O paraíso dos tecidos africanos

Foto: Instituto Zuzu Angel

Paris, sem dúvidas, é uma cidade cosmopolita. Africanos, árabes, indianos, chineses, latinos… A gente vê um pouquinho de cada canto do mundo ao caminhar pelas ruas da cidade. Em termos de culinária, tem espaço pra todos os sabores. Em termos de Moda, é possível, também, encontrar roupas típicas de alguns países que possuem comunidades significativas de imigrantes. É o caso dos nossos irmãos do continente africano, que já estão na França há várias gerações.

É louco por Moda e quer muito ir a Paris? A gente tem uma dica, ou melhor, uma joia pra sua próxima viagem! Anota aí: no 18° arrondissement, na região das ruas Rue Doudeauville e Rue des Poissonniers, tem a “little África” dos tecidos. São várias lojinhas africanas espalhadas, com uma profusão de tecidos africanos estampados em cores lindas de viver! Curiosamente, muitos deles são fabricados na Holanda, desde o século XIX, com a técnica de Ankara, influenciada pela técnica do Batik javanês (da ilha de Java, na Indonésia). No Batik, o tecido recebe desenhos feitos com cera derretida e, depois, é mergulhado em tinta. No final, a parte que recebeu a camada de cera acaba não sendo penetrada pela tinta e os desenhos se sobressaem no tecido. A técnica de Ankara foi criada pelos holandeses durante a colonização da Indonésia nos anos 1800, com máquinas que faziam uma imitação mais barata do Batik. Pra infelicidade dos holandeses, as imitações não fizeram sucesso entre os indonésios, mas, curiosamente, foram muito bem recebidas no oeste do continente africano, quando os holandeses passaram a introduzi-las nos portos locais, em sua embarcações comerciais. Logo, os tecidos foram incorporados ao guarda-roupa dos africanos e, ao longo dos anos, ganharam cada vez mais identidade local, com desenhos tipicamente africanos. Hoje, é quase impossível olhar pra esses tecidos e não associá-los ao povo africano.

Em Paris, os preços variam muito, mas é possível conseguir, por exemplo, 6 metros de tecido a cerca de 15 Euro. Esqueça comprar 1 metro apenas. Algumas lojas costumam vender, no mínimo, 6 metros, pois os africanos gostam de fazer o look completo do mesmo tecido: chapéu, túnica e calça. Se achar que a quantidade é muita, a dica é dividir com um amigo. Todo mundo sai feliz. ❤

 

Fotos: Instituto Zuzu Angel

8 ideias sobre “O paraíso dos tecidos africanos

Deixe um comentário para ELISABETE ARAUJO Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.