Casamento Araújo-Chapman: Um Sonho de Uma Noite de Verão em pleno invernico carioca

De tal forma requintado e protocolar foi o cerimonial do casamento de Gilson Araújo Filho e Dara Chapman, que o noivo, um mês e meio antes da data, deu-se ao cuidado de pessoalmente fazer a entrega do convite a cada um dos destinatários.

Ora acompanhado por sua noiva, Dara Chapman, ou por sua mãe, Helenita, Gilsinho fez breves visitas em que explicou que seriam apenas e exclusivamente 160 convidados na cerimônia religiosa – no Outeiro da Glória, oficiada por padre Omar e concelebrada pelo pároco Sérgio – sucedida de recepção, para os mesmos amigos, na residência da família, no Jardim Pernambuco. Um cavalheiro, o Gilsinho.

Nossa Senhora da Glória não precisa de muito para estar uma glória. O Outeiro é por si glorioso, com seus azulejos, painéis barrocos esculpidos, as imagens centenárias nas vitrines, representações do Espírito Santo flamejando em folhas de ouro, a imagem magnífica de Nossa Senhora da Glória com suas vestes e o manto bordados, que a cada ano são trocados em ritual centenário. Tudo isso já nos enche os olhos, ocupa a mente com beleza, evoca passado e história.

No casamento de Dara e Gilson havia também as flores brancas escalando o altar e desabrochando nos bancos em buquês. Muito bonito.

Não, desta vez o atraso de mais de uma hora não foi culpa da noiva, não foi do padre, nem dos padrinhos Gisella e Ricardo Amaral e muito menos da organização impecável da cerimonialista Amarilis Vianna. Foi da van, que se perdeu no caminho para o Outeiro, levando a bordo os 15 padrinhos de Dara, vindos especialmente da Califórnia.

Enquanto esperávamos, éramos brindados com um concerto da melhor qualidade, ao som de teclado, flauta, violino, trompete, percussão e vozes do Coral Astorga, obras selecionadas a dedo por Gilsinho, um erudito apreciador da música clássica.

O repertório magistral se repetiu durante a cerimônia, que teve entre seus highlights a Habanera, da ópera Carmen, de Bizet, e à entrada da noiva a Marcha Nupcial, que Mendelssohn compôs para a peça de Shakespeare, Sonho de Uma Noite de Verão.

E, apesar daquela noite do sábado ser a de um invernico carioca, vimos deslizar sobre a passadeira vermelha do Outeiro, uma fadinha verde de sonho, coberta por minúsculos botões cor de rosa, ao som da Barcarolle, de Chopin.

Era a pequena Ana Carolina, com botões de rosa também nos cabelos, vestida com tafetá verde limão pela Lucília Lopes, a mesma que criou o vestido de sua mãe, Dara, com corpo de renda rebordada e salpicada também na ampla saia, formando cauda, em tafetá de seda, com laçarotes chatos contornando a cinturinha de jeune fille. Diadema de brilhantes e um apanhado de tule nos cabelos.

O noivo não poderia estar mais elegante. Impecável: Ermemenegildo Zegna, gravata Charvet, camisa Dormeuil.

A fadinha Carolina participou de todos os momentos do casamento e, à hora da assinatura dos pais no livro de compromisso, também quis assinar. Desejo cumprido.

Risos, palmas, felicidade. Padrinhos bonitos, bem vestidos.

Gentil, padre Sérgio falou o Evangelho, os votos e o Pai Nosso em inglês, para satisfação e participação dos norte-americanos.

Carmen Mayrink Veiga costuma dizer que o mais importante e bonito de um casamento é a cerimônia religiosa. A festa, para ela, é complemento até dispensável.

Ao chegarmos à recepção na residência dos noivos, no Jardim Pernambuco, já havia lá pessoas que não foram na igreja.

A festa teve buffet volante de Luiza Veiga, champagne Taittinger supergelado, tinto Villa Antinori, vinhas da Toscana, do Marquês Antinori.

O bolo de Regina Rodrigues era impactante (ela chegou a dizer que, em 45 anos, foi o bolo de casamento mais lindo que já confeitou – concebido pelo próprio noivo, cinco andares circundados por guirlanda de orquídeas, sobrevoadas por borboletas também brancas), e orquídeas havia na mesa dos doces de Cristiane Guinle, que desabrochavam de forminhas de orquídeas, idem, num décor com Vieux Paris, travessas de prata, Aubusson.

As orquídeas se multiplicavam em ramos sem tamanho, pelo salão, postas em redomas, concepção do próprio noivo, execução de Anderson Elias.

Sob um lustre de proporções fabulosas do designer Ingo Maurer, a indiscreta pista de dança espelhada refletia e revelava o irrevelável, ao som dos DJs Mamede e o fabuloso Jacaré, que fez o Hippopotamus trepidar por décadas e não perdeu a mão.

Tudo, um só refinamento.

