Desde a pré-história, na era da Pedra Polida, o figo já estava presente na alimentação humana. No farnel de civilizações antigas o figo seco garantia a subsistência durante as nevascas do inverno. Na Grécia, Esparta sobretudo, o figo era alimento tão importante que sua exportação era proibida. A Torá dos judeus considera o figo como sagrado, um dos sete alimentos que crescem na Terra Prometida. Os egípcios engordavam os gansos com ele, para fazer foie gras. Na Roma antiga, também o patê de fígado de ganso devia muito ao figo. Maias e astecas produziam o papel de seus livros sagrados com a casca da figueira. À sombra de uma delas, Buda alcançou sua revelação religiosa, por isso os budistas veneram a figueira. Só não há figueira na Antártica.
No Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro, figueiras vicejam frondosas. Uma figueira que há séculos fincou raízes por aqui é um espécime raro de árvore: a árvore genealógica. Trata-se da Figueira de Mello, com muitas ramificações em Búzios e no Country Club carioca.
A Figueira de Mello não é a do Buda. Ela se origina na Casa Real portuguesa e veio a bordo dos barcos da corte de dom João VI, cá se instalando com fidalguia, criando laços e parentescos, que se desdobraram em muitos ramos e sobrenomes, entrelaçando-se com os Lima Rocha, Rocha Miranda, Avellar, Nabuco e, querem saber?, até com um fleugmático Chermont de Britto, o Sérgio, do escritório Nabuco Advogados. E vejam como o mundo redondo é!
Mas Figueira de Mello para dar bons frutos precisa de terra boa e adubada, como é a do Jardim Pernambuco, onde moravam Rodolfo e Silvia Figueira de Mello, naquela casa de tijolinho ao lado da do Armínio Fraga hoje, e onde eles tiveram muitos filhos: Rodolfo, João Batista, Belinha, Maria Tereza, Silvia e Maria Helena.
Seguindo o bom exemplo dos pais, Maria Helena, casada com Sérgio Chermont de Britto, instalou-se numa bela casa do Jardim Pernambuco, onde há exatamente 15 anos deram uma festa espetacular para inaugurar o décor em tom de salmão e para lançar o decorador de interiores responsável, filho da amicíssima Lia Neves da Rocha: Antonio.
Como os convidados eram muitos, ampliaram a festa para o jardim, coberto com um toldo e transformado por Antonio num salão francês. Pronto: estava lançado não o decorador de interiores mas o decorador de festas mais bem sucedido dos últimos 15 anos.
Nesta década e meia, foram milhares de casamentos, bailes, eventos, aniversários, lançamentos e até um livro de festas com a marca Neves da Rocha, o primeiro decorador cenógrafo do Rio, requisitado pelo Brasil inteiro.
Sua criatividade o faz surpreender a cada nova montagem. Algumas festas são como espetáculos teatrais, shows da Broadway, efeitos especiais de cinema. Há uma semana, ele fez eclodirem fogos de artifício em todas as mesas do jantar natalino do Gávea Golf, usando para isso apenas lápis de cor.
Assim, aconteceu a esperadíssima festa anual, a 16ª (houve um ano em que foram duas) produzida por Antonio para os Figueira de Mello-Chermont de Britto, desta vez superando todas as demais.
E olhem que já teve de tudo. Houve a festa chinesa, toda de laca vermelha sang de boeuf. Houve uma toda verde escuro. Mais outra modernérrima, branco total, como se estivéssemos em Mikonos. Uma toda preta, bem dark. Aquela com o lounge, toda de velas, ahhh! Inspiração nunca faltou.
Desta vez, o tema foi um painel de Rugendas, retratando o Rio de Janeiro (igual ao painel que há no Itamaraty), dominando todo o ambiente, com 11 metros de largura por seis de altura.
Um ar refrigerado extraordinário, com os tubos prateados entrando casa adentro – externamente, na visão da rua, parecendo instalação de arte contemporânea. É o segundo ano em que há esta refrigeração (acho que o Rio está esquentando). Assim como é o segundo ano em que, em vez de DJ e dança, há o som ameno de um sax (acho que os convidados estão ficando mais cool).
Raimundo Basílio fez os arranjos de flores. Diante do mega painel, uma sequência de palmeirinhas da mesma altura deste, com coquinhos em tons degradés de vermelha – palmeiras naturais do próprio jardim da casa, que muitos juravam terem sido plantadas especialmente para a ocasião – se incorporavam ao cenário do Rugendas. Um achado!
O jantar para 150 pessoas, como sempre, era assinado pela chef Laura Pederneiras.
O tom da festa, o tema, a proposta, as linhas gerais, são sempre traçados pelos próprios Figueira de Mello-Chermont de Britto. Como diz Neves da Rocha: “O traço com a classe é deles. Pois afinal de contas a festa é deles!”
E lá se vão 15 anos… Recebendo com os pais, na festa de suas Bodas de Ouro, estavam Mika, Sérgio e Eduardo. Como diz o ditado, “pelo fruto se conhece a árvore”… A Figueira. E também a Chermoneira, naturalmente…
Sérgio, Mika e Eduardo cercam os pais Sérgio e Maria Helena Chermont de Britto
Rosa Maria Barreto e Juju de Almeida Magalhães
Lourdes Catao e seu filho Álvaro Catão
Therezinha e Jerônymo Figueira de Mello, primo de Maria Helena Chermont de Britto
Paulo e Mirna Bandeira de Mello
Neri Infante, Thereza Muniz e Luiz Eduardo Fonseca
Maria Helena Figueira de Mello Chermont de Britto, Angela e Alberto Alhante
Mika Chermont de Britto e Cynthia Figueira de Mello
Mika Chermont de Britto e João Viegas
Maria Alice Araújo Pinho entre Maria Helena e Sérgio Chermont de Britto
Kiki Almeida Braga e Terezinha Noronha
Julia Gibson Barbosa e Isa Fonseca
Harilda Larragoiti e Laís Gouthier
Glorinha, Ana Maria e Belinha Figueira de Mello
Angela Alhante, Belita Tamoyo, Maria Alice Araújo Pinho e Denise Infante
Adriana Leitão da Cunha, Inga Hime e Ana Luiza Rothier
Tininha Machado Coelho, Mika Chermont de Britto e José Ronaldo Muller
As costas de Tininha Machado Coelho
A decoração com as palmeiras e os coquinhos naturais em degradê
Fotos de Marco Rodrigues
A festa de Antonio Neves da Rocha no Gavea em que Lápis de cor viraram fogos de artifício
Querida Hilde, adorei a foto das minhas costas!!!! hahahahaaha!! nem vi ( claro!) …só não gostei de uma “pinta” .. vou marcar dermatologista pra essa semana mesmo !!! De repente você pode ter sem querer me dado uma ajuda!!!! bjo carinhoso
Amiga Hilde
Vendo a querida Lucília Borges nas fotos,me lembro de uma história engraçada. Quando comprei minha 1.a casa em Angra,pedi a decoração na Ipanema Design loja no Jardim de Alá da Lucília,ao dar o endereço,Praia do Retiro ela me falou:Claro que conheço temos casa lá,eu jovem e pouco informado perguntei,onde? Lucília com a naturalidade dos muito ricos me falou,em todo o Retiro, é da minha família,assim como Frade,Portogalo e Portobelo.
Desce o Pano!