COMO SERÁ O NOSSO MUSEU DA MODA? VOU CONTAR AQUI A VOCÊS SÓ UM POUQUINHO…

Museu da Moda será inaugurado no ano que vem, no entorno da Casa da Marquesa de Santos, em São Cristóvão, numa parceria da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro com o Instituto Zuzu Angel de Moda, que tem a responsabilidade da constituição de seu acervo.

O Victoria & Albert Museum é a parceria internacional, em vias de ser formalizada, já tendo enviado sua diretoria ao Rio de Janeiro neste sentido.

O acervo obedece a dois conceitos.

O primeiro conta a História do Brasil através da Coleção Zuzu Angel. Conforme a diretora do Museu da Moda, Luiza Marcier, já revelou em entrevistas, será reproduzido, em detalhes, o Ateliê de Zuzu Angel. Em breve, Luiza terá muito mais a contar sobre esse espaço, que está sendo definido como “tecno-lúdico”.

(Aliás, uma pausa aqui para falar que nós estamos adorando trabalhar juntas. A turma da SEC – Secretaria de Estado da Cultura e a turma do IZA – pois somos todas LPM – Loucas Por Moda!)

O segundo conceito faz um passeio pela História da Sociedade Brasileira guiado pela moda vestida por grandes vultos e notáveis dos mais variados segmentos da vida nacional.

Já temos reunidos desde o seringueiro Chico Mendes, numa homenagem prestada pelo costureiro francês Jean Charles de Castelbajac por ocasião de seu assassinato, à cantora Marlene, no icônico vestido criado para ela por Christian Dior quando se apresentou em Paris, junto com Edith Piaf, nos anos 50.

Temos a roupa da posse do amado vice-presidente José Alencar e sua mulher, a querida Mariza Gomes da Silva, uma linda roupa de palco do Velho Guerreiro Chacrinha e uma seleção de vestidos bordados de Marta Rocha, junto com sua faixa de Miss Brasil 1954.

Temos vestido da princesa Diana de Gales e a extraordinária Coleção de Alta Costura Francesa de Carmen Mayrink Veiga. Bem como possuímos, no Instituto que tenho a honra de presidir, vários modelos de alta costura francesa de Perla Mattison, Fernanda Colagrossi, Elizinha Moreira Salles (doação de Bebel Niemeyer), Nennette Weinschenck, Claudine de Castro, entre outras elegantes nossas que fizeram história.

Temos até o primeiro vestido de noiva de alta costura colorido do Brasil: aquele criado pela Casa Canadá de Luxe para Maricy Trussardi, em seu casamento, em 1954. Ele é de veludo branco, bordado com flores rosas e azuis. Depois Dener o copiou para o casamento da filha de Maricy e Romeu, Glória Severiano Ribeiro!

Trata-se de um belo acervo, agora complementado por um par de vestidos longos Givenchy Haute Couture, anos 60, do mesmo período em que o costureiro vestia sua musa Audrey Hepburn, feitos para a brasileira Maria Thereza Williams, exigindo quatro provas na maison em Paris. Sob direta supervisão do costureiro, naturalmente.

Maria Thereza doou as roupas semana passada, durante uma tarde agradável e cinzenta na bela casa do Alto, e a floresta no vale que contempla a casa, em seus vários tons de verde, parecia bem contente com a natureza lavadinha, apesar de Maria Thereza lamentar a ausência de sol.

Além dos vestidos, ela também doou uma preciosíssima minaudière Art-Déco de sua mãe, a grande dama da alta sociedade da primeira metade do século 20, dona Maria Cecília Fontes, e seu portrait numa big moldura de prata, feito no Baile da Ilha Fiscal, em 1941, um remake do baile famoso, no mesmo cenário, com todos os personagens sociais caracterizados como os nobres do Império.

Vejam que belas roupas de Hubert de Givenchy, que poderiam ter sido de Audrey Hepburn, mas pertenceram à chiquérrima Maria Thereza Williams, que os doou ao Instituto Zuzu Angel de Moda.

givenchy maria thereza williams 1

 Givenchy longo de seda pura vermelha, clean look total

givenchy m t w 4

Macacão roxo com vest sobreposta, ambas as peças unidas por botões de pressão

9 ideias sobre “COMO SERÁ O NOSSO MUSEU DA MODA? VOU CONTAR AQUI A VOCÊS SÓ UM POUQUINHO…

  1. Querida Hilde, bom dia! Gostaria de saber se há interesse do conceituado IZA ter em seu acervo uma coleção de frascos comerciais de perfumes – muitos deles em cristal Lalique e Baccarat – com as griffes de famosos costureiros franceses e americanos. Além de importantes livros de artes a respeito. Muito grato, JM.

      • Amada, desculpe incomodá-la novamente. Qdo posso enviar os vidros de perfumes, suas respectivas e originais embalagens, juntamente com os livros para o acervo do tão esperado e importante Museu da Moda Brasileira?

        Bjs e saudades, do velho amigo e admirador de sempre,

        JM

    • Tomara que, além dos clássicos internacionais, o Museu da Moda tenha espaço para os criadores nacionais. Tenho um macacão do Conrado Segretto para doar. Além da roupa, tenho também um croqui que o Conrado fez da coleção lançada no Museu do Ipiranga, em Sampa. Ele tinha um traço lindo, que eu costumo chamar de nosso Gruau tupiniquim.

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