Só poderia mesmo partir de uma cabeça privilegiada como a do escritor Marcos Vilaça a inspiração de batizar os almoços da Academia Brasileira de Letras de Merenda Acadêmica. Daí que, a caminho do almoço de ontem no Petit Trianon, fiquei evocando cheiros, sensações, imagens, lembranças das merendas da infância minha. A hora do dia mais esperada, a do recreio, quando corríamos para o pátio da escola e abríamos nossas merendeiras, que naquela época eram de lata, quadradas, com fecho. Mas elas também podiam ser de couro, a tiracolo, com um buraco pra passar o copo que servia de tampa à garrafinha. Lá dentro de nossas merendeiras nos aguardava o afeto de nossas mães, que preparavam em casa, antes de partirmos para a escola, o lanche saboroso. Sempre um suco ou café com leite e, ao lado da garrafa, o sanduíche embrulhadinho no papel, feito com pão francês, e uma fruta. Nem refrigerantes nem batatas chips. Época em que era rara uma criança com problemas de obesidade…
Ser convidado para uma Merenda Acadêmica na ABL é tipo uma condecoração. Uma especial deferência. A lista das presenças do almoço de ontem explica melhor: o presidente da Funarte, Antonio Grassi, a secretária de Educação, Claudia Costin, o secretário de Conservação e Serviços Públicos, Carlos Roberto Osório, o ex-senador Bernardo Cabral, o ex-governador Milton Cabral e Miriam, a deputada Aspásia Camargo, o cardiologista Renato Kovach e Miriam Jacobson, o comandante-geral dos Fuzileiros Navais, almirante-de-esquadra Marco Antonio Corrêa Guimarães, e Mariza, o jornalista Antonio Carlos Athayde, a professora Mariza Lomba Pinguelli Rosa e, como bem cabe numa casa literária, a devoradora de livros Marly Garcia. Fazendo as honras da casa, o presidente, Marcos Vilaça, com sua Maria do Carmo, e o também imortal Domício Proença…
Fotos de Sebastião Marinho