Ana Maria Braga, antropológica, romântica e poética, difunde a cultura popular brasileira

Quem despreza o programa da Ana Maria Braga não sabe o que perde. Quando estiver em casa pela manhã, vale conferir. Hoje foi aula ímpar de cultura popular brasileira. Eu, que sempre ouvi em menina a expressão “do tempo do ronca”, aprendi que ronca é instrumento musical, tipo de cuíca tocada a dois. Isso, numa reportagem romântica- poética-antropológica da equipe “Indiana Jones” do quadro Tem Visita da Ana Maria, que foi parar lá em Teresina de Goiás próximo à Chapada dos Veadeiros, “onde Judas perdeu as botas”, como se diria na minha casa de antigamente.

Vi também uma bruaca de verdade. Que, no caso específico, não se tratava de mulher feia e mal acabada, mas de maleta artesanal de guardados, feita de couro, e muito mal feita.

Reportagem linda, legítima, terna, que andou a pé, de mula, a cavalo, de jeep, de canoa, enfim, enfrentou todos os meios de transportes e percalços, até chegar aos recônditos do Brasil para contar esse conto verdadeiro e belo, envolvendo uma “rainha negra dos Kalungas” na solitária comunidade quilombola Vão das Almas, com sua saia de retalhos, seu turbante, suas panelas de alumínio, transportadas na cabeça, e a casa de teto de sapé, chamada de Casa de Cristal, numa oca própria, toda dela.

daindaA rainha Dainda, saia de retalhos, em oca própria, de casinhas com teto de sapé, lá em Vão das Almas, “onde judas perdeu as botas”, no “tempo do ronca”, onde bruaca não é xingamento pra desmerecer mulher, é maleta singela igual àquela canastrinha da Emília do Sítio do Picapau Amarelo

Ana Maria, hoje, não foi “10”, foi “100”. Aliás, foi “1.000”, por ser grande e dar espaço aos novos, sem competir com a repórter Nádia Bochi, competente, que apresentou e editou a matéria, ocupando grande parte do seu programa. Parabéns, Ana!

6 ideias sobre “Ana Maria Braga, antropológica, romântica e poética, difunde a cultura popular brasileira

    • Seu post, que o senhor supõe tenha sido censurado, não foi localizado. Pedimos a gentileza de reenviá-lo, caso ainda queira vê-lo postado.
      Obrigada
      Hilde

  1. Acho, que só faltou na “grande” Ana o belo colar de tomates . Pena que ela não estava usando, digno de uma “grande” jornalista.

  2. Gosto muito de assistir os programas da Ana Maria,mas infelizmente não assisti neste dia!!!

  3. Hilde vi a mesma reportagem hoje, me arrumando para vir trabalhar (nos conhecemos aqui na LIGHT, sou a Secretária do Paulo Roberto Pinto) e tive o mesmo sentimento que vc: assisti a uma reportagem linda, do nosso legítimo país, conheci os instrumentos referentes aos termos que ouço desde criança e que não tinha noção do que fossem! Belo trabalho de reportagem, parabéns à equipe da Ana Maria, especialmente a feliz escolha da pauta. Abraços, Renata

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