O último dia do Paraty Eco Fashion começou com excelente palestra de Emilia Duncan. Emilia, vocês sabem, é aquela figurinista maravilhosa da novela global Caminho das Índias, da minissérie A Muralha, além de filmes, como Carlota Joaquina…
Como toda boa artista brasileira, que lida com dificuldades, Emilia contou que começou a perceber o valor da moda ecológica quando não havia a verba necessária para a criação de seus figurinos. Foi assim com o filme Carlota Joaquina, quando precisou se virar com o que tinha em mãos, deixando que a criatividade a guiasse. Recriou joias de ouro com papel de jornal, fez colares com bolinhas de gude, transformou cortinas em camisolas, confeccionou vestidos e casacas de papel e entretela. E depois da experiência com o filme de Carla Camurati nunca mais parou de reciclar…
Em A Muralha, fez o mesmo. Tapete de banheiro virou jaqueta; calota de automóvel, acessório de cabeça e as estampas eram feitas com carimbo de batata. Emilia recorreu ao naturalismo da época, do séc. XVII, quando as fazendas brasileiras eram isoladas e, portanto, auto-suficientes. Aproveitou o contexto e foi buscar na própria natureza suas inspirações. A figurinista contou, também, que foi trabalhando com as rendeiras da Paraíba que percebeu a importância das tradições e da valorização do ofício. O trabalho com artesãs é uma troca de conhecimento, que só acrescenta, disse Emilia Duncan, assim como o contato com diferentes culturas, como a indígena…
Palestra da figurinista Emilia Duncan