Cientista político Wanderley Guilherme dos Santos anuncia “no grito, não mais”

Wanderley Guilherme dos Santos, cientista politico que realmente podemos chamar assim, toma a temperatura política do país, recorrendo para isso a imagens e termos que assombram o momento e a consciência do brasileiro. Passando por “satanização”, “enxofre”, “presença do demônio”, “comportamento inquisitorial”, Guilherme dos Santos prossegue com “sessão circense”, “ódio amparado em toga”, “pobres e humilhados” e conclui com um alentador “no grito, não mais”.

Um cientista na interpretação política e, aqui neste texto abaixo, também na arte de explicar com palavras o balé ambíguo das autoridades, que a qualquer custo tentam encaminhar suas operações para um “fim inevitável”. Contudo, parecem ter errado na dose e, agora, se defrontam com resistência indignada da maioria da sociedade, conforme indica a pesquisa ontem realizada pelo Vox Populi, em que, dos 15 mil ouvidos, 65% viram exagero contra Lula e 43% reprovaram a conduta do juiz Sergio Moro ao determinar a condução coercitiva do ex-presidente Lula.

PREPARAR PARA A HORA DO “BASTA”!

Wanderley Guilherme dos Santos

A investigação Lava está à beira de implodir em razão do delírio ideológico dos promotores e do Juiz por ela responsáveis. A retórica desabrida, satanizando tolices, a desinformação e, pior, a antecipação de lances futuros, alguns fora da competência do Juizado curitibano, dificultam a distinção do que é prestação de contas, propaganda, dissimulação e wishfulthinking. A palavra “indício”, por exemplo, deixou de “indicar” algo e passou a gigantesca evidência, como o enxofre, da inconfundível presença do demônio. O óbvio planejamento de intervenções espetaculares de acordo com a temperatura política, e o crescente atrevimento com a descabida e prepotente condução coercitiva do ex-presidente Lula da Silva, resultam da complacência das autoridades superiores, no Executivo, Legislativo e Judiciário Trata-se de comportamento inquisitorial pré-concebido, insultando frontalmente as crenças cívicas da maioria dos pobres brasileiros e contaminando negativamente as expectativas da população, em geral.

À falta de, até agora, comprovados crimes de acumulação econômica ilegal, por  parte do ex-presidente Lula, policiais e procuradores transformam um inquérito da mais absoluta pertinência e tempestividade em malabarismos de sessão matinal circense em torno de pedalinhos, um sítio e um tríplex. Ainda que fossem doados mediante recursos de uma “vaquinha” entre todas as grandes empreiteiras nacionais, e durante o mandato do ex-presidente, a questão é: e daí? – Sem comprovação de que alguma delas foi direta e ilegalmente beneficiada por intervenção do presidente (e não a mera suspeita, pois alguma sempre ganhará concorrências) aceitar os pedalinhos seria criticável, mas de limitado atentado à moral e ao patrimônio público. Ora, não só não apareceram provas, nem mesmo, ao que saiba oficialmente, delação de ninguém a respeito de nada, como os procuradores estão desviando o olhar da população do que é fundamental: a acumulação econômica ilegítima via predação de patrimônio e recursos públicos. Com o aplauso dos que consideram que delação justifica coação e até prisão estão dando cobertura ao diversionismo midiático, cúmplices dos ladravazes enriquecidos por acumulação econômica ilegítima.

Comparar o absurdo acúmulo pessoal de riqueza por parte de empresários, políticos e altos burocratas a um sítio supostamente presenteado a Lula, é sandice, péssima utilização do mandato investigativo que a sociedade lhes paga: onde estão as contas no exterior, coleções de obras de arte, veículos, propriedades rurais e urbanas para exploração econômica, viagens regulares por conta própria e passadio de primeira em Paris, Londres, Nova Iorque? Onde se esconde o acervo de joias de d.Mariza? E seu guarda-roupa de grife? Sítio em Atibaia e tríplex em Guarujá que nem do casal são? Ora, trata-se de outra manifestação de preconceito, presumindo que Lula, de origem pobre, tisnaria sua dignidade e a da função que ocupou interferindo nas ações públicas por preço tão vil. Claro, corrupção mesmo, a sério, só para eles, bem nascidos e mal acostumados.

