Acompanhada das duas filhas, Carolina e Mercedes, ambas vestindo sua grife, a estilista venezuelana Carolina Herrera chegou hoje às 11 da manhã em sua entrevista coletiva, no lobby do Anexo do Copacabana Palace, usando uma saia de pied et poule preta e branca, camisa social branca e colar de pérolas barrocas e ouro: impecável!…
Carolina, vocês sabem, veio ao Rio a convite da Femama – Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama – para acender hoje à noite a iluminação cor-de-rosa do Cristo Redentor, dando início aos eventos do Outubro Rosa, em todo o país, dentro da campanha de prevenção e diagnóstico do câncer de mama que tradicionalmente ilumina monumentos em todo o mundo nos tons de pink. Também participam da iniciativa a American Cancer Society e a organização internacional SER, que a estilista representa…
A SER, da qual Carolina é porta-voz desde 2007, foi fundada pela Sony Pictures Television para a América Latina, com o intuito de difundir mensagens de esperança, paz e amor às mulheres com câncer de mama…
Com a imprensa carioca boquiaberta, diante de tanta elegância e classe, falou Carolina: “Não tenho ninguém na minha família doente. O que me levou a entrar de cabeça nesse projeto foi a mulher. Por falta de informação, mulheres no mundo todo morrem, quando deveriam estar vivas. E estou muito feliz de estar aqui no Rio , uma cidade encantadora”…
Ao lado, batendo a cabeça em sinal de concordância, a diretora do Copa,Andrea Natal, que foi teve câncer de mama, fez cirurgia, enfrentou a quimoterapia e deu a volta por cima. Está ótima e linda como sempre foi. Dizendo-se uma vitoriosa, e não uma sobrevivente, Andrea contou que teve todo o apoio do hotel durante o ano inteiro de seu tratamento e deu seu recado: “O tratamento em hospitais públicos é lento e ineficaz. Os remédios que eu usei deveriam estar nos hospitais públicos e não estão”…
Alessandra Durstine, da American Câncer Society, informou que o câncer mata mais do que a AIDS e a malária ao redor do mundo…
O speech mais dramático foi o da dra. Maira Caleffi, presidente da Femama, que tenta mudar e influenciar políticas públicas para a prevenção do câncer de mama no Brasil. Ela denunciou que, enquanto na Europa o número de vítimas fatais cai a cada dia, no Brasil e em toda a América Latina ele só faz aumentar. “É preciso um esforço mútuo da sociedade civil e dos governos, para que se possa reverter esse quadro”, falou…
Segundo a dra. Caleffi, os casos de câncer de mama no Brasil dobraram entre 1975 e 2000, e a tendência é que tripliquem até 2030. Por isso, diz, “é necessário prevenir o que é prevenível e curar o que é curável”. Quando o pequeno nódulo é descoberto cedo, o que pode acontecer com um simples exame de toque pela mulher em casa, o câncer de mama tem praticamente 100% de chances de ser curado. A cada 1 mm de aumento do nódulo, diminui em 1% as chances de cura…
No Brasil, cerca de 11.194 mulheres morrem por ano de câncer de mama. Muitas dessas perdas poderiam ser evitadas. São mulheres que não fazem a mamografia por falta de indicação médica, descuido com a saúde, falta de hábito, falta de tempo ou simplesmente por preguiça. Nas classes mais baixas, a situação é pior, pois além de não obterem informações necessárias elas têm muita dificuldade para marcar uma consulta pelo SUS, esperando cerca de um mês para isso. Até a mulher chegar à mesa de cirurgia, já se passaram cerca de seis meses e a doença, provavelmente já terá se desenvolvido…
Este ano, pela primeira vez, o Copacabana Palace adere à campanha e estará hoje, assim como o Shopping Leblon e o Cristo Redentor, todo iluminado de cor-de-rosa. E nós estaremos aqui de baixo admirando toda a beleza pink da solidariedade…
Fotos de Sebastião Marinho
Carolina Herrera com as duas filhas, Mercedes e Carolina, posam para este blog, esta manhã, no Copacabana Palace
Andréa Natal, Carolina Herrera e Maira Caleffi, na entrevista coletiva da campanha da Femama
Herrera e a fitinha cor de rosa da campanha de conscientização contra o câncer de mama
Alessandra Durstine, da American Cancer Society
Andrea Natal, que se curou de um câncer de mama, mas precisa ficar cinco anos sob observação médica