Amizades verdadeiras cultivadas são indestrutíveis, como pudemos constatar na presença numerosa dos norte-americanos, que voaram especialmente para abraçar Dara, e dos muitos que vieram do Espírito Santo para estar com os amigos Araújo, Helenita e Gilson, no casamento de seu filho. Lá, vi os capixabas top Diva Micheline com a filha Andrea Paula Micheline, Marília e Octacílio Coser, Regina e Helio Dorea, para mencionar alguns. De São Paulo, o Adrian Rabinovitch, padrinho com Aurea Souza Campos, a Regina Ceribelli, irmã da Renata e bonita como ela.

Elegantes, também, Regina Rique, com seu colar de brilhantes ovalados, Saphira Tostes, Monica e Ricardo Farias, Gisella e Ricardo Amaral, Dayse e Julio Fabbriani, Inês e Sérgio Costa e Silva, Teresa e Pedro Avvad, Cristina e Cláudio Aboim, Sanjeev Chowdury, o casal Roberto Kauffman, Lucy Sá Peixoto.

Isis Penido, com vestido longo de renda turquesa que fez com o estilista Wanderson, falava-me que a Abrag paulista cerrou as portas. Agora temos apenas a Abrag do Rio de Janeiro, presidida por ela. A protetora das vítimas do glaucoma, com todo o seu dinamismo e olhos lindos azuis.

Ocupar-se com uma causa, ter um comprometimento com a comunidade em que se vive, é elegantíssimo.

Infelizmente, a sociedade brasileira de hoje reflete as instituições brasileiras da atualidade em geral, salvo raras exceções. Gilson Araújo Filho é uma dessas exceções raras, com sua atitude educada e cavalheiresca, ocupando-se de rituais de gentileza não mais vistos, como a visita cordial a cada um que convidou para seu casamento.

Na igreja e em casa…

Ah, se a sociedade brasileira e as instituições brasileiras fossem compostas por mais pessoas com tal requinte, o padrão de qualidade social aumentaria bastante e seria um Sonho de Muitas Noites de Diversos Verões.

Ao som de Mendelssohn, naturalmente.

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A pequena Ana Carolina, no altar, pediu ao padre Sérgio que também queria assinar o livro do matrimônio dos pais

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Dengo da fadinha Ana Carolina, mãe e filha vestidas por Lucília Lopes, Gilson Araújo de terno Ermenegildo Zegna su misura

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Annie Alberti, mãe da noiva Dara, prestigiou a moda brasileira, e vestiu Carlos Miele para entrar elegantemente, braços dados com o pai do noivo, Gilson Araújo. Aqui, na foto clássica, acombanhada do sobrinho, Bob Rogina, os noivos, a pequena Ana Carolina, Helenita e Gilson pai.

 

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As costas do vestido bege e rosa Blumarine de Heleita todo bordado com micro paetês

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A delicada mesa dos doces de Cristiane Guinle, desabrochando de forminhas-camélias

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O noivo com Adrian Rabinovitch, padrinho com Aurea Souza Campos

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Com os padrinhos Fabio Cuiabano e Lucília Lopes, autora dos vestidos da noiva e da daminha

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Marília e Octacilio Coser, padrinhos do casamento de Gilsinho

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Gilsinho disse “sim”, Dara respondeu “Yes”

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A entrada de Dara Chapman, acompanhada do primo, Robert Rogina, pois seu pai já é falecido

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Olhem eu aí, com um modelito Heckel Verri exclusive, xale de Galliano vintage, fotografando com um celular combinando com a roupa…

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Instantâneo dos padrinhos Gisella e Ricardo Amaral

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Marília e Octacilio Coser

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Orquídeas brotando de redomas de vidro

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Padre Sérgio, Gilson e Dara, com lacinhos chatos de Lucília Lopes, ao melhor estilo Givenchy, contornando a cintura fina

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Uma foto típica de álbum de casamento para encerrar

Fotos de Chafin Films (as boas) e minhas (no comments rsrsrs)

5 ideias sobre “Casamento Araújo-Chapman: Um Sonho de Uma Noite de Verão em pleno invernico carioca

  1. Matéria digna de contos de fadas! Parece que estamos lendo um livro de romance antigo.Adorei, parabéns!

  2. Matéria linda! conheci a família Araújo a muitos anos e eles são exatamente assim: educados, finos elegantes, bons anfitriões e Gilson Junior desde muito jovem sempre foi um cavalheiro. Parabéns pela matéria e também a família Araújo.

  3. O blog tem todo direito de ser petista ou tucano. Não cabe aos leitores o policiamento ideológico. Não sou petista e não deixo de ler o que é postado aqui.
    O PT e os petistas estão em chamas e alguns já carbonizados.
    Isto é inconteste.

  4. A qualidade das fotos está péssima, o que depõe contra a excelência do blog, minha leitura diária, mesmo discordando das posições a favor do PT e assemelhados fisiológicos.

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