Os responsáveis pela investigação devem um balanço claro da Lava-Jato e da expectativa de prazos de conclusão. Claro que a descoberta de evidências (não “indícios”) provoca alteração em cronogramas, mas a existência de um quadro de referência é indispensável para que o jornalismo possa acompanhar e a opinião pública possa avaliar se estão sendo eficientes e produtivos ou meramente difamadores e garotos propaganda de televisão.

Com a coação física e moral do ex-presidente Lula os responsáveis pela Lava-Jato talvez venham a se revelar indignos dos privilégios que desfrutam. O ex-presidente é um dos mais importantes recursos políticos dos miseráveis deste País, líder de governos capazes de provocar justamente esse ódio amparado em toga. Destruí-lo, seria uma derrota imensurável para os pobres e humilhados; destruí-lo injustamente, aproveitando os privilégios de classe e corporação, é inaceitável. Se for comprovada a precipitação e o infundado da coação ao ex-presidente, o insulto não poderá passar em branco. Juízes e procuradores deverão pagar pela ameaça em que se constituíram aos pobres do Brasil. Pedidos de desculpa serão insuficientes. Hora de preparação para o que estão pedindo. No grito, não mais.

10 ideias sobre “Cientista político Wanderley Guilherme dos Santos anuncia “no grito, não mais”

  1. Muito bem, Osvaldo Pereira de Oliveira Filho. Mas faltam mais nomes na lista de venais, asnos, hipócritas, canalhas e covardões patrulheiros.

  2. Pobre Brasil dois pesos e duais medidas, haja cinismo;
    FHC passa o chapéu
    Presidente reúne empresários e levanta R$ 7 milhões para ONG que bancará palestras e viagens ao Exterior em sua aposentadoria
    GERSON CAMAROTTI

    Foi uma noite de gala. Na segunda-feira, o presidente Fernando Henrique Cardoso reuniu 12 dos maiores empresários do país para um jantar no Palácio da Alvorada, regado a vinho francês Château Pavie, de Saint Émilion (US$ 150 a garrafa, nos restaurantes de Brasília). Durante as quase três horas em que saborearam o cardápio preparado pela chef Roberta Sudbrack – ravióli de aspargos, seguido de foie gras, perdiz acompanhada de penne e alcachofra e rabanada de frutas vermelhas -, FHC aproveitou para passar o chapéu. Após uma rápida discussão sobre valores, os 12 comensais do presidente se comprometeram a fazer uma doação conjunta de R$ 7 milhões à ONG que Fernando Henrique Cardoso passará a presidir assim que deixar o Planalto em janeiro e levará seu nome: Instituto Fernando Henrique Cardoso (IFHC).

    O dinheiro fará parte de um fundo que financiará palestras, cursos, viagens ao Exterior do futuro ex-presidente e servirá também para trazer ao Brasil convidados estrangeiros ilustres. O instituto seguirá o modelo da ONG criada pelo ex-presidente americano Bill Clinton. Os empresários foram selecionados pelo velho e leal amigo, Jovelino Mineiro, sócio dos filhos do presidente na fazenda de Buritis, em Minas Gerais, e boa parte deles termina a era FHC melhor do que começou. Entre outros, estavam lá Jorge Gerdau (Grupo Gerdau), David Feffer (Suzano), Emílio Odebrecht (Odebrecht), Luiz Nascimento (Camargo Corrêa), Pedro Piva (Klabin), Lázaro Brandão e Márcio Cypriano (Bradesco), Benjamin Steinbruch (CSN), Kati de Almeida Braga (Icatu), Ricardo do Espírito Santo (grupo Espírito Santo). Em troca da doação, cada um dos convidados terá o título de co-fundador do IFHC.

