Na tragédia japonesa, a lição do desprendimento

A preocupação com a segurança no Japão é tamanha que se estuda sobrevivência todos os dias, e isso não é de hoje. Em 1923, quando, em outra catástrofe, morreram em Tóquio mais de 100 mil pessoas, o imperador em seguida baixou um decreto proibindo a fabricação do “tansu” com rodinhas, a cômoda dos japoneses…

Naquele ano, faltavam poucos minutos para o meio-dia quando houve o terremoto, e as famílias se encontravam em suas casas de madeira, reunidas para o almoço, as mulheres à beira dos pequenos fogões no preparo da refeição. Por conta disso, houve muitos incêndios e muitas mortes. E o que tem o tansu a ver com isso?…

Na época, os japoneses moravam em pequenas casas, onde tinham poucos bens e, entre seus objetos, possuiam, normalmente, dois tansus. Um para guardar utensílios de cozinha e outro para roupas e dinheiro. No meio da tragédia, eles deixaram suas casas, que incendiavam, todos com a precocupação de levar seus tansus com rodinhas, o que provocou um grande congestionamento de tansus nas ruas de Tóquio, acarretando ainda mais mortes. Com desprendimento, sem a preocupação de levar seus tansus com os “bens”, muitas vidas teriam sido salvas…

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