SANTA MARIA E O RIO GRANDE DO SUL PROVAM QUE, SIM, NÓS PODEMOS!

O Rio Grande do Sul e a cidade de Santa Maria deram um exemplo ao Brasil e também ao mundo. Em menos de 24 horas, tudo foi realizado: as mais de duas centenas de vítimas fatais foram identificadas; o velório aconteceu no estádio local; o apoio às famílias foi dado, com assistência de psicólogos e psiquiatras convocados na rede pública e através das redes sociais; foi providenciado o traslado das vítimas graves até os hospitais de referência da região e mesmo da capital Porto Alegre, numa convocação geral de toda a comunidade gaúcha e brasileira, órgãos públicos, entidades privadas; a sociedade civil se mobilizou, as associações religiosas, sindicais, empresarias. As imagens na televisão mostraram o pavilhão onde estavam reunidos os familiares, onde houve o velório, com tudo organizado, sinalizado e demarcado. As empresas se apressaram a oferecer caminhões. No Twitter, no Facebook, os pedidos por doadores de sangue, por medicamentos, a convocação de profissionais de saúde voluntários foram prontamente atendidos. Os oferecimentos de transportes eram vários. Muito bonito, comovente. Mas de nada adiantaria tanta bondade se não houvesse logística, organização, disciplina, estratégia, comando. E isso houve. As autoridades à frente desse processo souberam conduzi-lo com inteligência. O governador Tarso Genro começou a trabalhar e organizar desde às 3 da manhã, junto com Defesa Civil, os Bombeiros, a Secretaria de Segurança, a Prefeitura de Santa Maria, as associações comunitárias. No meio de tanta dor e sofrimento restou a sensação do dever cumprido.

Que esse exemplo prolifere, neste país de catástrofes que se perpetuam em desabrigados condenados a jamais recuperar suas casas, em estradas eternamente danificadas, em encostas que deslizam a cada estação chuvosa e verbas emergenciais que escorregam para os bolsos de prefeitos desonestos.

Que esse exemplo cidadão, digno e limpo, que o povo e as autoridades gaúchas, hoje, nos deram, passe a ser, não a exceção, mas a regra, num Brasil que, no momento, do que mais precisa é acreditar que, sim, nós podemos! Parafraseando o Obama.

8 ideias sobre “SANTA MARIA E O RIO GRANDE DO SUL PROVAM QUE, SIM, NÓS PODEMOS!

  1. Sim, esse horror poderia ter sido evitado… porém, diante do já ocorrido, fica a certeza de que sim, nós podemos nos organizar! É preciso que os brasileiros aprendam a gostar mais do Brasil, e a se mobilizar para o bem de todos. Parabéns pelas suas palavras, Hildegard!

  2. Esse bairrismo gaúcho fede demais. Como assim exemplo? O texto elogia as autoridades que deixaram aquele lugar funcionar daquele jeito! Se as autoridades fizessem o que deve ser feito nada disso teria acontecido.

    O único exemplo que Santa Maria deu para o Brasil foi que uns são mais iguais que os outros. Donos de boate podem trabalhar sem alvará. Um mecânico de carros, não.

    É o único exemplo.

