Encontro com Dilma no Teatro Casa Grande, em noite de Lula muito inspirado

Foi emocionante e superlotado, ontem, o encontro da Cultura com Dilma, Lula, Marta Suplicy, Marilena Chauí, Maria da Conceição Tavares, Emir Sader e outros próceres do PT, no Teatro Casa Grande, grande templo da discussão democrática no Rio de Janeiro, espaço representativo da resistência nacional desde os anos da repressão.

Ali naquele palco, sentada atrás de Nelson Sargento, ao lado de Sergio Mamberti, à esquerda da viúva de Oscar Niemeyer, Vera Lúcia, atrás do Pablo Capilé, líder da Mídia Ninja, vivi a emoção da hora presente e de relógios passados.

Lembrei do encontro do mesmo povo da cultura com Dilma, na véspera da sua primeira eleição. O Casa Grande fervilhava e eu dançava com Zé Celso Martinez Corrêa, com quem fiz Gracias Señor, espetáculo de resistência do Oficina, em 1973.

Lembrei-me de quando lancei, ali, naquele Casa Grande, o livro das memórias de luta de mamãe, em 1986. De quando, em 1969, trabalhei com Paulo Afonso Grisolli e Sidney Miller, em seu musical Alice no País Divino Maravilhoso, estrelado pela Tetê Medina, que namorava o Renato Machado, apaixonadão.

O pensamento voou e voltou, porque Lula e Dilma chegavam juntos ao palco. Levantamos e aplaudimos. Todos. Uma euforia tomou conta. Os aplausos nunca terminavam.

Em seguida, vários falaram. O cantor Chico César falou, reivindicou e o povo cantou junto com ele. Marilena Chauí, musa do PT, lembrou que apesar de estar em voga falar de seu ódio (à classe média) ia falar de seu amor ao PT, ao Lula, à Dilma. Foi aclamada. Beth Carvalho levantou-se, apesar do problema de coluna, e fez a plateia cantar com ela um samba-hino à Dilma. Emir Sader falou e disse. Leonardo Boff falou muito. A ministra Marta Suplicy, à “mesa” principal, declinou de seu direito de falar. Foi elegante. Estava muito bonita e prestigiava a moda brasileira, como cabe bem a uma personalidade da cultura.

Aí, deu-se o momento tão esperado: falou o Lula! Estava com a corda toda, em noite de verve especial. Solto e como o diabo gosta. Não vou dizer o que ele disse porque os outros já disseram, mas anotei algumas coisas:

Sobre sua biografia, que Fernando Morais escreve: “Esse negócio de biografia de presidente é uma coisa que ninguém conta o que de fato aconteceu. Vocês acham que o Clinton ia colocar na biografia o caso seu com a Monica Levinsky? Acham que o Fernando Henrique ia botar seu caso com o seu caso? Mas como eu não tenho caso, o meu livro ia ficar muito sem graça, então chamei o Fernando Morais pra escrever o livro…”. E lá prosseguiu o Lula fazendo o público delirar…

Sobre o comportamento da imprensa na atualidade: “Antigamente no Brasil o jornalista perguntava pra gente responder. Hoje ele responde pra gente perguntar! Então é aquela coisa: aumentou a falta de respeito, todo santo dia inventam uma mentira sobre essa mulher (a Dilma)! Isso não é possível!”.

E ainda, sobre os meios de comunicação: “O que não é possível é que as concessões do estado tenham o comportamento que têm contra o governo”.

Sobre a política: “Não é negando a política que se faz a reforma política. É fazendo política! Mas por favor não me façam mais partido laranja!” (E criticou a quantidade de partidos nanicos).

Dilma o sucedeu com um longo discurso em que expôs as realizações de seu governo e o que pretende fazer. Foi aclamada.

Fiquei comovida de ver o comprometimento com a causa do PT de Maria da Conceição Tavares. Ela já não é uma criança. Caminha com certa dificuldade, com a saúde debilitada. Estava acompanhada de uma vizinha. A quem lhe oferecia ajuda, recusava. Seguia firme, em frente. À saída do palco, caminhou devagar. Aquele empurra-empurra das pessoas apressadas, desatentas, e ela aguentando firme.

Desceu as escadas até a saída do teatro, degrau por degrau, pacientemente, e seguiu pela calçada à procura de um táxi com sua amiga.  Alguém intercedeu para que Barretão, seu vizinho, lhe desse uma carona. E lá se foram, ela, a vizinha, com Barreto e Lucy.

Outros convidados haviam pedido à organização do evento a facilidade de um meio de transporte.

Maria da Conceição Tavares, mulher de grandes causas e nenhuma exigência.

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Dilma foi aplaudidíssima à sua chegada

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Lula estava inspirado, incendiou o Casa Grande superlotado – do lado de dentro e na calçada, onde foi colocado telão para as mais de mil pessoas. Com a mão no queixo, o escritor Fernando Morais, que escreve a biografia dos oito anos Lula no poder.

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Centenas de fotógrafos, cinegrafistas e repórteres ocupavam os corredores laterais da plateia

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Emir Sader, um dos organizadores do evento. Na primeira fila, o ator Chico Diaz.

