Causou arrepio na alta sociedade brasileira assistir pela TV aos homens da Polícia Civil, todos de preto, descerem do helicóptero, fazendo rapel, armados até os dentes, com metralhadoras, e invadirem a “luxuosa cobertura triplex”, na Avenida Atlântica, hoje pertencente ao bicheiro Anísio Abrahão David. Era a “Operação Dedo de Deus”…
Era ali que Lily e seu amado Roberto Marinho recebiam para suas festas memoráveis de Réveillon, sempre black-tie, as mulheres com belíssimos vestidos de baile e joias, os homens de summer. Havia orquestra, o chef Laurent fechava seu restaurante no Rio e, depois, o de São Paulo, especialmente para vir preparar a ceia maravilhosa. Os convites eram disputadíssimos. Todos os convidados tinham direito a “passes livres” cedidos pela Prefeitura para circularem com seus carros pela Avenida Atlântica interditada naquela última noite do ano. Ministros, embaixadores, grandes empresários, o top do Brasil e até do mundo passava por lá. Vi gente que até o Dedo de Deus duvidaria: do recém-eleito presidente da República Fernando Henrique Cardoso aos duques de La Rochefoucauld…
Muitos embaixadores do Brasil no exterior, quando estavam prestes a se aposentarem deixando a carrière, estabeleciam os melhores contatos sociais no Rio nessas festas de 31 de dezembro dos Marinho, pois estar lá significava ser um “insider social”. Enfim, ir àquela cobertura do casal, que a mantinha fechada o ano inteiro e só a abria em dezembro para a festa da passagem do ano, era um atestado de bons antecedentes sociais, um diploma de “personagem de alto nível”…
Neste dezembro de 2011, porém, os “Papais Noel”, de preto e encapuzados, que vimos baixando na “chaminé” daquela cobertura da Atlântica, ex-apartamento de Roberto Marinho, em nada recomendam a frequência no endereço…