    Antes do jantar, as doações foram tratadas de forma tão sigilosa que vários dos empresários presentes só ficaram conhecendo todos os integrantes do seleto grupo de co-fundadores do IFHC naquela noite. Juntos, eles já haviam colaborado antes com R$ 1,2 milhão para a aquisição do imóvel onde será instalada a sede da ONG, um andar inteiro do Edifício Esplanada, no Centro de São Paulo. Com área de 1.600 metros quadrados, o local abriga há cinco décadas a sede do Automóvel Clube de São Paulo.

    O jantar, iniciado às 20 horas, foi dividido em dois momentos. Um mais descontraído, em que Fernando Henrique relatou aos convidados detalhes da transição com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. Na segunda parte, o assunto foi mais privado. Fernando Henrique fez questão de explicar como funcionará seu instituto. Segundo o presidente, o IFHC terá um conselho deliberativo e o fundo servirá para a administração das finanças. Além das atividades como palestras e eventos, o presidente explicou que o instituto vai abrigar todo o arquivo e a memória dos oito anos de sua passagem pela Presidência.

    A iniciativa de propor a doação partiu do fazendeiro Jovelino Mineiro. Ele sugeriu a criação de um fundo de R$ 5 milhões. Só para a reforma do local, explicou Jovelino, será necessário pelo menos R$ 1,5 milhão. A concordância com o valor foi quase unânime. A exceção foi Kati de Almeida Braga, conhecida como a mais tucana dos banqueiros quando era dona do Icatu. Ela queria aumentar o valor da ajuda a FHC. Amiga do marqueiteiro Nizan Guanaes, Kati participou da coleta de fundos para a campanha da reeleição de FHC em 1998 – ela própria contribuiu com R$ 518 mil. “Esse valor é baixo. O fundo poderia ser de R$ 10 milhões”, propôs Kati, para espanto de alguns dos presentes. Depois de uma discreta reação, os convidados bateram o martelo na criação de fundo de R$ 7 milhões, o que levará cada empresário a desembolsar R$ 500 mil. Para aliviar as despesas, Jovelino ainda sugeriu que cada um dos 12 presentes convidasse mais dois parceiros para a divisão dos custos, o que pode elevar para 36 empresários o número total de empreendedores no IFHC.

    Diante de uma platéia tão requintada, FHC tratou de exercitar seus melhores dotes de encantador de serpentes. “O presidente estava numa noite inspirada. Extremamente sedutor”, observou um dos presentes. Outro empresário percebeu a euforia com que Fernando Henrique se referia ao presidente eleito, Lula da Silva. “Só citou Serra uma única vez. Mas falou tanto em Lula que deu a impressão de que votou no petista”, comentou o convidado. O presidente exagerou nos elogios a Lula da Silva. Revelou que deixaria a Granja do Torto à disposição do presidente eleito. “Ele merece”, justificou. “A transição no Brasil é um exemplo para o mundo.” Em seguida, contou um episódio ocorrido há quatro anos, quando recebeu Lula no Alvorada, depois de derrotá-lo na eleição de 1998. O presidente disse que na ocasião levou Lula para uma visita aos aposentos presidenciais, inclusive ao banheiro, e comentou com o petista: “Um dia você ainda vai morar aqui”.

    Na conversa, Fernando Henrique ainda relatou que vai tentar influir na nomeação de alguns embaixadores, em especial na do ministro do Desenvolvimento, Sérgio Amaral, para a ONU. Antes de terminar o jantar, o presidente disse que passaria três meses no Exterior e só voltaria para o Brasil em abril. Também revelou que pretende ter uma base em Paris. “Nada mal!”, exclamou. Ao acabar a sobremesa, um dos convidados perguntou se ele seria candidato em 2006. FHC não respondeu. Mas deu boas risadas. Para todos os presentes, ficou a certeza de que o tucano deseja voltar a morar no Alvorada, projeto que FHC desmente em conversas mais formais.

    Embora a convocação de empresários para doar dinheiro a uma ONG pessoal possa levantar dúvidas do ponto de vista ético, a iniciativa do presidente não caracteriza uma infração legal. “Fernando Henrique está tratando de seu futuro, e não de seu presente”, diz o procurador da República Rodrigo Janot. “O problema seria se o presidente tivesse chamado empresários ao Palácio da Alvorada para pedir doações em troca de favores e benefícios concedidos pelo atual governo.”

