Recebi hoje uma manifestação aflita e também preocupante, para todos nós, do estimado colecionador de arte e antiguidades Paulo Roberto Barragat, mais recente membro da Academia Brasileira de Artes.
Muito bem redigida, e com grande clareza, eu a transcrevo aqui, para o conhecimento de vocês.
Querida amiga Hilde
Fui vítima, em minha casa, de um furto de joias muito raras e valiosas, tratado pela polícia da 12ªDP (Hilário de Gouveia) com um descaso inacreditável, já que se trata de um acervo histórico que considero Patrimônio da Humanidade.
AS JOIAS
Do século XVIII, um colar de ouro e diamantes, brancos e azuis, que pertenceu a D. Maria I; um grande pendente do mesmo estilo; um par de brincos pendentes grandes e dois relicários. Congêneres, muito semelhantes a essas peças, figuram na maioria dos livros sobre joias antigas hoje pertencentes a coleções de museus. Do século XIX, duas pulseiras em ouro e brilhantes; dois relógios femininos em ouro e esmaltes, sendo a peça mais rara, uma caixa rapezeira em ouro e esmalte. No total foram cerca de vinte peças, no valor aproximado de R$ 800.000 (oitocentos mil reais).
A POLÍCIA
O Registro de Ocorrência na 12ªDP foi feito no dia 20 de fevereiro e as oitivas dos 7 funcionários da casa arrastaram-se até o dia 06 de março, dando 14 dias de vantagem para o ladrão. Meus pedidos para acelerar esse processo foram em vão, sob a alegação de que cumpriam um procedimento padrão. O furto ocorreu entre os dias 16 (sábado) e 17 (domingo) quando os funcionários folgavam.
Estavam presentes na casa apenas a Maria José, conosco há mais de 15 anos, e um folguista de fins de semana do acompanhante do papai, que, pedindo à outra funcionária para olhar o paciente, circulava livremente e sem testemunhas por toda a casa. Este, conosco havia três meses, sem aviso prévio, pediu as contas, dizendo que se mudaria para Recife, fato que informei ao delegado e à escrevente. Assim, ele foi intimado a depor no dia 24 de fevereiro e, após todas as outras oitivas, ele, como principal (único) suspeito, foi novamente intimado para o dia 3 de março (42 dias após o furto). O mesmo, por telefone, informou à policial que estava em Recife e só viria ao Rio dali a três meses (quando o inquérito policial já estaria arquivado). Perguntei à policial que providência se poderia tomar e ela respondeu: “Nenhuma, só após o dia 3 de abril, caso ele não compareça”.
Diante dessa morosidade, perguntei à policial se eles haviam recuperado o produto de algum outro furto. A resposta foi curta e direta: “Não, desde que trabalho aqui, nunca. Só casualmente, quando houve uma apreensão de joias roubadas cuja queixa tinha sido dada nesta D.P.”
SOCOOOORRO!!!,
Paulo Roberto Barragat”.
Bem, queridos leitores, o email é textual, sem pôr nem tirar. É mesmo para a gente se preocupar, não acham. O que fazer? Apelar às autoridades competentes, naturalmente. Pedir à delegada Martha Rocha, chefe da Polícia Civil do Rio, que chame às falas os responsáveis pela indolente 12ªDP, cujo hino de trabalho parece ser aquele do Zeca Pagodinho, o “Deixa a vida me levar, vida leva eu…”, e bote aquele povo pra investigar mais, apurar mais, intimar mais, enfim, fazer seu serviço como deve ser, sobretudo quando há peças históricas envolvidas, para não cobrir o Rio de Janeiro com mais essa vergonha…
E como a delegada Martha Rocha é um dos nossos atuais orgulhos, por sua fibra, sua seriedade e sua grande capacidade de trabalho, sinto-me totalmente à vontade para fazer este apelo a ela aqui, de peito aberto, diante da plateia carioca:
Vamos recuperar esse Patrimônio da Humanidade, delegada Martha, para que qualquer aventureiro não lhe lance mão e o derreta na primeira oportunidade!!!…
Carinhosa, a delegada Martha Rocha prestigiou a entrega in memoriam do Troféu Zuzu Angel, pelo PSB, na ALERJ
Esclarecimento sobre as coleções particulares
Todas as obras de arte ou históricas que pertenceram a Família Imperial Brasileira, foram vendidas no Leilão do Paço de São Cristóvão – Quinta da Boa Vista – pelo governo brasileiro para particulares. Assim também os descendentes das Famílias Imperial Brasileira, Real Portuguesa e de outros vultos da nossa história, sempre venderam e vendem peças herdadas de seus antepassados ilustres. Os colecionadores que adquirem essas obras as mantem em perfeito estado, enquanto a reserva técnica de nossos museus, como muitos do exterior, tem muitas obras aguardando restauro, isso apesar do empenho e dedicação de seus excelentes administradores cujo trabalho e luta pela preservação de nossa história, respeito e admiro muito.
