Exposição I am a cliché

A abertura da exposição I am a Cliché, no CCBB, foi um sucesso. A curiosidade pelo universo punk atraiu multidão de diferentes tribos. A estética punk ainda é uma confusão de idéias para os cariocas que, acostumados com o sol, não entendem bem o que seja a periferia de Londres, quando a política econômica inglesa vivia uma das suas piores crises nos primórdios da década de 80. As fotos em preto e branco de clubes com as pessoas possuídas de álcool e drogas, com suas bandas a gritar insultos contra o sistema coincidiam com o final da era da discoteca, uma época de muita dança e brilho. A exposição apresenta fotos, vídeos e instalações de artistas da época e de inspirações na cultura pop e que cria essa ponte e serve de inspiração para o punk…

A curadora Emma Lavigne, que trabalha na Divisão de Arte Contemporânea do Centro George Pompidour, na França, é a responsável pelo conceito da exposição. Apresenta dois fotógrafos que são pouco conhecidos, mas importantes para o movimento. São os americanos Peter Hujar e David Wojnarowicz, que além de fotógrafos eram poetas e amantes. David recortava uma foto de Arthur Rimbaud e, com a máscara do rosto de Rimbaud, circulava pelas ruas de Nova York

Robert Mapplethorpe, Andy Warhol, Jamie Reid e outros artistas estão na exposição que mostra como o punk é referência constante, ainda hoje ,para a moda, as artes e a atitude. A atitude mais punk da noite, porém, foi no coquetel em que, sempre que algum garçon aparecia com algo para comer, os convidados o atacavam provocando um tumulto daqueles. E no bar de caipirinhas se formava uma fila enorme na maior fissura de uma bebidinha. O CCBB precisa rever sua lista de convidados ou oferecer um buffet à altura do número de pessoas que convida para as noites de abertura de suas exposições…

Fotos de Sebastião Marinho

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