    O IFHC não será o primeiro no país a se dedicar à memória de um ex-presidente. O senador José Sarney (PMDB-AP) criou a Fundação Memória Republicana para abrigar os arquivos dos cinco anos de seu governo. Conhecida hoje como Memorial José Sarney, a entidade está sediada no Convento das Mercês, um edifício do século XVII, em São Luís, no Maranhão. Pelo estatuto, é uma fundação cultural, sem fins lucrativos. Mas também já foi alvo de muita polêmica. Em 1992, Sarney aprovou no Congresso uma emenda ao Orçamento que destinou o equivalente a US$ 153 mil para seu memorial. Do total, o ex-presidente conseguiu liberar cerca de US$ 55 mil.

    CLUBE DOS EMPRESÁRIOS AMIGOS
    Doadores formam elite empresarial

    Benjamin Steinbruch
    Um dos donos da CSN

    Lázaro Brandão
    Homem forte do Bradesco

    Emílio Odebrecht
    Controlador do grupo Odebrecht

    Pedro Piva
    Senador e sócio do grupo Klabin

    Fechar

  3. Pela segunda vez a as organizações globo fomentam um golpe de estado, tirando corruptos para tentar trazer os outros que sempre atenderam aos seus interesses. Talvez daqui há alguns anos o jornal nacional, se ainda existir, venha novamente pedir desculpas em nome da organização golpista. Alguns jornalistas dali devem morrer de vergonha de ter de participar disso.

  4. Meu caro Wanderley, vá morar em Cuba. Lá, se os petistas tentassem fazer o que fizeram na Petrobras e nos fundos de pensão, já estariam encarcerados. Sem direito ao instituto da defesa.
    Vá para Havana. E fique por lá.

  5. Hidelgard Angel é uma das jornalistas mais sérias, polidas e que já foi vítimada pelos agentes do mal, mas desabafa sem citar nomes.
    Eu, que não sou tão importante e nem tão polido – cito: Cristiana Lobo, Eliane Castanhêde, Willian Waack, Miriam Leitão, Raquel Sherazade, e, o mais escroto de todos, Diogo Mainardi não passariam por investigação de análise do discurso calunioso porque há clara intencionalidade ao mentirem e manipularem falas de entrevistados. Não só mentem mais interrompem quem tenta falar a verdade nos programas comandados por eles. Pena que a Associação de Imprensa Brasileira não seja como a OAB que suspende ou descredencia profissionais que agem ferindo códigos mínimos da ética jornalista. Tratam as pessoas das quais dão notícias sem usar da isenção necessária a quem detém o poder de oferecer o contraditório. Até os mais bárbaros criminosos antes de um julgamento, merecem o benefício da dúvida. Eles julgam e condenam concomitantemente. Consideram-se semideuses da imprensa. E devem repetir as palavras de Roberto Marino como um mantra: “eu sou o poder”, “eu sou o poder”, “eu sou o poder”.

  6. VOX POPULI ????? ou voz petista ??

    faça o favor de não zombar de nossa inteligência.

    VOCÊS VÃO CAIR E A A JUSTIÇA E A ORDEM VAI PREVALECER !!!
    VOCÊS SÃO A ESCUMALHA DO COMUNISMO….

    • Cara, vc é divertido mas podia ser mais educado, não se grita (CAPS LOCK ativado) na Internet, é feio. E por favor, tente aprender um pouco de concordância gramatical antes de comentar em blogs de gente instruída.

      Só passou ridículo aqui.

  7. Não estamos falando de partidos e sim de beneficios a grandes empreiteitas que lucraram com contratos do governo. Como? O governo acabava com o Merito e de Melhores precos e dava obras aos seus amigos. O que os empreiteitos davam em troca? Triplex, alugueis de galpoes, sitios? Nao, nao e so prova de amizade. Conflito de interesse. Horrivel para qualquer funcionario, empresario, jornalista e muito menos representantes do governo. A etica e para todos.

Deixe um comentário para vicente limongi netto Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.