Mais um médico morre, nesta semana de perdas

Morreu hoje, ainda há pouco, em decorrência de uma infecção generalizada, o cirurgião plástico Ruy Vieira. Ele estava hospitalizado há alguns dias. A família não divulgou local e horário do funeral.

Não foi uma boa semana para a classe médica. Também faleceu, como já contei aqui, o importante médico Donato D’Angelo, ortopedista que ganhou projeção nacional por ter operado Roberto Carlos, quando foi acidentado, e tratou do cantor por todo o tempo em que viveu.

O respeito de Roberto pelo médico era tamanho, que cantou com exclusividade para ele, sua mulher, Wanda, e os convidados da recepção de seus 50 anos de casados. Com apoio de dr. D’Angelo, o “Rei”, conseguiu inclusive superar o segredo que guardava em torno de seu mal físico.

Donato D’Angelo foi chamado para fazer a cirurgia em Roberto, quando chegou da Itália, onde tratava os mutilados de guerra. Uma brava e exemplar história de vida de um médico. Sua morte deixou consternada a comunidade de Petrópolis, onde vivia, e que acompanhou numerosa o seu féretro.

E será amanhã, às 19h30m, na Igreja da Ressurreição, a missa de sétimo dia pela alma do menino Felipe Cordeiro Guerra. Nosso anjinho sofredor.

 

 

9 ideias sobre “Mais um médico morre, nesta semana de perdas

  1. Estou estarrecida. Nao moro no Rio ha alguns anos, e so praticamente uma ano dps da sua morte, eh que tomei conhecimento. Estou mto triste, pois minha mae fez varios procedimentos com o querido DR. Ruy Vieira, e sempre todos muitissimos bem sucedidos. Lamento sua perda, mas lamento mto tb, a perda do Dr. Ruy, que sempre foi mto carinhoso e competente.

  2. Também sinto muito pela perda de sua filha, Sra. Branca, uma dor realmente inimaginável. Mas também sinto pela morte de um cirurgião tão conceituado, carinhoso e responsável com seus pacientes. Fui operada por ele, fiz mastectomia bilateral com reconstrução imediata das mamas por estar com princípio de um câncer, que segundo minha biópsia, iria me tomar em poucos anos. Foi a melhor coisa que fiz naquela época, e o meu oncologista me indicou o Dr. Ruy. Deu tudo certo, e infelizmente soube hoje da morte dele, por uma mensagem de parabéns pelo dia do Médico que enviei em 18/10. Sinto por sua filha e peço a Deus que a conforte, e que guarde essas duas almas. Com carinho e respeito.

  3. Somente hoje fiquei sabendo da morte do Dr. Ruy. Fiquei triste, pois tinha grande carinho por ele. Fiz três cirurgias, a primeira na clínica Humaitá em 1999. Tamanha era a confiança, que o procurei em 2013 para que ele novamente me operasse. Minhas cirurgias não tiveram intercorrências.
    Meu primeiro contato com Dr. Ruy foi em 1997, quando minha sogra precisou fazer reconstrução de mama. Foram duas grandes cirurgias, abdominoplastia e reconstrução da mama. Uma grande cirurgia para uma pessoa normal, imagine, então, uma paciente que já tinha metástese. A cirurgia foi um sucesso e fez com que minha sogra se tornasse outra pessoa, pois recuperara sua autoestima. Sempre o senti muito responsável em todos os procedimentos executados por ele.
    Sinto por Branca, que perdeu uma filha. Me solidarizo com ela.

  4. Dr. Ruy Vieira graduou-se médico na Faculdade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro em 1970, era membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) desde 1977. Trabalhou no Hospital Estadual Souza Aguiar, na casa de Saúde Santa Therezinha e no Hospital do Câncer (1972 a 1998) tendo chefiado o Serviço de Cirurgia Plástica de 1984 a 1996. É membro daInternational Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS) e da American Society of Plastic and Reconstructive Surgery (ASPRS).

    • Desejaria que ele fosse o último ser vivo a morrer. Ele só. Minha filha morreu nas mãos de quem tantos títulos recebeu. Minha filha Anita Heloisa Pedreira Ferreira Mantuano. Mãe não esquece. Só queria que ele vivesse para sentir o que sinto cada vez que “o caso” me vem à memória. O que é sempre.

      • É verdade. Foi um caso com grande repercussão nacional, em toda a mídia. Anita começou a morrer durante uma cirurgia desse médico, quando teve uma parada cardíaca. Na clínica de propriedade do cirurgião não havia um atendimento emergencial adequado, e ela precisou ser transportada, sob anestesia, amarrada numa cadeira, já que a maca não passava nos corredores. Assim, amarrada na cadeira, Anita Mantuano foi carregada pelas calçadas, atravessou a rua, e foi levada até a Casa de Saúde São José, onde deu entrada na UTI. Estava com o corpo todo rabiscado, o que indicava que a cirurgia seria ampla, procedimento nada conveniente a uma dita “One Day Clinic”, sem os equipamentos e sem um cardiologista de plantão. Anita deixou três filhos menores, apaixonados por ela, assim como o marido e os pais. Uma família exemplar. Era uma liderança na sua maternidade. Seu velório foi um acontecimento trágico, a casa lotada com jovens, que se revezavam, assumindo os diferentes papeis de confortar a família e todos que chegavam. Eles amavam Anita! Sua missa significou uma mobilização extraordinária. Aquela morte chocou a todos. Hoje, Anita Mantuano empresta seu nome à Funarj, Fundação Anita Mantuano de Artes do Rio de Janeiro.

      • Sra Branca sinto muito por sua filha e não posso imaginar a dor que a senhora teve e tem. Sou médico e realizo uma tese de doutorado justamente sobre este tema. Óbitos relacionados a lipoaspiração no Brasil. Infelizmente são muitos. Gostaria de fazer contato com a senhora.

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