O romantismo clássico, a alegria esfuziante, no casamento de Raphinha e Pedro Paulo

Já na mesa dos doces, elogiando a beleza da recepção com os pais da noiva, Glória e Luís Severiano Ribeiro, ouvi de Luís: “Foi a última filha a casar, e eu tinha que dar a ela a mesma coisa que as outras tiveram. Agora encerrou”.

Ele estava feliz, sorridente, descontraído. O que não é muito comum em Luís, quase sempre sério e compenetrado. Glória Trussardi Severiano Ribeiro plantava sua felicidade por onde passava e em quem encontrava, abraçava, beijava. Ela é assim, uma distribuidora incansável de energias boas. E no dia do casamento de sua caçula, Raphaela, então, vocês podem imaginar como estava pródiga.

Essas Trussardi têm um carisma especial. Vem desde a avó, dona Quetinha Raggio, devota convicta de Nossa Senhora, fé inquebrantável. Assim, Quetinha conduziu a família, as belas filhas, Maricy (Maria da Conceição Aparecida) e Maria José, e o filho, Mariano. Produzindo netos com a mesma religiosidade. E assim são também os bisnetos e trinetos.

Partiu dona Quetinha, mas deixou muito bem pavimentado o caminho traçado. Maricy, casada com Romeu Trussardi, teve dez filhos, todos belos, meninas na maioria. Casou a todas com cerimônias lindas na N. Sra. do Brasil, em São Paulo, e recepções com toldo no jardim de casa e a visita obrigatória à sala dos presentes, muito bem montada, exibindo o cartãozinho de cada presenteador, como era costume. Eu, encantada, conferia presente por presente. Tudo era bonito, chique, perfumado.

As Trussardi sempre tiveram um perfume leve de felicidade. Fragrância que Adriana e Romeu Trussardi Neto desenvolveram quimicamente e a gente sente quando entra numa das lojas de sua rede Trousseau,

As filhas e os filhos de Maricy e Romeu seguiram a tradição familiar, casando as bisnetas de dona Quetinha também em cerimônias e recepções memoráveis.

Assim foi o casamento de Maria Raphaela Severiano Ribeiro e Pedro Paulo Costa. Vou contar.

Na Nossa Senhora do Carmo, desde a entrada, buquês de rosas brancas e cor de rosa nos saudavam. Como há duas igrejas belas e barrocas, lado a lado na Rua 1º de Março, com portarias e toldos idênticos, naquela noite decoradas para casamentos e ambas com o cabeçalho “Nossa Senhora do Carmo”, houve quem se confundisse. Mas quem conhece bem a devoção da família por Nossa Senhora das Rosas não erraria de porta…

Ninguém errou. Igreja superlotada. E as rosas traçavam sua caminhada desde as portas duplas entalhadas até o altar, onde se distribuíam em guirlandas. Padre Alexandre, que corajosamente desafia posturas retrógradas do catolicismo, oficiou de modo profundo, mas leve, arejado, voltado para um futuro belo e construtivo. Ofício tocante. O cortejo de pajens e demoiselles era como um mar de fadas e elfos em alguma floresta shakespeareana, com suas coroinhas floridas. Ou seria alguma pintura de Botticelli que escapou do quadro?

E jamais se viu um tão harmonioso desfilar de padrinhos, todos jovens e belos – bem poderiam ter sido escalados pela Ford Models. Mas, não, eram todos primos e primas dos noivos. Que linda família!

Durante o ofício, falou a tia Ricci Aranha, que tem a voz da avó Maricy Trussardi – o que é a genética! E cantou a tia Clara Magalhães, com o timbre de contralto, a voz poderosa repercutindo em toda a Igreja da Glória, arrepiando, tocando os corações. Cantou “Nossa Senhora” e encerrou com Roberto Carlos, no mesmo clima de romantismo que prosseguiria, minutos depois,  no Copacabana Palace, na ambientação Belle Époque de Cristina Lips…

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No décor Belle Époque de Cristina Lips, a Mesa de Doces foi montada na Sala de Leitura do Copacabana Palace. Na verdade, duas mesas envidraçadas, servidas por um par de longas banquetas estofadas em Gobelin como apoio. Sobre as mesas, lustres magníficos de cristal e, flutuando, imensas corbeilles de rosas brancas e rosadas, em forma de anéis, como auréolas floridas magníficas, sobrevoando aquelas doçuras que brotavam de formas floridas. Uma visão inimaginável!

Uma preciosa baixela de prata – reunindo muitos acervos, certamente – de temáticas art nouveau e art déco, disputava com os doces e as flores a atenção dos olhares. Tudo era magnetismo e beleza. Ao fundo, a parede neutra de hera nos ajudava a nos concentrarmos no principal: a apoteose branca e rosa do sonho de uma noite outonal protagonizado por Raphinha e Pedro Paulo

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Quebrando o classicismo da Mesa de Doces romântica, a presença super vanguarda da Joana Nolasco, empresária de moda da Via Flores, no look mais descolado da festa: um Reinaldo Lourenço de franjas com nós e contas, chic e impactante. Causou geral quando deu uma circulada entre as mesas.

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Raphinha chegando ao altar, levada pelo pai compenetrado, Luís Severiano Ribeiro Neto

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O beijo na boca dos recém casados

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Os noivos à saída da Nossa Senhora da Glória – visão iluminada!

