O CANADÁ E O BRASIL: IGUALMENTE IMPORTANTES E COMPLEMENTARES

A noite abusadamente linda. A lua de queixo arrastando no mar, enquanto no jardim daquela casa, no Jardim Pernambuco, as folhas das “árvores do viajante”, lembrando folhas de bananeiras, espichavam-se empertigadas, parecendo espanar o céu. Fenômeno de um jardim excepcionalmente belo, que só poderia mesmo ter sido obra e graça de Burle Marx.

Foi ontem, éramos menos de 30 e jantávamos ao ar livre na casa do cônsul-geral do Canadá, Sanjeev Chowdhury, onde na fachada tremula a bandeira daquele país, com a folha vermelha de maple conferindo ainda maior nobreza ao mais encantado dos condomínios da cidade.

O cônsul Sanjeev recebia, com a fidalguia habitual, na presença do embaixador canadense, Jamal Khokhar, vindo expressamente de Brasília para celebrar a presença entre nós do CEO da Bolsa de Valores de Toronto, Thomas Kloet.

O CEO da Bolsa de Toronto já foi do ABN AMRO Bank, da Chicago Stock Exchange, do board of directors da Chicago Mercantil e Exchange e foi diretor executivo da trepidante Singapore Exchange Ltd.

Mais do que isso, Tom Kloet é um jovem grande homem de negócios. É o diretor executivo do Grupo Maple de Aquisição de Empresas e preside o importante grupo canadense TMX Ltda, como responsável pelo seu desenvolvimento estratégico de longo prazo, bem como o responsável pelas operações do dia a dia em todos os aspectos.

O TMX Group é respaldado por alguns dos maiores bancos e fundos de pensões do Canadá e seu objetivo é fazer grandes e pequenas aquisições. As mais recentes foram na Austrália, no Reino Unido e nas Bermudas.

A mim Tom Kloet disse, no jantar de Sanjeev, que seu foco no Brasil, e desta atual visita, são as empresas de mineração e o petróleo.

Miguel Espírito Santo, Joaquim Levy, o ex-secretário da Fazenda de Sérgio Cabral, o presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro, Antenor Barros Leal, com Silvia, eram algumas das presenças no jantar em que até o chef, Diogo Klabin Sapienza, trazia o mundo dos negócios no DNA: é neto de Horácio Klabin, que foi um dos maiores empresários do país, o homem que introduziu os cartões de crédito no Brasil, com o Diner’s Club.

Assim como Horácio, o mocíssimo chef Diogo, filho de Mônica Klabin, entende do que faz: seu jantar foi só elogios. E a sobremesa foi uma sinfonia de chocolates: degustação de brigadeiros com chocolates variados e brownies.

Sanjeev fez um speech. Falou da importância estratégica do Brasil para o Canadá e de como os dois países são igualmente importantes e complementares em tantos aspectos. É um diplomata com traquejo e sensibilidade.

Com aquela sua elegante franqueza, que cativa a todos, não deixou de mencionar seu companheiro vietnamita, o impecável Kiet To, e apresentou os convidados um a um.

Sanjeev citou Rafael Banke, braço-direito de Murilo Ferreira, presidente da Vale.

Curitibano com passaporte carimbado em universidades, especializações, empresas e moradias por vários países, Rafael tem 38 anos e muitas vitórias. Uma delas vale medalha: os sete meses passados, em 2006, na Nova Caledônia, arquipélago próximo da Austrália, tentando viabilizar, como representante da Vale, um acordo com a população aborígene, que na ocasião se insurgiu contra a empresa mineradora, que acabara de adquirir a canadense Incom, impedindo-a de produzir lá. Isso dificultava até o processo de finalização da aquisição.

O imbroglio era grande pois, além da indisposição do povo local com a companhia, havia o conflito entre eles próprios, que consistiam em pelos menos 12 tribos que não se entendiam.

Nos sete meses, Rafael conseguiu costurar um Pacto de Desenvolvimento Sustentável, celebrado entre os líderes das 12 tribos e entre eles e a Vale. Juntos fumaram o cachimbo da paz. E a vida seguiu seu curso. Bem como a mineradora.

Meses depois, já instalado em seu escritório em Toronto, Rafael recebeu um telefonema da Comissão de Direitos Humanos da ONU.

Impressionadas com aquele bem sucedido “Pacto de desenvolvimento sustentável”, as Nações Unidas o convidavam para representar a Vale na conferência – Global Compact Network – na Rússia, com o foco numa economia global mais inclusiva e sustentável e na preocupação com os direitos e as conquistas dos povos indígenas.

Nesse encontro, o inédito pacto da Vale realizado na Nova Caledônia foi apresentado pela ONU como o grande “case” exemplar e referencial!

Bem jeitoso esse curitibano Rafael, que tem no sobrenome a predestinação da fortuna: BANKe.

Digo a vocês: estou cada vez mais caseira. Porém é tão bom sair de casa e encontrar gente assim, com histórias exemplares de vida. Pessoas tão jovens, que já realizaram tanto e com tanto ainda por realizar…

foto(7)O cônsul Sanjeev Chowdhury, o embaixador do Canadá, Jamal Khokhar, e o CEO da Bolsa de Toronto, Thomas Kloet.

foto(8)Embaixador Jamal Khokhar, o homenageado, Thomas Kloet., o cônsul Sanjeev Chowdhury

foto(10)A colunista, o anfitrião Sanjeev Chowdhury e Silvia Barros Leal

foto(11)O embaixador Jamal Khokhar discursa, o homenageado Thomas Kloet. observa

foto(12)O chef Diogo Klabin Sapienza

 

8 ideias sobre “O CANADÁ E O BRASIL: IGUALMENTE IMPORTANTES E COMPLEMENTARES

  1. A descrição da casa do Consul, nas suas palavras viraram poesia… Sou admirador incondicional de quem escreve bem… Parabéns sempre!!!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.