Escolhi esta quinta-feriadão para conversar com vocês sobre o luxo. Topam?
Atualmente, no mundo do consumo, há três tipos de luxo.
1 – O luxo do pobre, que quer se sentir tendo acesso ao luxo dos ricos.
No Brasil, com a ascenção da classe média baixa, que subiu um degrau, e da classe pobre, que virou C, este é o mercado de luxo com perspectivas de ser o mais lucrativo. A estratégia de conquistá-lo costuma ser montar um ponto de venda (loja) atraente, com cara de loja de rico, em local valorizado, e recheá-lo com produtos acessíveis (baratos mesmo) importados da China, com cara de luxo de rico, mas que quando você olha de pertinho vê que estão longe disso. Para perceber, porém, tem que ter olho experimentado…
2 – O luxo do novo rico, que quer se sentir tendo luxo de rico antigo.
O novo rico, por força de sua pouca experiência em se tratando de luxo, guia-se pela marca. A marca famosa, a marca que sai nas revistas. Hoje em dia, a maioria dessas marcas há muito abandonou seu público alvo original, que eram aquelas pessoas exigentes e sofisticadas, acostumadas a consumir o caro, e passou a mirar o neo-rico. Assim, usa como “iscas” as celebridades da TV, as BBBs e correlatas, sempre convidadas para os lançamentos da bolsas grifadas etecetera e tal…
3 – O luxo do rico antigo, que sempre soube o que é de fato bom e não quer ser confundido.
Este é um luxo cada vez mais restrito aos “compradores bem informados”. Aqueles que se vestem sob medida e sabem o endereço do melhor camiseiro, do melhor alfaiate e do melhor atelier haute-couture. Aqueles cujos produtos que usa são praticamente personalizados. Aqueles que se preocupam com acabamento e qualidade porque sabem o que é acabamento e qualidade. Então, as joias que compram não são aquelas “bonitinhas” fabricadas em massa, vindas das feiras de joias em Basel, Bangcok e Hong Kong. Compram nas joalherias mais fechadas, peças únicas, com pedras de grande valor, pureza e qualidade. Assim como seus sapatos e suas bolsas não são obrigatoriamente os das grandes marcas, nem são obrigatoriamente os dos preços extorsivos…
Querem um exemplo? Leiam o que, no item bolsas, Athina Onassis indica, na Vogue internacional, numa daquelas listas do tipo “Não posso viver sem…” : A carteirinha de bambu de Glorinha Paranaguá!…
Isso mesmo, a carioca Paranaguá das bolsas, com sua boutique charmosa e chic de Ipanema, onde podem ser encontrados todos os nomes internacionais elegantes que aportam na cidade, e também as brasileiras elegantes, que viajam e obrigatoriamente levam, como presentes, aos amigos lá de fora, uma bolsa de Glorinha Paranaguá…
Então, meus queridos, entenderam as tres variações de luxo, no mercado contemporâneo de consumo?…
Abaixo, o quadro com as bolsinhas de bambu (e outras da Glorinha) que Athina Onassis curte…
(Aliás, na última Hola! estão Tatiana Santo Domingo e Bianca Brandolini com carteiras de Glorinha no casamento de Matilde Borromeo com o príncipe Antonios Fürstemberg, no Palácio Borromeo, na Isola Bella, no Lago Maggiore)…