O Sonho já foi. O Onírico faleceu. A Fantasia? Aposentada. A Alegoria partiu. Abram alas para Grosso Modo & suas parentes: Grossuras e Grosserias. Tá tudo dominado e Em família. A família deles, eca!
Lembram da feliniana décadence das festas carnavalescas “das bichas” do inspirador Teatro São José? O endereço exclusivo dos insiders, cults, alternativos, que o progresso fez ruir às marretadas tornando a Praça Tiradentes cada vez mais sem graça?
Lembram do frisson e do encantamento do I Gala Gay? E do Segundo e do Terceiro e dos seguintes? Que depois foram copiados por galas genéricos e ficaram meio assim assim, descendo ladeira, porém ainda guardando fascínio, humor e alguma compostura?
Lembram dos Sugar Loaf Balls do Guilherme Araujo, cinematograficamente gays, debruçados sobre a Baía da Guanabara? Transpirando delírios de uma beleza de cortar fôlegos? Completamente inebriantes, lembram?
Vou refrescar memórias…
Fantasiados com seus paetês e tules, tchutchus de bailarinas, máscaras, estrelas e véus, jogados sobre o gramado do Pão de Açúcar. Batons desmanchados, os makes decaídos, num clima nouvelle vague misto de Glauber Rocha, tudo tão lindo, tocante e extravagante, atiradaços aos sabores e soluços de Momo…
E gentes de todos os mundos e idiomas unidas pelo esperanto do carnaval, homos, gays, bis, heteros, florindinhas, abelhinhas; indefinidos, ecléticos, agnósticos, ortodoxos, radicais; gente chic in all directions, love and peace... sex and samba and rock’roll…
Um certo quê hippie chic no ar… mix de commedia dell arte e, ao longe, passava o Paulette com sua imensa gola de Pierrô, lágrima branca em gota borrando o rosto… e vivam os dzi croquettes!…
Pois bem, quem viu, viu, quem não viu que compre revista antiga no e-bay.
O Agora é o seguinte: chegam aí uns ditos Empresários do Lazer montados em seus KIA emergentes, parqueiam na Marina da Glória e anunciam a “1ª Festa Gay Internacional do Rio de Janeiro”, num evento intitulado Rio Lifestyle Festival (Festival do Estilo de Vida do Rio de Janeiro), que rolou durante o carnaval sob tendaça iluminada com leds, vendendo a ideia de um Rio de Janeiro com bofes musculosos e bem servidos em sungas justinhas, exibidos em outdoors imensos na fachada do Parque do Flamengo, e o sobrenome de um dos DJs da rave era Chapado… hummmmm…. Muito sugestivo para a garotada convocada a ir consumir… diversão, vamos chamar assim…
A classe do aroma do sugerido, exercido e adivinhado, lembrada na primeira parte desta crônica, ou a obviedade escancarada, exacerbada e escrachada, exposta na parte final?
Façam sua escolha, my darling friends…
Fui reler o que escrevi e, erro meu: Guilherme Araújo empresário de artistas e promotor de festas memoráveis. O Guimarães é outro gênio, mas de outra área, a moda.
Esse Festival gay é tão forçação de barra!!! Parece coisa de promoção de turismo sexual! Sem charme nenhum. Horrível!
Não sou do Rio, mas me lembro dos carnavais do final dos 70 e na década seguinte. Lembro de Guilherme Guimarães, Ricardo Amaral, Chico Recarey que faziam festas bonitas, elegantes, próprias para gente educada e a cara do Rio.
Hoje isso acabou. De fino passou pra grosso. E esse emergente carnaval de rua vai acabar com o Rio. Se não derem uma solução, se preparem cariocas, pois o carnaval baiano irá se instalar aí com cheiro de xixi e….empesteando tudo!
Maravilhoso texto …. Inesqueciveis os bailes do Pão de Açucar, a graça do Gala Gay…. bons tempos ! bjo parabéns!
Querida Hilde, nos “Facebooks”,nesta época,postamos sempre fotos dos Carnavais, não tão antigos assim, dos anos 80, exatamente pra relembrar o que não existe mais! Do “Gala Gay” do Pão de Açucar, do nosso querido e saudoso amigo Guilherme Araújo, postei a única foto que tenho,do único que fui, em 89, e do seu saudoso “Baile das Borbulhantes”,onde eu vinha com um grupo de NY.Como dá saudade! Era luxo, classe, alegria e diversão sadia. Eu acho, que desta turma de gente que sabe fazer Bailes e Festas com classe e elegância como antigamente, sobrou só o grupo do Ricardo Amaral, e o pessoal do Copa!
HILDE O CARNAVAL BRASILEIRO PASSOU SER UM LIXAO DE RUA,COM PESSOAS MIMADAS E MAL EDUCADAS NOS BLOCOS DAS RUAS..ACHO QUE O PREFEITO ABANDONOU A CIDADE MARAVILHOSA.SERA QUE ELE NAO SABE COMO GOVERNAR? BASTA DIZER AS FUNCIONARIOS PUBLICOS,CORPO DE BOMBEIROS ,POLICIAS MILITARES E 5000 MIL FUNCIONARIOS PUBLICOS QUE SENTAM NUM BANCO E GANHAM O NOSSO DINHEIRO SEM FAZER NADA ASSISTIDO A BANDA PASSAR DE BRACOS CRUZADOS.TODOS DEVERIAM ESTAR LIMPANDO A CIDADE MARAVILHOSA QUE PASSOU A PARA CIDADE DE LIXAO.NAO POSSO AJUDAR MAIS DO UMA SIMPLES PALAVRA.VAGABUNDOS VAO TRABALHAR.MEU DINHEIRO NAO VAI PARAR NO LIXAO MAS SIM NO BOLSO DOS IMRRESPONSAVEIS POLITICOS..
CANSEI VOU DORMIR E PENSAR COMO ERA ANTES MEU LINDO RIO DE JANEIRO.ADOREI SEU ARTIGO
cont…Mas o EMPIRICO, permanece……
Belisimo texto, querida Hilde, ainda que nossas ideias politicas sejam diferentes. Consequencias de muitas reunioes com os Bildeberg….pra bom entendedor, a palavra basta.Bjs.
PARABÉNNNNNS HILDEGARD!
UMA DAS MELHORES COISAS LINDAS QUE JÁ VI ESCRITA…COMO QUE NARRADA COM SUOR,LÁGRIMAS SAUDOSAS E COM DIREITO A TEMPINHO PRA PENSAR, PRÁ LEMBRAR… PRA RESPIRAR FUNDO!!!! COMO TUDO AQUILO ERA BOMMMMMMMMMMM…
TÁ TUDO NESSAS FRASES…SEM NADA MAIS A ACRESCENTAR!
ESSA É A HILDE QUE TENHO ORGULHO DE CONHECER…
COM CHEIRO DE BANDEIRA GUARDADA DE AINDA”TERRA AMADA”…
BEIJOSSSSSSSS
Obrigada, Eder, pela sua manifestação entusiasmada e generosa.
Beijos
eram tempos de deixar lembranças imemoriáveis …hoje só escracho e mau gosto….