Impasse no Jockey Club Brasileiro

Há nove meses da eleição que escolherá o próximo presidente do Jockey Club Brasileiro, rola uma certa tensão na casa, de vez que o candidato natural da situação, o atual presidente Luis Eduardo da Costa Carvalho, tem contra ele a oposição e boa parte da situação, inclusive muitos de sua diretoria!…

De seu conselho, já renunciaram Walter Antunes Maciel, Sergio Barcelos e Luis Fernando Secco. E ao que parece muitos outros ilustres membros do conselho irão pelo mesmo caminho. A maior queixa é de que o presidente não considera nem escuta seus diretores e seu conselho…

Não bastasse isso, cochicham-se agora nos corredores das cocheiras do Jockey os resultados de uma pesquisa do IBOPE, encomendada por um grupo de turfistas, que indicariam uma rejeição sem precedentes ao atual presidente do clube, a maior da série histórica de pesquisas já realizadas em todos os tempos no JCB

Segundo a tal pesquisa em vias de ser divulgada, o número de sócios que consideram a atual administração ruim ou péssima seria estrondoso, gente de todos os setores do clube, principalmente das sedes sociais, em todas as faixas etárias, de ambos os sexos, mesmo com o continuado anúncio de altos investimentos…

Fato é que Costa Carvalho não é tido como um mau gestor, mas como um centralizador, que não escuta ninguém e desagrada a quase todos. Não que ele não goste de trabalho, ao contrário, é um obstinado da ralação. E sempre foi assim, apesar de já ter nascido rico e em berço esplêndido, com os barões do Império em seu DNA e até o presidente Rodrigues Alves, de quem descende…

Depois de passar 15 anos no interior da Bahia, em Feira de Santana, num polo petroquímico em que era sócio de Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, Luis Eduardo voltou ainda mais rico, após vender o negócio para os japoneses, e, quando retornou, criou a LECCA, que empresta dinheiro a pobre – e pobre sempre paga em dia – multiplicando ainda mais sua fortuna…

O que ele não multiplica são as simpatias, com atitudes consideradas mesquinhas pelos associados. Tipo ter cancelado o tradicional café da manhã que era servido aos funcionários da Lagoa. Outra coisa que não ajudou muito foi ele ter despedido o médico que atendia aos sócios velhinhos na sede do JCB no Centro. Sua imagem ficou ainda pior quando, no último Grande Prêmio Brasil, não convidou seus próprios diretores e conselheiros para a Tribuna de Honra, o que era outra tradição. No lugar dos convites, mandou para eles ingressos para a Tribuna Social, do que aliás eles nem precisavam pois, como sócio que são, têm ingresso automático na Social, o que aliás o próprio nome já diz…

LECC Impasse no Jockey Club Brasileiro

Luis Eduardo Costa Carvalho e sua mulher, Maria Pia, na Tribuna de Honra, no último Grande Prêmio Brasil

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