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Marilena Chauí:

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Na foto estou com Sérgio Mamberti, Flavio Renegado, Pablo Capilé, Tassia Camargo, meu marido Francis Bogossian, Tia Surica, Alcione – que foi a primeira artista a apoiar Dilma, em sua primeira eleição, antes do primeiro turno! Boff em primeiro plano.

DSC_0260Chico César, Maria da Conceição, Beth Carvalho, Boff, Alcione, Mamberti, Tassia, eu, professor Candido Mendes, Vera Niemeyer

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Lula fala, Dilma escuta… Marco Aurélio Garcia ao fundo ao alto da extrema direita… onde vemos os Paulo Niemeyer e metade da Lucy Barreto

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Velha guarda da Portela, Lula, Wagner Tiso, Bemvindo Sequeira, Emir Sader

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Tradições Gaúchas – CTC – e Sergio Mamberti

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Chico Diaz e Sergio Mamberti, petista histórico, representando a geração de teatro com nomes como a saudosa Lélia Abramo

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Stedile e o povo do santoDSC_0089

Beth Carvalho

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Chico César falou e botou a plateia pra cantar

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Juca Ferreira, o ex-ministro da Cultura, foi ovacionado, Antonio Pitanga e Rui Falcão, presidente do PT

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Maria da Conceição Tavares e  Ana Claudia Santos, a representante da Favela da Maré

Algumas presenças: Rosa Maria Araújo, presidente do Museu da Imagem e do Som, Agostinho Guerreiro, presidente do CREA, Mãe Beata de Iemanjá, Sérgio Ricardo, o da “violada no auditório”, Wagner Tiso, Pingueli Rosa, os Barreto – Luiz Carlos e Lucy, professor Candido Mendes, Vera Niemeyer, viúva do Oscar, e o bisneto do arquiteto, Paulo Niemeyer, Alcione Marrom, Velha Guarda da Portela, Nelson Rodrigues Filho, Flávio Marinho, Arnaldo Brant, Angelo Oswaldo, presidente do Ibram, Elisa Lucinda, Osmar Prado, Jandira Feghali, prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, Jorge Bittar, Carlos Minc, Samuel Pinheiro Guimarães, Marco Antonio Garcia, Arthur Poerner, Alessandro Molon, Marília Guimarães, Lindbergh Faria, o cineasta Jesus Chediak, Graça Lago, filha de Mario Lago, a sambista Elza Soares, Benedita da Silva, o cantor Serguei, que estacionou um ônibus bem na frente do Oi Casa Grande, desde cedo, fazendo publicidade de seu filme e atrapalhando o trânsito. É uma figura!

Fotos de Cristiana Giustino

11 ideias sobre “Encontro com Dilma no Teatro Casa Grande, em noite de Lula muito inspirado

  1. O dito society do Rio está decadante, composto por reacionários de todas as idades e sectários ultrapassados.
    O pior é que todos apoiam um governo corrupto por si mesmo.
    Sinto saudades dos anos 60, em que havia ordem no País.
    Nenhum ministro da revolução saiu do Palácio do Planalto para ser preso na Papuda. Como o José Dirceu.

  2. todos que estavam la estao de olho no bolsa cultura, no dinheiro da Ancine, da lei Rouanet, vivem do dinheiro publico pra fazerem seus filmes, cds, shows, projetos que nao dao retorno financeiro, e se nao fosse o Estado eles estariam pobres. e ainda aplaudem a louca da Marilena, que ODEIA A CLASSE MEDIA”… ELA ODEIA OS ARTISTAS.,

  3. todos que estavam la estaao de olho no bolsa cultura, no dinheiro da Ancine, da lei Rouanet, vivem do dinheiro publico pra fazerem seus filmes, cds, shows, projetos que nao dao retorno financeiro, e se nao fosse o Estado eles estariam pobres. e ainda aplaudem a louca da Marilena, que ODEIA A CLASSE MEDIA”…

  4. ESSE É O PESSOAL QUE SENTE O PULSAR DO CORAÇÃO DO POVO BRASILEIRO ,QUE LUTA E LUTARÁ SEMPRE , PARA QUE TENHAMOS UM PAIS SOLIDÁRIO , E IGUALITÁRIO POR ISSO SOMOS DILMA

  5. Dizer mais o que? Um encontro de grandes que escolheram estar ao lado do povo. Isso sim é uma elite.

  6. A data dos reacionários de esquerda estava em peso no teatro. Eles amam a ditadura cubana e a da Coréia do Norte. Queriam implantar o comunismo no Brasil em 1964. Se deram mal.
    Agora, que estão no desgoverno, deitam e rolam. Mas um dia a lagoa haverá de secar. Facistas de carteirinha. E os escândalos na Petrobras e em outras bras? A alta cúpula reacionária está merecidamente presa.

  7. Ai que alívio, Hildegard! Você estava tão quietinha em relação à Dilma que achei que não a estava apoiando… Graças a Deus está!

  8. Hilde, quando entrei no Teatro Casa Grande, no inesquecível dia 15 de setembro, senti uma enorme emoção em poder dividir esse momento com pessoas tão especiais!
    É uma alegria saber que, depois de tempos difíceis e de muito sofrimento e perdas, temos a liberdade da escolha.
    Salve!

  9. Parabéns pelo publicação de hoje. A assessoria de Dilma não faria peça melhor, fico esperando o mesmo para Marina e Aécio.

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