“Tendo mais ou menos esgotado os espetáculos em cartaz no Rio, fiz uma coisa que faço pelo menos uma vez por ano: parti para uma temporada de teatros e museus em São Paulo. Sou das poucas cariocas que vão a São Paulo a passeio e sempre adoro.
L’illustre Molière é uma homenagem ao grande Molière. que reúne trechos de suas peças e momentos de sua conturbada biografia. Sandra Corvelone, Lara Hassum e Mateus Monteiro são responsáveis pela dramaturgia e Sandra é também diretora. O grande elenco é liderado por Guilherme Sant ‘Anna. O único problema é estar o espetáculo no Teatro do SESI na Avenida Paulista, onde, desde a inauguração, os espetáculos têm entrada franca e é preciso ir cedo apanhar senhas.
Doze homens e uma sentença, de Reginaldo Rose, que deu origem ao filme de grande sucesso, tem direção de Eduardo Tolentino e está em cartaz agora no Tucarena. Destacam-se no elenco Henri Pagnoncelli, Brian Penido, Zécarlos Machado e Oswaldo Mendes.
Cabaret é uma belíssima produção musical em que Cláudia Raia brilha como grande estrela que é. Jarbas Homem de Mello também tem ótimo desempenho. O Teatro Procópio Ferreira tem a vantagem de estar ali na Rua Augusta, numa cidade como São Paulo que tem muitos teatros distantes do centro. A direção é de José Possi Netto, outra garantia de qualidade.
Por falar em distância, para quem não tem carro em São Paulo, faz-se uma verdadeira excursão para ir ao Teatro Vivo, no Morumbi. Mas Hécuba, a grande tragédia grega, vale cada minuto gasto para chegar lá. Belíssima criação de Gabriel Villela, estrelada por Walderez de Barros.
Outro teatrinho não distante, mas meio escondido é o Viga Espaço Cênico, no Sumaré. Lá está em cartaz Os credores, de August Strindberg, dirigido por Eduardo Tolentino de Araujo, carioca que se radicou em São Paulo há anos e tem sempre vários espetáculos em cartaz.
Exposições imperdíveis: Oswald de Andrade, no Museu da Língua Portuguesa, Roma, no MASP, Eliseu Visconti, na Pinacoteca, e Modernismos, no MAC.”