, ocupando uma área de 7 mil m², com uma estrutura hospitalar ampla e adequada, que prestará uma assistência integral e humanizada, em instalações modernas, bem equipadas, impecáveis mesmo, lembrando qualquer centro médico pediátrico de primeiro mundo, com decoração alegre, bonita, cheia de brinquedos, paredes com pinturas felizes, jardins, fontes, mosaicos, parquinhos, tão bacana que as crianças, em pleno deslumbramento, até perguntam aos pais se estão “num shopping center”…
A Abrace existe desde 1986, com seu trabalho assistencial. Em 1995, foi criada a Casa de Apoio, que hospeda crianças provenientes de outros estados, junto com seus acompanhantes, buscando tratamento no Distrito Federal. Em 2000, elas tiveram a ideia de fazer o hospital, cuja obra começou em maio de 2005, depois de ser iniciada uma campanha, levando à captação de 17 milhões e 430 mil reais junto a empresas e à sociedade civil, através de eventos, shows, leilões, festas e vários eventos. Entre eles, um organizado por Mariza Gomes da Silva, então “vice-primeira-dama”, no Palácio do Itamaraty, pela primeira vez em sua história aberto para um evento da sociedade civil. Com aquele acontecimento, foram captados 300 mil reais…
O apoio apaixonado de Mariza levou a que todas as agências do Banco do Brasil no Distrito Federal comercializassem o sanduíche Big Mac, pois o Instituto Ronald McDonald abraçou a causa também como dele. O Tribunal de Contas da União, através de seu ministro Walmir Campello, e do ministro que o sucedeu, também aderiu à causa. Assim como o governo do Distrito Federal e o Ministério da Saúde, que celebraram parceria com a Abrace e assumiram a compra de equipamentos para o hospital. Enfim, foram muitas ajudas…
Na manhã de ontem, houve a solenidade de inauguração, debaixo de chuva forte, sob uma tenda com muitas goteiras. Mesmo assim, os amigos estavam lá, impávidos. Aqueles que colaboraram, quer financeiramente, quer moralmente, quer divulgando, ajudando na captação dos recursos. Estavam a querida e bondosa Mariza Gomes da Silva – ela e o saudoso José Alencar, além de grandes apoiadores, também foram importantes doadores de recursos – o ministro Alexandre Padilha, o governador Agnelo, ambos médicos, a presidenta da instituição, Hilda Peliz, as amigas da Abrace, as queridas amigas desta jornalista em Brasília, como Lilian Gurgulino (com o Heitor), todos lá…
Depois, fui visitar com eles as instalações do hospital. As crianças, carequinhas e felizes, encantadas com aquela “casa” tão bonita que agora lhes pertence. Tomando a “injeçãozinha” da quimioterapia como se fosse um brinquedo, enquanto admiravam aquele montão de monitores de tevê. Deslumbradas com os trenzinhos, os bichinhos, aqueles apelos visuais todos, mas sem qualquer poluição visual, pois foi tudo pensado com muita sensibilidade e gosto. Bonito demais, como nossas queridas crianças brasileiras bem merecem. Parabéns, Abrace! Parabéns, Hilda! Parabéns, Mariza! Parabéns, todos vocês que ajudaram! Parabéns, José Alencar, que merecidamente empresta o nome a este lindo hospital! E parabéns à presidenta Dilma, que, apesar de não ter ido, enviou carta bonita e, durante a cerimônia, telefonou para o ministro Padilha e enfatizou: “tudo que o Hospital da Criança José Alencar precisar podem contar comigo!“…
Importante: o Hospital vai atender exclusivamente pelo SUS, e todo paciente deverá ser encaminhado pela Rede Pública de Saúde. Nele, são realizadas consultas, quimioterapias, cirurgias, diálises, internações, procedimentos ambulatoriais etc. Quando estiver concluído o segundo bloco do hospital (que vem aí), serão 300 mil atendimentos por ano…
Seguem os vídeos que fiz no local e algumas fotos. Confiram..
As poltronas da quimioterapia foram doadas por Mariza e José Alencar, e são iguais às que ele usou em seu tratamento de câncer
A fachada do Hospital José Alencar é colorida e alegre
A parceria da Abrace com o Governo do Distrito Federal implica na construção do Bloco 2, com recursos repassados pelo GDF, sob administração da Abrace
O catavento é o símbolo do Hospital da Criança José Alencar. E o catavento na parede à entrada do hospital gira o tempo todo, muito bonitinho. As crianças ficam fascinadas quando vêem…
Abaixo, dois vídeos, gravados por MIM (naturalmente) e vocês verão gente de frente, de costas, de cabeça pra baixo, e muito pedaço de piso. E depois ainda dizem que eu não faço jornalismo verdade!!!… rs
.