Luiz Severiano Ribeiro, o presidente da Rede Kinoplex, e sua linda Gloria
Num Brasil de economia instável, políticas descontinuadas, prioridades sempre invertidas, uma empresa alcançar seu 100º ano é fato extraordinário, para ser muito celebrado. Chegar a essas 10 décadas sempre liderando o mercado e gozando do mesmo prestígio é motivo para ser exaltado.
Considerando que o que essa empresa centenária, com tradição, sucesso e prestígio, vende são arte, talento e cultura, temos todas as razões para grande espanto. Só com muita tenacidade, firmeza na condução empresarial, justeza no foco e nos objetivos e inteligência ao projetar suas sucessões, uma empresa permanece por tanto tempo no topo em nosso país.
Antonia Frering, ao fundo a empolgante banda The Soundtrackers, que só apresenta trilhas de cinema
Num mercado que se transforma com a velocidade das conquistas tecnológicas, num mundo em que o comportamento vai sofrendo mudanças de acordo com os ventos – em algumas cidades, de acordo com os tiroteios – a Rede Kinoplex de cinemas, antigo Grupo Severiano Ribeiro, maior e mais importante grupo empresarial da indústria cinematográfica brasileira, se adequa com a agilidade dos super-heróis. Os mesmos que lhe garantem bilheterias fartas, salas lotadas, como o Homem Aranha, que a família Severiano Ribeiro ofereceu, em avant prémière, aos convidados da festa de seu centenário.
Monica Clark, Cristiana Trussardi, Luciana Dale e Clara Magalhães
Ator Ronan Amaral como o Coringa
Foi uma noite descontraída, agradável e bastante musical, ao som da banda SoundTrackers, no Rio Sul, com direito a atores caracterizados como personagens famosos do cinema – Máscara, Marilyn, Menino Maluquinho – ao mesmo tempo em que podíamos esbarrar com famosos da vida real – Antonio Fagundes, Glória Pires, Ney Latorraca, Suzana Pires, Camila Morgado – ou divinas do high, como a anfitriã Glória Severiano Ribeiro, Teca Dunin, Bebel Niemeyer, Monica Faria, Eliana Moura, Isis Penido, Alice Médici, Luciana Dale, Clara Magalhães, Idinha Seabra Veiga, Carmen Silvia Peltier de Queiróz, Laura Pederneiras.
Fã abraça emocionada o Fabio Porchat – e ele, que simpatia!
Comidinhas deliciosas volantes. Ritmos dançantes contagiantes – perguntem só à Maria Célia Moraes, muito bonita em seu novo penteado demi preso. Circulação democrática de convidados, tribos e grupos variados – do mundo do Terço ao universo Financeiro, passando pelas cinematecas e correlatos. Todos da Família Severiano Ribeiro convidaram, cada um com sua cota de convites, que não podia ser grande, pois o clã é bastante numeroso.
Uma noite concorrida, em que cada um dos presentes se sentiu prestigiado por lá estar. Cada um se sentiu o escolhido e pôde escolher, entre três filmes em lançamento, qual assistiria: Homem Aranha, João Carlos Martins, Soundtrack, dirigido pelo #BomEmTudo Wagner Moura.
O obstetra e ginecologista Carlos Dale, que tem consultório no mesmo prédio do Rio Sul, e Afonso Pinto Guimarães
Com o projeto de “prosseguir levando a magia e a emoção do cinema a todos os brasileiros, por muitos e muitos anos”, o presidente do grupo, Luiz Severiano Ribeiro Neto, não se cansou de lembrar e atribuir méritos ao brilho e à determinação do avô de Baturité, interior do Ceará, que em 1917 ousou a louca ideia de inaugurar em Fortaleza o Cine Majestic. Hoje, são 260 salas, 55 mil poltronas, em 17 cidades do país, 500 filmes lançados por anos, 22 milhões de espectadores. E o cearense de Baturité virou Boulevard Luiz Severiano Ribeiro, na área mais cosmopolita do Centro do Rio, na Avenida Rio Branco, entre Nilo Peçanha e Presidente Wilson. Afinal, foi ele quem, junto com Francisco Serrador, fundou a Cinelândia e, com ela, o Cine Odeon, que lá está há 91 anos, o cinema decano do grupo.
Juliana Horn e Bruna Beloch
Tudo isso é história da cultura brasileira. E esperamos que as homenagens não parem por aí. Repetir não ofende: um país se constrói com a memória de suas grandes mulheres e de seus grandes homens. A Cidade do Rio de Janeiro já homenageou merecidamente este centenário. É dada agora, ao Ministério da Cultura do Brasil, a oportunidade de fazer o mesmo.
Sugiro o nome do nordestino pioneiro do cinema nacional Luiz Severiano Ribeiro para Grande Homenageado post-mortem da Ordem do Mérito Cultural 2017.
Fotos de Marcelo Borgongino