Anselm Kieffer é o artista contemporâneo mais valorizado do mundo, no momento. Ele cria trabalhos monumentais e transformou o Grand Palais numa caixa de presente, na qual ele colocou outras caixas – “casas” – onde ele colocou suas esculturas e telas carregadas com a memória e o peso da História. Ele transformou a história em inspiração de cultura. Daí que suas obras remontam à Grécia, à filosofia greco-ocidental e a grandes episódios, como a Segunda Guerra Mundial…
Pois, meus amores, estou mais perto da História, da cultura e da fabulosa fortuna em dinheiro que significa a obra de Kieffer do que vocês podem imaginar. Ele está na porta ao lado. E literalmente, pois, dividindo o andar do prédio onde me hospedo, na aristocrática Viale Majno, em Milão, está a maior colecionadora de Kieffer no mundo, Genny Testa. Subimos juntas no elevador (o mesmo tantas vezes usado por Mussolini, quando era hóspede habitual em casa de seu Ministro da Aeronáutica, Ambrosini, apartamento que hoje pertence à brasileira Elsa Gardenghi, minha anfiitriã), e ela me convidou para conhecer sua coleção de arte contemporânea. A casa é uma galeria, tem até cheiro de galeria. E os Kieffer estão por toda a parte. Ela os descreve com paixão de verdadeira entusiasta do trabalho do artista. Gemma consta nos catálogos como uma das maiores colecionadoras de arte contemporânea do mundo. De brasileiros, à medida em que eu citava nomes, ela conhece os trabalhos de Vik Muniz, Adriana Varejão, Ernesto Neto, mas não possui nenhum deles em casa. O que não quer dizer que eles não estejam na reserva técnica de sua coleção, um prédio de três andares! Em sua mesa de centro, porém, há uma escultura do brasileiro Saint Clair Cemin, que vive e trabalha em Paris, Nova York, Pequim, e, é claro, fotografei, para mostrar aqui abaixo a vocês, com exclusividade…
Genny Testa, ao lado de um dos mais famosos trabalhos de Kieffer, que pontifica em sua sala em Milão
Gennya Testa, junto a uma tela de Kieffer e à sua vizinha de andar, Elsa Gardenghi
Outro Kieffer, que, no Brasil, poderia se chamar “roupas comuns dependuradas”
Genny e eu, atrás, um Joerg Peter
Escultura do brasileiro Saint Clair Cemin