Obama: os motivos de minha ausência no Municipal

Como vocês sabem, apesar de minha localização ótima, na Frisa 12 – com meus agradecimentos ao sempre cortês governador Cabral e à sua eficiente e gentil chefe de cerimonial, Adriana Novis – acabei não indo assistir ao discurso de Barack Obama no Municipal. Motivos vários…

O Rio intransitável, helicópteros zoando, navio de guerra apontado pra nós, ruas interditadas, sirenes, boinas vermelhas armados até os dentes a cada 10 metros, a cidade imobilizada, até gente desalojada de suas casas e de suas lajes. Zona de exclusão aérea total. Se alguém precisasse ser transportado de helicóptero, para um socorrro de emergência, morria. Melhor faria Obama se tivesse ficado apenas em Brasília…

Como gota d’água de sua passagem pelo Brasil e pelo Rio, o noticiário, naquela manhã, dando conta dos civis mortos nos ataques à Líbia. Perdi a vontade e o rebolado de ir, chegar às 11h30 da manhã, enfrentar caminhada a pé até a Cinelândia, revista e chá de cadeira até três da tarde, esperando pelo discurso…

Nunca explodimos torre alguma, jamais atiramos avião sobre o Pentágono, não atacamos país de ninguém nem ocupamos território alheio. Não fizemos ameaças, não enviamos pacotes-bomba, muito menos pó químico dentro de envelope de carta, não praticamos o sapato ao alvo, não vazamos documentos secretos. Somos cidadãos corretos, cordiais, amigos, e adoramos gastar em comprinhas de viagem. Mesmo assim, para a obtenção de um visto americano, nos exigem uma espera de meses. Sem falar no caso do menino Sean, que os avós brasileiros sequer podem ver. Por quê, afinal, esse tratamento?…

E, depois de tanta expectativa, o que vimos? Retórica vazia. Ou, como disse hoje o Jânio de Freitas, “um discurso de churrascaria”, que bem poderia ter sido seguido de um brinde de chopada. Palavras ocas foram ditas e nem mesmo tivemos o alento das tradicionais promessas vãs. Bem falou nossa presidenta em seu discurso, colocando-se com clareza e postura. Recém-iniciada e já agindo, falando e se comportanto como estadista PhD

Agora, passada a visita, pergunto. Serão reduzidas as tarifas do têxtil? Serão reduzidas as tarifas do açúcar? Serão reduzidas as tarifas do aço? Por quê o “tratado de céu aberto”, quando somos só duas companhias a voar para os EUA e eles são mais de 10 companhias, que, para resolver o problema da falência de quase toda a indústria aérea americana vão poder voar para o Brasil, tirando passageiros brasileiros da Gol e da Tam?…

Por quê o presidente Obama declara que a democracia brasileira é exemplo para a democracia árabe, quando o que se sabe é que, sob o patrocínio deles e de outros países do 1º mundo, a África sempre foi colonizada? Na verdade, nós é que devemos servir de exemplo à democracia do mundo. Nunca matamos presidente. Enquanto os japoneses, hoje, enfrentam esse grave problema atômico, com humildade e disciplina, porque aprenderam uma dura lição, quando o presidente Harry Truman os bombardeou com a bomba atômica…

Hoje, percebemos que a abstenção da Rússia e da China, de votar na ONU pela invasão da Líbia foi mais por medo de verem recrudescer no Oriente, atingindo a Ásia, um processo religioso, como o islamismo e os xiitas. Temem isso mais do que a força bélica desses países. Por que tanta arrogância. E agora por que falar à América Latina no Chile, país democrata, irmão, fraterno, mas com menos importância do que o Brasil. Por quê esse discurso, este sim de reall importância, foi feito lá e não cá?…

Agora, apenas nos resta esperar que as reivindicações da presidenta Dilma possam ser atendidas…

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