A enchente-tsunami na Serra do Rio não foi a primeira catástrofe que presenciamos. Já acompanhamos, coração apertado, solidariedade acionada, a várias outras. Mas esta foi, sem dúvida, a primeira em que constatamos a preocupação em se assistir, além das pessoas flageladas e desabrigadas, aos animais. Esse fenômeno não se chama consciência atípica ou consciência repentina. Chama-se Redes Sociais. Graças a elas, pessoas que amam os animais e se preocupam com eles, afinal, tiveram voz e espaço. Mostraram capacidade de mobilização, numa troca incansável de mensagens, 24 horas por dia. Através delas, foram criados abrigos, foram abertas contas bancárias para arrecadação de auxílios, foram feitas coletas de remédios, foi criada uma verdadeira rede de veterinários e de voluntários. A reação da grande mídia veio depois. Só a partir do efeito causado pelos facebooks, twitters e emails disparados em todas as direções, por e para milhares, milhões de pessoas, a ficha dos jornais e telejornais caiu e eles perceberam que cachorros, gatinhos, cavalos e outros animais em situações dramáticas também sensibilizam e preocupam o grande público em geral…
Acima, animais que estão em abrigo de Teresópolis, prontos para serem adotados
Uma das mais ativas nesse leva-e-traz de informações é a jornalista Marilene Dabus, ex-assessora de imprensa do Flamengo. Através dela, que a todos repassa os emails que recebe, ficamos sabendo do empenho de Rosely Bastos, da SOS Felinos, que tem sido incansável, cobrindo várias áreas. Foi primeiro ao Caleme, seguindo para Posse, Campo Grande, Jardim Salaco etc., realizando muitos resgates de cães e gatos, alguns magros, em estado grave. Encontrou uma codorna com patinha machucada perto das escadaveiras. Os cães foram todos enviados para um galpão em Teresópolis. Há gatos sendo atendidos pela veterinária Andrea Henriques, com notas não pagas, como o gatinho Salaco, passando mal com a traseira arriada, e o gatinho Meudon com a perna ferida. Rosely, que não tem carro, contou com a amiga, Dina, para lhe dar caronas até Teresópolis, mas também teve gastos com transportes, para levar animais para adoção, só final de semana foram R$ 170,00…
http:// www.sosfelinos.org.br
Os gatinhos, a codorna e o gatinho Salaco resgatados por Rosely Bastos, da SOS Felinos
A veterinária Priscila Mesiano (vet-pri@hotmail.com) foi outra a realizar um garimpo nas áreas afetadas pela chuva em Teresópolis à procura de animais vitimas dos desabamentos. Passou lá dias e noites recolhendo cães e gatos deixados para trás por familias desesperadas que deixaram suas casas ou morreram. “Animais feridos com fome e molhados, casas destruídas, vidas acabadas, uma cena que sei que nunca vou esquecer”, ela conta. Os cães, levou a um abrigo, onde estão sendo tratados e alimentados. Porém, os gatinhos não tendo onde deixá-los, levou 15 deles para sua casa e a de outra veterinária, Janaina Costa. São filhotes lindos, além de uma gata adulta cega, todos muito assustados. Agora, precisam doar os animaizinhos, e pedem também ração para gatos filhotes, jornal velho e areia higiênica para gatos. Priscila se compromete a castrar todos os machos e fêmeas, gratuitamente, a quem se dispuser a adotá-los. E seus telefones, dela e de Janaína, são (24) 8807 5660 e (24) 2243 2477. Priscila faz um apelo: “Ajudem!!! Adotem!!! Ter uma gatinha é a coisa mais compensadora do mundo!!”…
A equipe LFA quer arranjar um lar para todos os cães, mas sobretudo para três especiais. Uma, que perdeu parte da patinha, um machinho lindo e manso, com um olho azul outro marron, que deve ter sofrido uma paralisia e anda tortinho, precisa de fisioterapia, e a cadelinha Bochecha, que não tem um pedacinho da bochecha e por isso parece estar rindo o tempo todo, cuidada pelo gari da cidade, que perdeu tudo e pediu que arranjassem um lar para ela… http://sosanimaisdesaojose.blogspot.com/
O mesmo blog http://sosanimaisdesaojose.blogspot.com/ pede vacinas, anestésicos, fios de sutura, lâminas de bisturi, gaiolas para gatinhos, ração para gatos…
Eles já receberam muitas doações de ração de cachorro, vermífugos, antibióticos e antiinflamatórios, porém, dependendo de quanto tempo estes animais forem ficar sob seus cuidados tudo isso pode acabar, portanto, qualquer doação ainda é necessária. É o que conta Giselle Keller, cuja intenção, caso consigam doar todos os animais que resgataram e sobrem doações, é repassá-las aos protetores que lhes têm ajudado. Gente como a veterinária de Teresópolis Mariana B. Paiva, que conseguiu a doação de um carrinho de rodas para um cãozinho cadeirante. Vai ser feita sob medida pelo Sergio da Cardog:
Heloisa Borges, heloisabc@gmail.com, envia fotos dos animais resgatados em Friburgo, que aguardam suas famílias antigas ou novas famílias que queiram adotá-los. Tão lindos e tão desamparados. Vejam abaixo…