Agradeço a todos os amigos pelas manifestações de carinho e parabenizo a Hilde pela matéria cujo estilo conheço e aprecio muito e pelo alcance e credibilidade de seu blog.
Paulo Roberto
Lamentamos o ocorrido com o querido amigo Paulo Roberto, na certeza que o apelo sera atendido pela nobre Delegada Dra. MARTHA ROCHA. Daqui ficamos na torcida pedindo a Deus na solucao urgente.
Sou muito amiga de Paulo Roberto Barragat e uma das poucas pessoas que tem acompanhado o dia a dia, desde que houve o furto das jóias na residência dele.
Gostaria de fazer algumas ressalvas de suma importância, sobretudo com relação ao comportamento atípico da 12a DP ( Hilário de Gouvea) e de uma pessoa que, a meu ver, se encontra sob suspeita.
O furto ocorreu nos dias 16 e/ou 17 de fevereiro, ou seja, no final de semana. A falta das jóias se deu logo em seguida e o BO ocorreu no dia 20 de fevereiro. Acontece que nesse final de semana só havia o enfermeiro que cobria os finais de semana para cuidar do pai de Paulo Roberto e uma funcionária que já trabalha muitos anos na casa, Maria Jose. E nesse justo final de semana, o enfermeiro, por inúmeras vezes, solicitava à Maria para ficar com o pai de Paulo Roberto, dando desculpas que ia tomar banho, falar ao telefone, enfim, se ausentando várias vezes, tendo a oportunidade de circular a vontade pela casa e fazer o que bem entendesse.E isso, sempre era comum desde de que foi contratado (permaneceu na casa durante 3 (três) meses, sempre fazendo perguntas aos funcionários da casa e inclusive para o próprio Paulo Roberto, procurando saber das atividades de Paulo Roberto. Portanto, ele teve tempo suficiente para conhecer a casa e arquitetar com bastante tranquilidade para dar o golpe. Tudo cuidadosamente planejado, articulado. !!!!!!!!!l
Logo depois do furto, o enfermeiro pediu demissão, sem aviso prévio, alegando que estava se mudando para Recife. Ele simplesmente comunicou sua saída !!!
O Delegado da 12a DP, tendo em vista a estranha e apressada “mudança de endereço “do enfermeiro folguista, intimou-o a depor e em seu depoimento existem várias contradições entre o que disse para os funcionários da casa e seu depoimento à escrevente. Os demais funcionários só foram convocados a depor 14 ( quatorze ) dias depois, causando um grande hiato entre os depoimentos.
Até o presente momento não foi instaurado o inquérito, fato totalmente inadmissível quanto aos procedimentos legais !!!!
Além disso, a escrevente chegou a telefonar para o enfermeiro solicitando um novo depoimento e o enfermeiro respondeu que só poderia retornar ao Rio de Janeiro 3 (três) meses depois, ou seja, transcorrido este prazo, o caso é automaticamente arquivado pela própria DP !!!!!
Pelos fatos acima descritos, o enfermeiro torna-se, sob o meu ponto de vista, inegavelmente, o PRINCIPAL SUSPEITO !!! Isso é uma evidência da lógica !!!
Sendo assim, solicito que as AUTORIDADES GOVERNAMENTAIS, EM ESPECIAL , A CHEFE DA POLÍCIA CIVIL, DRA. MARTA ROCHA, a tomarem as devidas providências cabíveis com a finalidade de elucidar o caso e averiguar com firmeza o paradeiro do enfermeiro bem como resgatar as JÓIAS QUE SÃO DE EXTREMA IMPORTÂNCIA PARA O PATRIMÔNIO HISTÓRICO NACIONAL, a fim de que se possa complementar, esclarecer e até mesmo dar uma solução definitiva com a maior URGÊNCIA !!!!!!!!!!!!!
Roseane Fialho Hupsel Madruga
Mais uma vez parabéns Hilde, além de opinião sua coluna é atuante e participativa, não se omite e não se esconde de ninguém. Tb na torcida, espero que este patrimônio seja recuperado, aproveito p/ responder ao amigo Vinicius: Não é de hj que nossos governantes não ligam muito p/ preservar nossa história e bens culturais, veja como exemplo o Leilão do Paço de São Cristóvão (Quinta da Boa Vista) onde nosso governo colocou à venda todos os bens da Família Imperial Brasileira e graças aos colecionadores particulares hoje essas relíquias ainda existem para nos contar a história do Brasil.
Lamentável o roubo. Todo roubo é lamentável. Quando alcança valor histórico, é inestimável.
A pergunta (reflexão) que eu deixo aqui, já na torcida que as peças sejam recuperadas (nada me resta, neste caso, a não ser torcer) é a seguinte: jóias com tal valor histórico deveriam estar em uma coleção privada, em uma residência?
Verdade!!!!!!!!!!!!