  3. SAUDADES DE SANTA MARIA DA BOCA DO MONTE

    Lembro-me de quando passava pelos costados de Santa Maria da Boca do Monte, nos idos de 1976! Deixava a bela cidade à esquerda e rumava em direção a Cruz Alta, Ijuí, até chegar ao meu destino. Todas as vezes a imagem que eu fazia era a mesma: Santa Maria da Boca do Monte (eu adorava chamá-la pelo nome completo) simbolizava um diamante incrustado numa esmeralda. O verdor da mata que a circundava era encantador, exuberante. Do que lembro vagamente é de uma cidade cercada de belos montes e assentada num magnífico coxilhão. Eu a via como um lugar mágico, cheio de paz. Nunca imaginei, sequer por um momento, que aquela cidade resplendente pudesse, em algum instante, ser tocada por alguma forma de beligerância ou violência. Inclusive, tantas vezes me levou à infância, quando, de boca cheia, eu dizia para mim mesmo: Santa Maria se encontra no centro do Estado do Rio Grande do Sul e possui um vigoroso entroncamento ferroviário. Também levava a memória a viajar ao passado, exercendo poderosa imaginação sobre fatos e acontecimentos naqueles pagos de rica História. Era assim quando eu cortava o Município, em direção a Campo Novo, pequena cidade da Região Celeiro do Estado, onde eu residia e trabalhava. Só uma coisa jamais imaginei: que choraria por tanta gente até ali ainda não nascida, vítima de tragédia tão cheia de desgraça. Estamos todos tristes, o Brasil está de luto. Agora, só o tempo na sucessão das brisas, das flores e do frio para aplacar tantas dores, bem como na sensação que amadurece de que os jovens infortunados estarão agasalhados de amor no colo e no coração de Santa Maria da Boca do Monte. Saudades.

  4. Pode ter sido tudo muito organizado, o que é inadmissível é uma prefeitura/governo que não fiscaliza seu comércio.
    Trabalhei 12 anos no Teatro SESC em Copacabana e conheço as normas de funcionamento de espaços fechados.
    Impossível um espaço para tantas pessoas funcionar com apenas uma rota de fuga.
    Extintores? ninguém falou…
    Autorização para a pirotecnia?
    Qualquer utilização de elemento que faça fogo tem obrigatoriamente que ter a presença de brigadistas de plantão, um simples isqueiro, ou vela em cena, exige este cuidado.
    Só na falta destes cuidados fundamentais para o funcionamento de uma casa noturna, já se vê o descaso do governo ( prefeitura, corpo de bombeiros).
    Mas na hora da presença da imprensa eles aparecem pra fazer fotos, e aparecer na mídia como solidários!!!
    Onde eles estavam quando permitiram através da frouxidão e inoperância de seus governos uma tragédia destas?

  5. Nenhuma tragédia ocorre por acaso.

    A Boate não tinha Alvará, mas um JUIZ autorizou seu funcionamento.

    A imprensa culpa ora o dono da Boate (que mandou fechar as portas), ora o cara da banda que usou pirotecnia iniciando o fogo… E eu já vi gente querendo culpar os pais por deixar os filhos irem ao show.

    Mas no princípio há sempre o fato mais relevante. Se a boate estivesse fechada até tomar as providências para receber o Alvará de funcionamento nada disto teria ocorrido. Foi a intervenção desastrada de um JUIZ imprevidente que acionou o gatilho, a explosão da espoleta com a deflagração do cartucho foram apenas consequencias.

    Há ainda uma outra questão importante. A imprensa, que lucra com a exploração da tragédia, nunca faz “jornalismo investigativo” para alertar o respeitável público dos riscos em Boates e etc… Os jornalistas estão sempre muito ocupados em fazer política em favor do PSDB e contra o PT que se esqueceram que há outras coisas ocorrendo que merecem atenção e que podem evitar tragédias?

    • Fabio, onde você leu que o Juiz autorizou o funcionamento? Não conseguimos localizar essa informação.

  6. Cara Hilde, vc como sempre, escreve o real, verdadeiro e nos passa a certeza que estamos lendo um artigo com base, aqui nos EUA, ja que moro aqui em Washington DC, os Latinos tem uma frase, que eles usam pra todo tipo de manifestacao: Si Se Puede! E vc escreveu Sim, Nos Podemos!

  7. Querida, aliás e a propósito, e o Elevado do Joá? Essa tragédia está anunciada, há qtos anos, esperando, à espreita? Qdo acontecer, de quem terá sido a culpa? O prefeito diz que tá tudo bem. Os técnicos, não. Enqto isso, só evitando o viaduto e pegando a perigosíssima estrada do Joá, rezando pra não ser assaltado e fuzilado. Se ficar… se correr…

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