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Raphinha, num clássico fourreau de renda, com o atual recurso do novo tule nude como forro, que encorpa mais a roupa –  a moda evoluiu com as tecnicidades da indústria têxtil.

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Close de Raphinha Severiano Ribeiro, vejam como estava linda!

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O cortejo de fadas shakespeareanas em noite de fog na floresta…

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Bia Stewart e Pedro Tostes Raggio, primo da noiva, no cortejo de padrinhos

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Rosas na decoração e até nos cabelos da convidada

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Hans Muller ladeado pela mulher, Juju, e a sogra, Maria Amália

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Ana Paula Leão Teixeira, Fátima Tostes, Maria Pia Montenegro, Bebel Niemeyer

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Teresa e Ivan Nunes Ferreira

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Patricia Mayer e Joy Garrido

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Marina Sauer e Teresa Nunes Ferreira

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Joana Nolasco, Paula Merlo e Giovana Lamastra

No Salão Nobre, tulipas brancas pendiam do teto e muros de hera ondulados, encimados por tulipas cor de rosa, funcionavam como divisórias de grupos de mesas, quebrando a monotonia do déjà vu. Funcionou muito e ficou realmente bonito. A decoradora Ana Maria Índio da Costa fazia grandes elogios.

E no Golden Room, ah no Golden Room! Era ali que o bicho pegava. O DJ se soltava e todos se largavam na pista e fora dela ao som da trilha trepidante. Uma noite sem hora para começar e muito menos para terminar. Uma festa transbordando alegria e gente bonita, tal e qual Glória e Luís sonharam para a última das filhas a dizer “sim, aceito!”.

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Glorinha Trussardi Severiano Ribeiro e Trussardis várias

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Maria Mayrink Veiga Frering e Dandinha Barbosa

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Conny Lowndes e Maninha Barbosa

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Glória e Luís Severiano Ribeiro Neto, pais da noiva e anfitriões da recepção

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A noiva Raphinha e a amiga Dandynha Barbosa

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Luciana Ribenboim Dale, Maninha e Maritza de Orléans e Bragança

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A beleza da Nossa Senhora da Glória

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Laura Pederneiras, Carolina Arrigoni, Alexia Mayer; a demoiselle mais fofinha do mundo; Nossa Senhora das Graças saudando os convidados à entrada, esparramando graças e bem casados com seus tercinhos; o bolo de sete andares coberto de rosas….

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Raphaela Severiano Ribeiro, Sabine Arias e Victoria Rodrigues dos Santos

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Gisella Amaral, Alda Soares, Maninha e Renata Fraga

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A demoiselle d’honneur Maria Victoria brinca com a franja do vestido da mãe fashionista, Joana Nolasco

Fotos de Hildegard Angel & friends

11 ideias sobre “O romantismo clássico, a alegria esfuziante, no casamento de Raphinha e Pedro Paulo

  1. Casamento de sonho, lindo demais e quanto mais leio, mais tenho vontade de ler e reler… Lastimo que tenha terminado tao cedo! Desconheço o motivo, mas com certeza deve ter sido extremamente grave. O ideal é que um casamento dure a vida inteira.

  2. Espetacular e muito lindo como sempre!
    Amei tudo que voce escreveu, com muito bom gosto, elegancia e respeito a familia Trussardi Severiano Ribeiro. A Raphinha , a Glorinha e o Luis em breve superarao este dificil momento, que sera ainda comemorado com muitas vitorias no proximo casamento da Raphinha. Tudo passa, so “Deus” sabe o que e melhor para todos nos!
    Sucesso no futuro proximo para a maravilhosa Raphinha com muitas bencaos!

    • Uma coisa que aprendi nos meus anos de colunismo é que o fato mais delicado da vida em sociedade é a cerimônia do casamento e tudo que a cerca e a envolve. É tolo o jornalista que ousa fazer insinuações desagradáveis, irônicas, maldosas sobre noivas, noivos, seus pais, cerimônias, vestidos, padrinhos, decoração de festa de casamento e até sobre rompimentos precoces.
      Um casamento envolve emoções muito fortes, projetos de vida de jovens, vínculos familiares sérios. Decepções decorrentes dele são motivo de tristeza, não são brincadeira para ser atirada à curiosidade voraz dos leitores. Mesmo que de forma leve e bem humorada, seria sempre de extremo mau gosto.

  3. Oii Hilde!! Adorei a riqueza de detalhes que nos contou sobre esse lindo dia! Acompanhei o casamento pelo instagram e fiquei simplesmente encantada.
    Só uma pequenina correção: a igreja que a Raphaela se casou é a Nossa Senhora do Monte do Carmo 🙂
    Mil beijos!!!

  4. Também acho o máximo matérias detalhando casamentos chiques. Especialmente porque Hilde mostra mulheres elegantes e sobretudo bonitas.

  5. Belíssimo Casamento, também uma noiva linda dessa facilita demais né. Hilde, vou resumir mais pra não ter que ir ao Rio, ainda mais na Irmandade da Glória, é doloroso comentar sem poder ir por aí, Severiano Ribeiro tem uma máxima né…Cinema é a maior diversão…e a Rafinha não poderia fazer um filme sem herança…se eu falar mais, vou ficar muito saudoso…

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